sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Bom senso não é tão comum"



Já expressei em outras postagens minha desconfiança com relação ao presidente pop-star Barack Obama:



Entretanto devo admitir minha grata surpresa com o exercício de seu primeiro dia de mandato, quando Obama ordenou a desativação da vergonhosa prisão militar e academia de torturadores de Guantánamo, além de ordenar a imediata revisão de todos os processos dos detentos, que poderão emigrar para países europeus.

Também assinou outro decreto impondo aos Estados Unidos à conformação às convenções de Genebra e ao manual do exército de lá no tratamento dos prisioneiros que proibe práticas de tortura em interrogatórios e pediu nesta quinta-feira à sucursal Israel que abra os postos de passagem nas fronteiras de Gaza para que possa entrar a ajuda humanitária e fluir o comércio. Ademais, nomeou como representante e negociador do governo no Oriente Médio o ex-senador George Mitchell, autor de um livro intitulado "Making Peace"!

Mesmo assim, continuo desconfiado: Obama aproveitou para pedir "paciência" com relação à ocupação beligerante estadunidense no Afeganistão, pois a situação é "perigosa" e "vai levar tempo para melhorar".

Vamos ver até quando isso dura. Vou ficar de olho em você, Obama. Como se eu tivesse escolha...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vamos organizar a Suruba!


Com vocês, Marcelo Tas, o professor Tibúrcio do Castelo Rá-tim-bum, embandeirando na entrevista da revista Playboy deste mês, uma velha plataforma dos Guerilheiros:


[...] O Brasil é uma espécie de grande bordel. A palavra “brasileira” na Europa não é um substantivo, é adjetivo. E quer dizer “eu sou puta”. [...] Os gringos chegam ao Brasil e já no aeroporto passam a mão na bunda da policial federal gostosa! [...] O cartão-postal mais vendido no Rio de Janeiro é um de quatro ou cinco mulheres de costas!! Duvido que elas recebam royalties por isso. Então o que eu defendo é: vamos regularizar a situação do bordel. Vamos pagar royalties pras aquelas meninas do cartão-postal, organizar os pontos onde elas ficam, vaciná-las, distribuir camisinhas...Seria uma maneira de a gente deixar de ser hipócrita! Vamos organizar a suruba! [...] Pra mim, isto aqui já é um bordel. Você vai ao Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito, e existe um cardápio de meninas![...] Existem garçons de prostitutas dentro do Congresso! [...]


Excetuando a parte do "Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito" (não, nós não respeitamos), defendemos todas as letras desta campanha. Legalizem a Suruba já!


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A arte da ignorância

A arte de ser brasileiro é a arte de não aprender. Somos ignorantes por natureza. Nós nos recusamos a aprender. Não aprendemos nem por repetição. Esta é a nossa sina. Aqui, quem lê meia dúzia de livros meia bocas ao ano já está anos luz dos outros ignóbeis e aptos a galgarem títulos de doutores e ocuparem cátedras universitárias. Seria engraçado, se não fosse verdade. Fechem o Ministério da Educação! Não serve pra nada. É só mais um engodo na Esplanada dos Ministérios. Estamos fadados e disputar e obviamente perder para as mulas o emprego de puxadores de carroça. Se você pensa como brasiliense, também pode prestar um concurso público. Dá na mesma.

 

Parem de gastar papel com livros didáticos. Joguemos todos os livros de História fora. História no Brasil não serve pra nada. A gente não aprendeu nada com o desabamento do Osasco Shopping; com desabamento do prédio de areia do Sergio Naya*; com o desabamento do metrô de São Paulo; desabamento da Fonte Nova, estádio do Bahia e também não iremos aprender nada com o desabamento da Igreja Renascer. É assim mesmo. O Brasil é um país que desaba enquanto a massa bovina fica admirando, boquiaberta. Das histórias de desabamento, o que se pode aprender, é que ninguém foi punido. No caso da Igreja, ninguém será punido também. Daqui um mês e um laudo fajuto, ninguém mais fala nisso. As fatalidades acontecem na mesma proporção da liberação de certidões de “Habite-se” feitas nos subterrâneos melequentos das prefeituras.  


