terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Barbudo Pedófilo


Era uma vez um garoto gordo com uma infância problemática. Sua mãe era uma meretriz, poderíamos dizer que ele era um legítimo Filho da Puta. Seu pai era um cafetão viciado em todos os tipos de drogas que agenciava sua mãe. Por vezes, seu pai embriagado chegava em casa e o surrava gratuitamente, quando não o abusava sexualmente.

O garoto cresceu, envelheceu, ficou mais gordo ainda e deixou a barba branca crescer. Na verdade era uma barba mais pra amarelada, aquele amarelo cheirando a nicotina sustentado pela sua vida desregrada. Apesar de não ser o Michael Jackson, nutria a mesma fixação e apreço por criancinhas. A pedofilia era um hábito cultuado em seu dia-a-dia. Para atrair um garotinho (a) o velho barbudo dava brinquedinhos e doces ao infante desejado. As crianças, em sua grande maioria eram pobres, miseráveis, sem donos (pais) e sem pedigrees (sobrenome). O velho gordo e pedófilo traçava todas, sem dó nem piedade, saciando sua sanha sexual fedorenta.

Certa feita, um grupo de empresários de um refrigerante ainda famoso viu o velho escroto em ação. Ele tentava fisgar com presentes e guloseimas crianças de um bairro pobre. Eles achavam que aquele homem poderia ser vendido e com isso, gerar algum lucro para a empresa. De fato, eles vendiam tudo, vender era (ainda é) a especialidade deles. Não interessa que não tenha valor, eles agregam; não interessa que não tenha utilidade, eles inventam. O fim era sempre o mesmo: Lucro.

Foi feita uma proposta irrecusável ao velho glutão. “Veste essa fantasia vermelha e coloca um chapéu ridículo, o resto, deixa com a gente”. Em troca, os empresários transformaram o velho pedófilo e filha da puta num ser cultuado e desejado pelas crianças cristãs. Teriam que ser crianças cristãs, pois o velho sempre nutriu o sonho de um dia ser padre e poder viver cercado de coroinhas. Crianças hindus, budistas e muçulmanas eram desprezadas pelo velho. O velho passou a se chamar Santa Claus, ou Papai Noel, aqui no Brasil. Todas as crianças cristãs bem criadas, com pedigrees, desejam que o Papai Noel (Santa!) as visitem no dia em que supostamente Jesus Cristo nasceu. Porém, na Favela Baixa do Sapateiro, no conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a história é diferente. No domingo (16/12), o Helicóptero com Papai Noel foi recebido a balas de fuzil. Santa Claus prefere acreditar que erraram os tiros, eu prefiro pensar que era só um aviso. Na favela, Santa Calus aparece de saco vazio e todos sabem as reais intenções de Papai Noel.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O melhor travesseiro do mundo

Outro dia, quando eu perdia meu tempo nas Lojas Americanas, vi numa prateleira um travesseiro que custava quase cem reais. Pensei comigo que aquele deveria ser o travesseiro mais caro do mundo! Exagero meu, é claro.
Uma pesquisa rápida no google mostrou que o travesseiro mais caro do mundo tem o (apropriado) nome NASA, um libelo de material viscoelástico de última geração, moldado com alta viscosidade e densidade comercializado em mais de 40 países no mundo. Não por acaso, ele é um travesseiro auto-moldável e termo-sensível, que se adapta ao contorno e temperatura do corpo, exercendo menos pressão nas áreas mais quentes ou salientes e facilitando, assim, a circulação sangüínea. Realmente impressionante!
Logo pensei que muitos familiares e agregados de clãs como o Calheiros, Sarney, Magalhães e Macedo (o do demônio) podem comprar a quantidade que desejarem de Travesseiros NASA para dormirem sossegados. Mesmo assim, me ocorreu que nenhum deles deve ter um sono tão descansado como o meu, ainda que minha cabeça repouse em um travesseiro vagabundo que custou menos de vinte pratas. Pelo menos o meu sono é leve, ainda que não tão confortável.

