quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Guerrilha-Retrô 2008


Enquanto veículo de expressão, também nos sentimos no direito de fazer a nossa Retrospectiva do ano que termina hoje. Não faltou assunto. Sobrou foi preguiça. Todo modo, por maior que fosse o nosso esforço, não daríamos conta de “prestigiar” a tudo e a todos a contento. Então, arbitrária como toda seleção o é, e preguiçosos como de costume, vamos apenas “catalogar” nossa produção anual, de forma bastante simples, mesmo porque nada é tão deprimente quanto relembrar amiúde as mazelas passadas. (Felizmente a Globo se deu conta disso e passou a retrospectiva para antes do dia da festa, mesmo correndo o risco de não noticiar a queda do Cometa Halley em Minnesota, ou coisa parecida, que pode acontecer nesse meio-tempo).

Nas 146 postagens do ano, por alguma razão que consideramos justa, em 2008:

FALAMOS MAL, DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Madeleine, Ana Maria Braga, Brasilienses, Niemeyer, Denise Rothenburg, Polícia Militar de Goiás, Polícia Militar do DF, Polícia carioca, Polícia gaúcha, Polícia catarinense, Instituições financeiras, Instituições políticas, Instituições jurídicas, Brasileiros, Beto Carrero, Nelson Pelegrino, Timothy Mulholland, Pedro Brito, Loterias, Sérgio Naya, UnB, Estados Unidos, Eurico Miranda, Orkut, Xuxa, Miguel Jorge, coronel Paulo Roberto Mendes, Vaticano, Goiás, Plínio Araújo, Lauro Trevisan, carro Tata Nano, Missionário Ronildo Peçanha, Guerrilheiros do Planalto, Grande Colisor de Hádrons, UFO Detector, NET, Ronaldo Nazário, Kirsty Coventry, russos, Lula, Vaclav Klaus, Grazi Fantini, Colégio Militar brasiliense, padre Adelir de Carli, George Bush, Bento XVI, Claudio Ricci, Rede Globo, Brasília, Correio Brasiliense, Ziraldo, Google, Ram Bomjan, Dourados News, Gyselle Soares, BBB, GDF, Marcelo Valle Silveira Mello, Vital do Rêgo Filho, Zuleido Veras, Juliana Paes, Nomofóbicos, Ângela Guadagnim, Street-Fighter, Silvestre dos Santos, cariocas, Silvio Berlusconi, Louro José, Cinema brasileiro, ANCINE, Fernanda de Bretanha, Igreja Universal, Maranhão, Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, gaúchos, Luana Piovani, Dr Pepper, Obama, Ciro Gomes, Madonna, Natal, USB Rocket Launcher e Walter Brito Neto.


FALAMOS BEM (ou nos compadecemos), DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Maconha, Prostituição, Chris Rock, México, Dalai-Lama, Flavio Bazzo, cadela Laika, Raimundo Nonato, bebidas, Kikolai Malakhov, transexuais e homoafetivos em geral, Guerra Junqueiro, Lo Prado, Tim Maia, negros, Desidério Felippe de Oliveira, Falcão do Rappa, José Wilker, Dercy Gonçalves, Luiza, João Ubaldo Ribeiro, gaúcho da dinamite, Negro Jobs, Fernando Gabeira e o Guns N’ Roses.


Já que assunto não vai faltar mesmo, esperamos um ano novo com mais energia para guerrear. Sigamos em frente, Guerrilheiros!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A benção do Silêncio


Bush conseguiu se esquivar, mas isso é o que menos importa. No mundo árabe, não existe maior insulto do que atirar os sapatos em alguém. Agora estão tentando provar que o jornalista iraquiano estava drogado. Patético!

Por falar em drogas, nosso Presidente, ao ser questionado ontem na grande reunião de cúpula da América Latina sobre o episódio, perdeu uma daquelas extraordinárias oportunidades de fazer silêncio:

"Aqui, por causa do calor, se alguém tirar o sapato a gente vai perceber antes de atirar por causa do chulé"!!!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Já vai tarde!