Caminhando e desabando o brasileiro senta e espera mais uma Copa do Mundo. A justiça desaba junto com as nossas edificações, sobrando só o fétido cheiro da impunidade e dos cadáveres.

 

* http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html

"Renascer": uma noção vaga, pueril e irreal







O casal fundador da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes (que merecem chifres ao invés de narizes de palhaços), cumprem pena domiciliar em sua luxuosa mansão em Miami, avaliada só ela em mais de dois milhões de dólares, por evasão de divisas (agora ele está na cadeia por 140 dias, depois será a vez dela). Não que eles devam sentir muita falta do Brasil, já que por aqui o governo brasileiro pediu a extradição do casal, suspeitos pelo Ministério Público de que o dinheiro das doações dos fiéis seja desviado para empresas particulares de propriedade dos dois*. Diretamente de sua prisão-mansão, o casal enviou a seguinte nota com relação ao desabamento do teto de sua sede mundial, que feriu quase duzentas pessoas e vitimou nove mulheres, destas, sete idosas:

"Estamos todos absolutamente consternados, tristes e pasmos com a tragédia que nos abateu neste domingo, ceifando vidas, ferindo pessoas, trazendo tanto horror. Mas temos que ser firmes, cada vez mais fortes, unidos, para superarmos. Nós temos Jesus Cristo que nos deixou o Consolador, o Espírito Santo. Essa mensagem agora deve trazer esperança e a confiança. E ser viva dentro de cada um de nós. Acima de tudo, nós oramos e pedimos ao Espírito Santo que console o coração de cada um. Nós acreditamos na eternidade com Cristo. As pessoas foram colhidas por Deus. Nós cremos naquilo que a Bíblia nos fala em Filipenses 1:21: 'Para mim o morrer é ganho e o viver é Cristo'. E acreditamos no Salmo 116:15: 'Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos'. Foi uma grande fatalidade o que ocorreu. Não sabemos o motivo. Mas há de haver um propósito para tal sofrimento. Nosso coração está enlutado, sofrendo muito, pelas vidas, pelas vítimas, pela situação, pela calamidade. Esperamos que em Deus possamos ter o entendimento e o conforto desta enorme tragédia. Esperamos que Deus possa enxugar nossas lágrimas com milagres. Nossas orações, nosso amor, nossa solidariedade. Que Deus possa nos abençoar e trazer essa renovação de consolo e esperança, de fé, de forças. Queremos agradecer por esses laços de fraternidade e solidariedade que unem todos os irmãos nessa hora tão sofrida".

Traduzindo mais esta blasfêmia: "estamos cagando e andando para vocês e mais do que nunca necessitamos do seu dinheiro para retomar a obra de Deus".

Não tome o jogador Kaká como exemplo. Os fiéis dessas igrejas são pessoas muito humildes, e, ao que parece, suas vidas valem menos do que suas suadas moedas que sustentam tais projetos megalomaníacos e gananciosos. A publicidade deve estar sendo terrível para a família Hernandes, mas, infelizmente, isto não serve de consolo para ninguém. Que o diga as famílias das vítimas, para quem a expressão Renascer agora não passa de uma noção vaga, pueril e irreal.
* Segundo nota do Supremo, os crimes pelos quais respondem - lavagem ou ocultação de bens e valores - “não estão abrangidos pelo Tratado de Extradição assinado entre Brasil e EUA”.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conheça o final da novela "A Favorita" (ou, "Descortinando A Favorita")


Peço licença aos leitores habituais. Este post se destina preferencialmente a você que perde seu tempo procurando notícias na internet sobre assuntos como a novela A Favorita. Inclusive, escrevi este título pensando na possibilidade você nos encontrar no google. Bem, vou aproveitar sua nobre audiência para comentar sobre esta extraordinária trama.