Placa energética púrpura (ou, sobre a picaretagem não ter limites)

"Feita de alumínio anodizado na cor violeta, uma cor do espectro solar que atua desde os níveis físicos até o mais sutil, ela permanece em ressonância com uma vibração de alta freqüência a qual chamamos de força de energia vital. A placa eleva de forma gradativa a freqüência vibratória daqueles que as usam, reduzindo as vibrações negativas do corpo físico, dos alimentos e da água".

Este é o texto de apresentação de um dos produtos mais picaretas da história da humanidade. Além desses atributos mágicos, na propaganda televisiva de um daqueles canais de muambeiros existentes na TV a cabo, a placa promete combater a insônia, o estresse, a epilepsia, convulsões, picada de abelha, azedura de abacaxis, impotência sexual e moral, além do mal caratismo (ao que parece, seus fabricantes não foram imbecis o suficiente para usar o engodo).
Esse tipo de maracutaia não carece de registro no Ministério da Saúde? Se tiver algum - o que eu duvido muito - ele deve ter custado bem caro para a quadrilha que o trouxe para o Brasil. E o povo - pobre do povo - pensando ser inteligente paga uma e leva duas placas, aproveitando-se da promoção.

Mega esquema

Quase sempre a mesma coisa: a Mega Sena acumulada em milhões e milagrosamente alguém acerta sozinho em algum distante recanto do país. O que não é nenhum milagre (ou surpresa, sinceramente) é a "descoberta" da Polícia Federal de um mega esquema de fraude nos sorteios, envolvendo desde funcionários e auditores até gente da alta hierarquia da Caixa Econômica Federal (CEF), como um mau-caráter corrupto que possui mais de 4 bilhões em contas de paraísos fiscais (o pior dos saldos, de outro metralha, é de 8 milhões de reais).

O esquema da fraude chega a ser patético, devido a sua falta de originalidade: adultera-se o peso daquelas bolinhas que devem ser sorteadas, conforme o bilhete de aposta de alguma laranja podre e fedorenta que brotou no recanto mais obscuro do país (por vezes, podiam brotar mais de uma, em cantos diferentes, apenas para disfarçar um pouquinho).

Os meios de comunicação brasileiros, sempre coniventes com as maracutais (possivelmente porque levam o "seu" também) deram pouca atenção ao caso: apenas a Record e a Band comentaram o assunto brevemente em um de seus telejornais. Evidentemente, o governo tem todas os motivos para abafar o caso, já que pelo menos uma parte do que não é roubado fica nos cofres do governo para serem roubados por eles, em outros tantos mega esquemas existentes por aí.

Como não temos esperança que aconteça alguma coisa de muito ruim com os responsáveis, sugerimos a contenção de nossa imbecilidade: não façamos mais apostas nessa patifaria. Com toda sinceridade, é melhor deixar para fazer uma fezinha no Jogo do Bicho. Não tenho dúvidas de que esse é mais honesto.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ode à miséria moral


Ontem o mau-caráter do sem-pudor Ray-Ban Calheiros renunciou à presidência do Senado. Com isso, garantiu mais uma vez não ser cassado. Todos nós sabemos que a cadeia seria pouco para ele e para toda a corja que o sustenta, incluindo seus comparsas senadores. Por sinal, tenho quase certeza de que eles não tomam e não tomarão nenhuma atitude porque todos devem ter o rabo preso. É uma vergonha, realmente.


A famigerada votação secreta permanece sendo um dos subsídeos utilizados pelas quadrilhas políticas para se esconder atrás do véu da impunidade. O atual governo frustou as últimas esperanças depositadas pelo povo no regime representativo, ao não romper com os velhos lobos da política, tais como Sarney, ACM e outros tantos. O que se vê é a reprodução do caos, da impunidade, do enriquecimento ilícito e do meu constrangimento em ser um ser pensante toda vez que abro um jornal. O episódio Calheiros foi apenas mais um ato dessa ode à miséria moral que se tornou a política brasileira.


(A foto é de Alan Marques, da Folha Imagem, e mostra o estapafúrdio coronel José Sarney congratulando seu pupilo depois da leitura da carta-renúncia).