Pouco sei sobre Walter Brito Neto. Elegeu-se vereador da capital da Paraíba com 22 anos e hoje, deputado federal, tem lá seus 26 anos.

Hoje, ao vê-lo andando perdido pela Câmara dos Deputados, como um zumbi bêbado, tive uma felicidade inexorável. Walter Brito amanhã perderá o mandato de deputado por infidelidade partidária. Pensei comigo mesmo: Já vai tarde seu playboy de merda! Quase disse isso em seu ouvido, bem baixinho, porém, na sua condição de ainda parlamentar, eu estaria preso por desacato. Amanhã, quando ele for ex-deputado, passarei o recado. Pensei em entrar em seu gabinete e gritar para os seus lacaios: “Aproveitem a teta que é o último dia seus inúteis”. Não o fiz por pura preguiça. 

Pausa em meus pensamentos, lembro que o fim do ano chegou e eu, proletário, só tive uma semana de férias. Fico ainda com mais raiva do fedelhinho deputado ao vê-lo vermelho como um pimentão, em plena quarta-feira, queimado de sol. Pura inveja...

Não tenho nenhum motivo para odiar Walter Brito Neto. Ele é inofensivo. Quase não fala, quase não trabalha. É só mais um deputadozinho do baixo clero que se apazigua com uma verbinha qualquer. Como a maioria dos políticos jovens, Walter Brito se valeu do Neto de seu nome, assim como outros se valem do Filho ou Júnior. Ele é só mais um exemplo vivo de que todos os políticos deveriam ser esterilizados para que suas crias não dêem continuidade em seus trabalhos.  Walter Brito Neto ainda é estudante, nunca trabalhou. Na página da Câmara, no que se refere a profissão, consta um grande espaço em branco. 

Uma busca no Google e descubro que Walter Brito Neto é da bancada evangélica e combate qualquer direito que possa ser concedido aos homossexuais. Walter Brito entrará para a história como o primeiro deputado a perder o mandato por infidelidade. Desejo mal para todos os políticos, inclusive os inofensivos e os suplentes que entrarão em seus lugares. Político é como mosca. Como diria Raul Seixas, se mata um, vem outro em seu lugar. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sugestão para o Natal

Da sociedade de consumo que nos coloniza estamos sempre buscando novidades, especialmente nesta época tão feliz para ela. Com exclusividade, os Guerrilheiros oferecem uma sugestão de presente para o seu filho. Lembre-se que nessa era cyber não tem mais graça brincar de guerrinha com pistolas d'água.

O USB Rocket Launcher (fabricado por alguma empresa de "brinquedos" USA idiota e boçal como sua população média) é um lançador de foguetes usb com 360 graus de rotação horizontal e 45 de inclinação vertical, que lança seus projéteis a 6 metros de distância, oferecendo uma área de cobertura de uns 113 metros quadrados. O brinquedo é tão divertido que com uma simples WebCam acoplada você pode fazer isso:

Vejam que sensacional. Aproveite mais essa oportunidade para construir um mundo pior para o seu filho. Quem sabe você não aproveita e brinca junto, servindo de alvo?

Recordações natalinas


Eu não gosto do Natal. Fico sempre mais melancólico do que de costume. Esta data, como outras tantas, foi construída para estimular o consumo, como todo mundo sabe. No momento em que vivemos somente para ter crédito para consumir, assuminos uma identidade que não é originalmente nossa. Vem de outra sociedade, que inclusive é aquela que mais se beneficia com nossa assimilação do seu jeito de existir.


A assimilação é tão profunda, que somos obrigados a aturar papais-noel de roupa de esquimó em pleno verão, além das estúpidas renas que jamais um brasileiro viu na vida. Na minha infância, era comum jogarem talco sobre o "pinheiro" de plástico para simular a neve. Com o suor comum da época, lembro que aquele talco esfumaçava o ambiente até grudar na pele. Era um horror...