A novela, que teve a pior média de audiência da década dentre as estréias, virou o jogo e agora bate recordes de audiência por ter conseguido "revolucionar a linguagem da teledramarturgia nacional"*. Insatisfeitos com os índices negativos, a direção do núcleo apertou o jovem autor João Emanuel Caneiro para inventar alguma coisa. Entediado e sem saber o que fazer, provavelmente João acendeu um** antes de se atirar no sofá para rever seus dvd's de Lost. Eureca! Habemus revolutione!


Mas o metodólogo Thomas Kunh não concordaria com isso. Para ele, a revolução é como uma "quebra de paradigmas". Então, não teve revolução nenhuma, porque não teve "quebra de paradigmas". Nesses termos, parece que o aperto da direção do núcleo foi maior, "sugerindo" ao autor a retomada do velho e pérfido discurso moralista cristão, tão ao gosto da população média brasileira quando devidamente transfigurado em "temas polêmicos" que se propõe estabelecer um debate mais profundo dentro da sociedade nacional.


Ah, façam-me o favor! Orlandinho, o gay, sofre um verdadeiro processo de "cura" a partir de sua "natural", pois que não desejada - portanto "orgânica", "natural", "normal" - masculinização. Aliás, algo que não por acaso lhe causa pressões e sofrimentos psicológicos terríveis. Stela, a versão homoafetiva feminina da trama pretende a imagem da mulher cool, bem-resolvida e independente, mas no fundo se trata de uma solteirona infeliz, melancólica e, não por acaso, perseguida pelo pensamento machista herdado de nossa matriz patriarcal rural que, como se percebe, falsamente se pretende criticar na trama. Surpresa por surpresa, se no final Catarina resolver se acertar com Stela, não se supreenda se a paixão entre elas não se consumar em um ardente "beijo de novela". Jamais apareceu um beijo de língua homoafetivo numa novela da Globo.


Exagero meu? E quanto à Dedina, a mulher adúltera? O que mais esperar de tal comportamento senão um final infeliz? Aliás, bota infeliz nisso: literalmente, fizeram a mulher definhar até a morte. Em seu agonizante e desproporcional fim, ela se arrepende e pede perdão tanto ao marido, quanto ao amante!!! Lembram o que ela disse antes da agonia final? " Desculpem por eu ter arruinado a vida de vocês"!!!


Político que se arrepende, confessa seus crimes e vai com gosto para cadeia, depois que o meliante com quem acabara de negociar armas acerta por acaso sua filha na rua , só na televisão mesmo. Naturalmente, Taís Araújo não morreu, mesmo porque, ao contrário de Juliana Paes (assasinada no início da trama), não pretendia um papel maior na próxima novela das oito (ou não foi capaz de consegui-lo). A "surpresa" foi o colarinho branco da vez ser negro. Mas as inversões são totalmente propositais, e não "naturais", como realmente devia valer. Vide a angelical vilã Flora e a rude heroína Donatela. Como se não bastasse, a fugitiva da polícia (Diva/Rosana) também prefere os braços da lei e da "justiça" brasileira ao invés da monótona vida bucólica da qual desdenhou.


E o tema do incesto? Já imaginou? Se imaginou, foi por pouco tempo, pois o mistério acerca de tema tão cristão não podia durar muito, e tudo foi rapidamente "esclarecido": "Harley Mateus" nunca foi irmão de "Lara Fontini"! Assim como você nunca será livre. Portanto, pare de perder seu tempo com novelas e blogs inúteis. E poupe-me deste seu fugaz interesse: até parece que você, lá no fundo, já não sabe qual será o final.


* Fonte: qualquer jornaleco brasileiro disponível online.

** A inspiração cannabica aparece representada em personagens como o alterego raul-seixasiano Augusto César, bisonhamente interpretado por José Mayer.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Perguntar Ofende?


"A luz do sol é o melhor dos desinfetantes" Louis Brandeis (1856-1941).

 

Qual o interesse da Câmara Municipal de Goiânia não ter página na Internet?

Por que a página   http://www.camaragyn.go.gov.br   é fictícia e nunca funciona? 

O que faz a edilidade da capital de Goiás que não pode ser publicizado?

