sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Ignorância não tem partido e nem fronteiras - parte I


Esta é a primeira postagem de uma série que, a julgar pela oligofrenia generalizada de nossos parlametares, não terá fim. É apenas mais uma forma de escapismo para apontar as imbecilidades daqueles que nos representam. Não pensem que este é um instrumeno de militância política contra ou a favor de qualquer político ou partido, pois, como o próprio título indica, a ignorância é suprapartidária. Nunca duvide da ignorância humana, ela também não tem fronteira. Existem pérolas em todas as unidades federativas.

O homenageado de hoje é do PSDB. Partido comumente conhecido pela "qualidade" intelectual de seu quadro político. Seu nome é Luiz Carlos Hauly. Hauly já foi prefeito de Cambé, cidade situada no cafundó do Paraná. O Paraná já elegeu Hauly por diversas vezes deputado federal e o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) já o colocou diversas vezes como um dos 100 cabeças do Congresso. Isso mesmo! O Homenageado de hoje é um cabeça, não é qualquer um não!! Os critérios adotados pelo DIAP serão motivos de futura postagem, mas só pra ter um gostinho, a ordem alfabética é o critério de desempate.

Hauly é autor de projetos como um que obriga o aluno a fazer juramento diário à bandeira do Brasil antes de começar a aula (PL 1145/03). Veremos que "obrigar" e "proibir" são verbos recorrentes do democrático Hauly. Ele até propõe o juramento:

“Perante esta Bandeira, sob proteção de Deus, prometo defender a Nação Brasileira, a democracia, a liberdade, a justiça, a paz, a vida, sob todas as suas formas, o território brasileiro e os recursos naturais .”

De acordo com o juramento proposto pelo deputado, o aluno deve defender a democracia. O primeiro passo para defender a democracia é ficar contra este projeto. De acordo com o juramento, deve-se também defender a liberdade. Comece por defender a liberdade religiosa informando ao nobre deputado que o Estado brasileiro é laico. Por isso, desculpe o trocadilho, mas que diabos Deus tem a ver com nossa bandeira?

Hauly é incansável. Ele também é autor de um projeto que proíbe propaganda direcionada à crianças no Brasil. Este projeto específico deixarei para comentar em outra postagem, pois é motivo de discussão fervorosa dos pequenos ditadores que integram a direitalha e esquerdalha no nosso país. Não diferenciarei esquerdalha e direitalha pois apenas eles conseguem se diferenciar. Ambos estão longe de qualquer conceito democrático e querem impor a qualquer custo seus preceitos. Não diferencio esquerdalha de direitalha assim como não diferencio Heloisa Helena de Enéas.

Voltemos ao Hauly com a sua maior pérola. O PL 7283/06. O projeto proíbe estrangeiros na comissão técnica da seleçao brasileira de futebol. Também proíbe jogadores, que não tenham jogado há pelo menos 12 meses no Brasil, de serem convocados pra Copa do Mundo. A Mesa diretora da Câmara dos Deputados recusou-se a ter tal projeto tramitando na já vexaminosa casa e o devolveu para Hauly. Citou a Constituição Federal e o Regimento Interno para justificar a devolução, mas é simples tautologia para tergiversar sobre o real motivo, que dá pra ler nas entrelinhas: IMBECILIDADE!

Hauly é insistente na sua ignorância e entrou com recurso contra a decisão da mesa. Hauly é um forte concorrente ao prêmio que abre com chave de ouro a série "A Ignorância não tem partido e nem fronteiras".

Luiz Carlos Hauly é do PSDB.

Luiz Carlos Hauly é do Paraná.

Preito às apresentadoras


Que me desculpem os jornalistas, mas a audiência dos jornais televisivos está diretamente associada à beleza de suas apresentadoras que, às vezes, nem jornalistas são. Nada mais importa. Não existe relação com o trabalho jornalístico e a qualidade das reportagens. No meu caso, trabalho com notícias o dia inteiro, considero-me um aficionado por informações, mas o motivo principal que me faz acordar e ligar o televisor para assistir o jornal matinal não são as informações de ontem nem a previsão do tempo. A informação de ontem eu já sei de cor e não me importo com a previsão do tempo, tendo em vista que o engravatamento do meu pescoço é inevitável, faça chuva, sol, neve, frio ou calor.

Bem sei os nomes das responsáveis pelos segundos de alienação que me fazem silenciar diante do televisor e não esbravejar, retrucando a notícia num patético debate imaginário. Vamos começar por Mariana Godoy. Desde que me mudei de São Paulo, as notícias desse estado ficaram tão interessantes quanto a divulgação do PIB de Botsuana ou a ação militar russa em Dudinka (pra quem não sabe onde fica Dudinka, abra um tabuleiro do WAR). Mariana Godoy é o link pras notícias de São Paulo do Bom Dia Brasil. Sem nenhuma indignação com a segurança pública eu escuto ela dizer que, na última madrugada, o PCC explodiu mais 5 bombas em caixas eletrônicos. Eu fico indignado é quando o William Waack diz isso! Que absurdo! E o governo, não faz nada?!... Vai nevar em Nova Iorque e quem se atrever a sair pra rua vai congelar que nem picolé? Dane-se! A Patrícia Poeta faz jus ao sobrenome até quando anuncia o fim do mundo... O risco Brasil aumentou 3 pontos? Idaí?! Isso seria uma desgraça se não saísse da boca da Lorena Calábria, da Record. A apresentadora esportiva e ex-miss Brasil, Renata Fan, pode até anunciar que o meu Santos perdeu de goleada pro Corinthians que eu não me irrito, fico anestesiado. A notícia só perde seu efeito lisérgico, nos trazendo de volta à realidade, com os comentários de Sérgio Noronha, Ricardo Boechat ou Miriam Leitão.

As apresentadoras de jornais sabem até envelhecer com elegância. Não troco uma notícia dada por Fabiana Scaranzi por duas de 20. Onde estará Valéria Monteiro, a primeira mulher a apresentar o Jornal Nacional? A Mônica Veloso bem que podia voltar a apresentar o telejornal em Brasília...Não poderia encerrar esse rol interminável sem citar mais duas: A primeira é Camila Bonfim, ex-Rede 21, do noticiário regional de Brasília, foi responsável por vários atrasos no meu trabalho, pois sempre esperava a abertura de seu jornal antes de seguir rumo à labuta. Hoje, ela está cedendo a sua beleza para Globo-DF. A outra é Luciana Ávila, da GloboNews, que em certa feita, num sumiço temporário que acredito ter sido férias, me deixou em depressão, sem vontade de ligar a televisão. Sorte minha que um dia me deparei com ela dando a notícia de que o Hizbollah havia lançado mísseis Katyusha na fronteira com Israel. Katyusha... Katyusha...Ela fez até biquinho com a boca pra falar. Cena difícil de esquecer...

As belas moças do tempo e apresentadoras de jornais nos fazem crer que são detentoras de conteúdo encefálico quando cumprem seu papel de transmitir informações. É quase um convite a um agradável bate papo, sem aqueles silêncios incomodantes. E é nisso que reside o grande encantamento que essas figuras exercem. Não são “popozudas” que logo veremos nuas nas revistas masculinas e nem modelos divulgando como fazem para passar o dia comendo salada de cenoura. Também não as veremos desfilando o mais novo namorado milionário nas páginas de revistas de fofocas. Elas superam o preconceito que temos com a beleza: São mulheres inteligentes apesar de bonitas. Seriam pessoas normais se não tivessem conteúdo a transmitir (isso já as diferem de 99% dos terráqueos).