 Como diria o Blog Chapa Branca, o que acontece naquele “balcãozinho de negócios”?

Como votam, quem empregam, quanto custa e o que fazem os vereadores de Goiânia?

Por que a Câmara Municipal de Goiânia se porta como se estivesse em uma cidade de quinta categoria, menos transparente que Itajubá, Cravinhos, Descalvado ou Itabirito...?

Gari Negro Job`s, use a verba de gabinete pra consertar essa bagaça! Queremos ficar no encalço do seu mandato. 

Doca Street: Memórias de um Cárcere Playboy

Setembro de 2006 e R$ 39,90. O preço da livraria escrito a lápis e a data em que comprei não foram apagados. Olhando pra estante, puxo mais um livro que não terminei de ler. Afirmo com poucas chances de falhar que foram os R$ 39,90 mais mal gastos em minha vida desde então. O título é “Mea Culpa”. O autor, um playboy: Doca Street. Doquinha (como era chamado pelos amiguinhos playbas) assassinou a tiros uma das mulheres consideradas mais belas do país, Ângela Diniz, uma socialite caça-tesouro$.

O livro é bestial, piegas e ruim, um pecado mortal ser homônimo do “Mea Culpa” de Céline. Obviamente Doca Street, hoje um sectagenário, nunca leu Céline. As vezes penso o quanto seria bom que eu fosse preso, assim como Doquinha. Moraria e comeria as custas do Estado, e de quebra, teria alguns anos pra ler o que eu quissesse, com direito a "banho de Sol", privilégio que não desfruto com a bunda sentada numa cadeira de escritório.

Doquinha deixou mulher e filho pra ficar com Ângela Diniz. Após uma briga, Doca Street matou Angela com quatro tiros em Búzios. Doquinha fugiu e foi preso. Condenado a 15 anos em seu segundo julgamento, após 2 anos e meio, já estava em liberdade provisória. No primeiro julgamento, amparado por um dos criminalistas (Evandro Lins e Silva) mais caros do país, Doquinha saiu em liberdade com a tese de legítima defesa da honra. Doquinha conta em seu livro o quanto não foi fácil pra ele conviver com este episódio.

Parei de ler na página 50. Faltou 420. O livro não estava fazendo valer as árvores utilizadas para fazer o papel. Na terceira página, Doquinha, como todo palyboy inconsequente sem a mínima noção de justiça, após matar Ângela, bebeu uísque, fugiu pra casa de amigos, cochilou e no dia após o crime já estava nadando em uma piscina, como se nada pudesse alcançá-lo. Doquinha ainda almoçou com a família, fato que ele descreveu como momento alegre que lhe trouxe paz.

No outro dia, a mãe* de Doquinha já apareceu com uma equipe de dois advogados, dois psiquiatras e um analista para o filhinho. “Coitadinho dele, brigou com a namorada e foi obrigado a encher ela de bala” – deveria pensar a velha em retardo já avançado. Nas próximas páginas, tem um incontável número de sobrenomes – Soares; Matarazzos; Júniores e outros cúmplices. Tenho que tirar o chapéu para esta capacidade nominal de memorização dos playboys. O interessante é que, até então, sem dizer o nome ou sobrenome de nenhum, o escritor Doca já passou por três porteiros, dois jardineiros, um motorista e outras 5 camareiras e empregadas domésticas da chácara onde ele se escondeu. Em um exercício literário, Doquinha ainda tenta descrever os dois seguranças-capangas contratados para ajudá-lo a fugir:

“...dois homens que eu nunca vira...o primeiro era um gordinho bem moreno...o outro parecia um índio, bem magrinho. Parecia perigoso”.

Ótimo! Ele mata a namorada, vai tomar uísque, cochilar e nadar na piscina, e o perigoso, pra ele, é o segurança índio que vai ajudá-lo. Fico pensando com quantas copeiras, faxineiras, seguranças, camareiras e motoristas se faz um Doca Street da vida. Os Playboys não amadurecem. Morrem imaturos. Doca escreveu o livro aos 71 anos e continua Doquinha. Vai morrer Doquinha. Ele matou a namorada aos 45 anos com a maturidade de um pré-adolecente problemático. Doquinha's, Jorginho's Guinles, Chuiquinho's Escarpa's** e Alexandre's Nardoni's não envelhecem. Nunca.

Dos R$ 39,90 que gastei, fico pensando que contribui pra mais um golinho do champagne de Doquinha. Esta noite terei pesadelos...

*Os pais dos playboys, que transformam as suas crias em sociopatas imbecis e imaturos pelo resto das vidas, também deveriam ser condenados por toda a merda que seus filhos fazem no mundo e que eles acobertam.

** Doquinha, Jorginho, Chiquinho...inhos e inhas...Reparem na insistência incidência de diminutivos na alcunha playboyziana. Seria uma mistura de complexo de Peter Pan com o de Édipo daqueles que se recusam a crescer e largar as tetas das mães?

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Grama do Governador Arruda



Arruda plantou grama batatais em um canteiro de alguns metros quadrados. O plantio não ficou muito bom, ta tudo torto, parece que foi feito por um jardineiro míope. De qualquer forma, parabéns ao Governador Arruda por mais esta faraônica obra. O canteiro deve ter sido projetado por Niemeyer. As gramas devem ser mutações transgênicas de uma pesquisa milionárias da Embrapa para que elas nunca precisem ser podadas ou regadas.

Obrigado Governador! Ainda bem que contamos com verba pra publicidade suficiente para que sua administração seja divulgada. 

A propósito governador, pintaram o meio-fio da minha calçada e não vi nenhuma placa! Que mancada da sua equipe!!  

Outra vez, Niemeyer...


Abro o tablóide Correio Braziliense e tenho a triste informação que além da torre de TV Digital de 64 milhões de reais, Niemeyer agora fez um projeto de outra praça de cimento na Esplanada. Tudo muito velho, tudo muito caro, tudo muito inútil...De acordo com Niemeyer, a praça se chamará a “Praça do Povo” que paradoxalmente guardará a história de nossos ex-presidentes. Collor, Itamar e FHC estão lisonjeados. A praça terá um obelisco de cimento de cem metros de altura. O governador Arruda, antevendo mais uma oportunidade de desviar verba pública, já deu o veredicto sobre a nova obra: - Vamos Fazer!!

Enquanto isso, cada dia de vida de Niemeyer vai causando mais prejuízos a população. É bom relembrar uma velha aclamação. Morra Niemeyer!:

http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/01/morra-niemeyer.html

Ao Citibank, com amor.

Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking.
São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484
Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.
Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking. São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484 Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.”

Querido Citibank, teço algumas observações sobre a mensagem acima:

1 – Não me admira que este banco esteja falindo.

2 – Gostaria de dizer que suas desculpas não foram aceitas.

3 – Se você não reconhece esta informação, muito menos eu. Eu não reconheço e ainda tiro a sua legitimidade de reconhecer as minhas.

4 – Já tentei novamente e não deu certo. Não adianta pedir por favor. Fiz porque quis e não por que você foi educado.

5 – Eu tenho várias dúvidas mas não to afim de perder meu tempo e minha paciência ligando para uma máquina. Se bem que prefiro a ignorância das máquinas que a dos homens.

6 – Moro em Brasília e não em Demais localidades. Este banco falido deveria saber que existem lugares além de Rio e São Paulo.

7 – A propósito, o sistema financeiro é tão burro que me enche de créditos. Breve juntarei todos os créditos de meus três bancos e de meus três cartões e vou sujar o meu nome como nunca um ser humano sujou na vida. Depois disso, para me encontrar na praia ou na puta que o pariu, ligue para o número que vocês quiserem , pois não vão me achar de qualquer forma.

8 – Não vou pagar conta nenhuma enquanto vocês não arrumarem essa joça!


Ao citibank, com amor,


Escapista. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Viva Farouk e Hamdam!

Você pensa que o brasileiro é um povo hospitaleiro, feito de pessoas alegres, com aquele malemolejo tupiniquim que só a gente tem, calor no tratamento que nenhum outro povo possui, com muito carnaval e samba no pé para os estrangeiros acharem nosso país o melhor do mundo? Então você precisa saber como tratamos os refugiados palestinos que aqui estão.

 

Os palestinos que aqui chegaram não recebem orientação, não possuem assistência médica e são enxotados para onde a ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) determina. De preferência pra Mogi das Cruzes, para bem longe deles. Longe de Brasília. Se no Brasil as pessoas são livres, é fato que uns são mais livres que os outros. Os palestinos são renegados a invisibilidade social de pedintes transeuntes. Nem isso. A mendicância é um ato que requer comunicação, o que relega o palestino abaixo da linha da miserabilidade. Os palestinos refugiados nem aulas suficientes de português recebem. São deixados no país assim como se deixa boi no pasto.

 

O posicionamento do nosso corpo diplomático, que no Itamaraty aprende a diferença dos tipos de talheres e como soltar flatos de modo requintado nas festas regadas a uísque contrabandeado, é absolutamente de omissão. Os nossos diplomatas com seus neurônios aristocráticos devem somente pensar: - Fodam-se! Que se deem* por satisfeitos em não tomarem no Brasil um míssil israelita em suas cabeças piolhentas!  

 

Quem sente na pele o tratamento hospitaleiro brasileiro são os senhores Farouk Mostafa Mansour e Hamdam Abu-Sitta, dois idosos palestinos que não falam português e que gostariam de ficar em Brasília e receberem tratamento médico. Farouk e Hamdam em nada foram atendidos e por isso acamparam em frente a requintada sede brasileira da ACNUR no Lago Sul. Lá, Farouk descobriu que os únicos funcionários que cumprem expediente são o porteiro e o segurança. Aliás, Farouk teve uma grata surpresa ao saber que uma tal sra. Margarida, mais uma meretriz com imunidade diplomática, trabalhava na ACNUR. Margarida jogou sua picape com placa azul sobre a calçada com o intuito de atropelá-lo em sua barraquinha. Hamdam, por sua vez, vive sendo despejado em albergues e lugares para tratamento de senis.    

 

Farouk e Hamdam não estão pedindo nenhum favor, somente que a ACNUR e o Brasil cumpram a Convenção para Refugiados firmada pela ONU em 1951, o Protocolo de 1967 e a lei 9474/94. Mesmo acampados como mendigos e tomando banho e fazendo suas necessidades no Lago Paranoá, embaixo das fuças da vizinhança rica e pomposa do Lago Sul, os velhinhos Farouk e Hamdam continuam sonhando com uma Palestina livre. Continuam invisíveis perambulando pelas ruas de Brasília e comendo frutas do chão.

 

*"Deem" sem circunflexo. Repare que os nossos diplomatas já usam o novo acordo ortográfico desta primitiva língua (sem trema) portuguesa.  Eu, como guerrilheiro, ainda prefiro a gramática da Juliana Paes: http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/10/novo-acordo-ortogrfico-by-juliana-paes.html

Sobre Macacos e Essências


"A vida nesse planeta é preciosa em si, independentemente de qualquer alusão a hipotéticos mundos superiores, a eternidades, a existências futuras. O fim da vida é viver. Corpo e alma, instinto e inteligência, são manifestações igualmente divinas e têm o mesmo direito à existência. O homem, por natureza diverso e incoerente dentro da sua unidade, deve ter o espírito aberto a todas as diferentes formas da verdade, deve aceitar os seus eus múltiplos e, com todos eles, viver intensamente. Dos 'excessos equilibrados' resultará a rica vida do homem integral. Todos os 'excessos não equilibrados' - a mortificação ascética como a libertinagem embrutecedora, o intelectualismo puro como a caça ao dinheiro ou aos prazeres fáceis - são pecados contra a vida e portanto outras tantas formas de culto da morte".


Foi Aldous Huxley quem o disse.

A Roupa do Rei de Roma


Bush pai (distraído), Obama, Bush filho, Clinton e Carter (afastado) realizaram um encontro histórico nesta última quarta-feira. Os presidentes de gerações diferentes almoçaram juntos para gozar do histórico e compartilhado sucesso do projeto mundial que executam no mundo a algumas décadas.

Ainda tem gente que pensa que agora as coisas vão mudar. Nem a cor da roupa de quem vai e de quem chega são diferentes, como se a cor do recheio quisesse dizer alguma coisa neste escritório.

Republicanos ou Democratas, todos os fascínoras concordaram com o paradigma megalomaníaco romano adaptado aos tempos atuais devidamente relembrado por Bush filho antes mesmo de servirem a salada: a importância do papel de liderança dos EUA no mundo.

Essa é a cara da verdadeira miséria, acreditem. Essas pessoas representam aqueles que não aparecem. Mas estes também têm nome, ou melhor, sobrenome, e estão por aí: Rothschild's e Rockefeller's são tão conhecidos como a graduação da impunidade que acompanha a história de suas riquezas. Seus filhos também usam ternos escuros e de bom corte, às custas da nudez famigerante da população deste mundo liderado por eles.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Obituário: Touro Bandido


Ao lado de uma notinha bem pequena dizendo que Israel, após 500 mortos palestinos, continuará a bombardear a Faixa de Gaza, fixo a atenção em uma notícia maior: Morreu o Touro Bandido! Teve matéria no Fantástico e tudo (nessas horas eu me pergunto quando acaba a concessão Pública que autoriza a Rede Globo a transmitir conteúdos de grande relevância para a sociedade brasileira). O touro contracenou com o ator Murilo Benício na novela América e Glória Perez, em seu blog, lamentou o falecimento, dizendo que touro Bandido era rei! Foi enterrado com pompa de Chefe de Estado na Arena de Rodeio em Barretos.

Viva o Touro Bandido! Já pensou se enterram todos os bandidos como chefe de Estado? Ia faltar Arena em Brasília. Bandido deixou mais de 70 filhos (outras tantas viúvas), 2 mil semens congelados e, pasmem, 4 clones! Bandido em Brasília também deixa seus filhos (vide os Sicranos Junior’s e Fulanos Filhos que andam pelo Congresso Nacional), mas clone já seria demais!

Câncer de pele. Irônico, tendo em vista que Barretos possui um dos melhores centros de tratamento de câncer no Brasil. Touro Bandido não quis se submeter à sessões de quimioterapia. Não ia nem precisar pegar fila. Em Barretos ganhará uma estatua de bronze em tamanho real. Neste ponto, os políticos vencem. A estátua de bronze do memorial JK é três vezes maior do que o Juscelino.

Vá com Deus Touro Bandido! Seria melhor ter virado bife para alimentar a corja faminta de humanos. Virarás Estátua! Que venhas como rato de esgoto na próxima reencarnação!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Dia Universal da Ressaca


O primeiro dia do ano é feriado internacional em menção à paz e à confraternização universal. Bobagem, todos sabemos. Cada ano temos uma guerra nova. E sempre há "motivo" para tais empreitadas: econômicos, religiosos, econômicos, políticos ou econômicos, não importa.


Tive uma vez uma professora de história casada com um potencial homicida. Ela nos contou que seu marido adorava dar tiros eventualmente, como "esporte". Mas havia um problema: a munição tinha prazo de validade. Contáva-nos que, mesmo sem muita vontade, volta-e-meia o marido se obrigava a dar tiros por aí para não perder a munição já comprada. Ao seu modo, ela nos fazia pensar sobre a indústria da guerra...


E 2009 já começou fraterno e pacífico pelas bandas do Oriente Médio. A foto do reveillon na Faixa de Gaza mostrou que os foguetes de marcas israelenses não são os mais indicados para se celebrar. Resumindo: seria mais legítimo mudar o nome deste feriado para Dia Universal da Ressaca. O nome simbolizaria algo real, compartilhado neste dia especial por toda a humanidade. Enfim, algo que de fato nos une, ao contrário da paz e da fraternidade.


Fronteiras apenas nos apartam. Portanto, não possuem valor real nem legítimo.