Todo mundo se endividava para "agradar" uns aos outros. Nós, as crianças, só nos preocupávamos com a meia-noite, horário em que éramos liberados para atacar os pacotes, quando havia mais de um. Felizmente, como era Natal, nossos pais nos deixavam ficar brincando na rua durante a madrugada. Sempre alguém da rua ganhava uma bola. Meu irmão gostava muito da ceia também. Eu, nem tanto. Por isso, para mim, depois dos presentes, ficar brincando na rua de madrugada era a melhor parte. Nem sei se isso ainda existe, mas era divertido.


Mais "adultos", o Natal virou para nós uma excelente desculpa para fazermos merda, como nos embriagar ou querer jogar talco no "pinheiro". Até que nem reunir a família ficou mais tão divertido. Ninguém mais tinha saco de fingir que era legal. De se obrigar a se divertir. De se obrigar a se mostrar feliz perante aquelas pessoas que literalmente te neurotizaram ao longo da infância: pais, irmãos, avós, tios, primos... Apesar de haver algozes e algozes, a bem da verdade é que ninguém escapa.


Se você nasceu no berço de uma família cristã romântica e parnasiana, desconsidere minhas palavras. Aproveite o Natal do seu modo, com seus pais ainda casados e felizes, que inclusive acabaram de adotar uma criança em sua viagem pela Pastoral Infantil à Etiópia, no último inverno. Os avós, lúcidos e bem-casados, não sabem se celebram mais o novo netinho ou a sua gravidez. É claro que você, no alto de seus trinta anos, já se formou, casou com o melhor partido cristão da cidade, e já está a espera do segundo filho. João Pedro completa um aninho no mês que vem. Tudo isso com a benção de Deus, naturalmente.

Então, nesta data tão especial, quando o Ocidente realiza seu grande potlatch, relaxe se você se achar nadando contra a maré. Além de não estar sozinho nessas águas, há sempre de se aproveitar o feriado, seja do jeito que for.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Madonna, (não) vim aqui só pra te ver

Quando assistia via internet ao Jornal Nacional sexta passada, deparei-me com a matéria intitulada Vim aqui só para te ver, sobre a chegada de Madonna ao Brasil dando continuidade à turnê sul-americana que já passou pela Argentina e Chile.

Nada daquilo que vi me surpreendeu: fãs acampados há dias no Maracanã aguardando o primeiro show, outros tantos aquartelados por sua miséria na vigília instalada em frente ao hotel, ansiando por furtiva aparição na janela, quiçá acompanhada por algum gesto que apenas lembre um aceno. Esperar por mais é desnecessário. Vindo da “Diva”, qualquer sinal de interação - peido, arroto, piscadela, não importa - faria qualquer um de seus fãs, simples mortais, sentirem-se melhor do que se padecessem no Paraíso... Exagero meu?


Pelo que vi, os argentinos diriam que sim. No começo, tudo parecia igual. Acompanhei pela TV a chegada de Madonna a Buenos Aires.. À exemplo do que vi sobre o Brasil, por aqui a imaterial girl fez pouca questão de ser simpática. Além dos quatro shows que apresentou, saiu do hotel apenas para se encontrar com a atual presidenta argentina e Ingrid Betancourt - a futura colombiana, ao que tudo indica - na Casa Rosada. Fora isso, nem um aceno, nem um vulto na janela puderam presenciar algumas pessoas que chegaram a se aglomerar em frente ao seu hotel durante o primeiro dia.


À medida que se enchia de caprichos e antipatia, Madonna foi enchendo o saco de seus fãs portenhos. Essas fotos foram tiradas em frente ao hotel, somente UM DIA DEPOIS DE SUA CHEGADA. Mas, onde estão as pessoas e suas barracas? Cadê a confusão, os cartazes e os gritos histéricos? Cadê a imprensa? Cansaram-se, simplesmente. E rápido o bastante para não serem tachados neste blog de imbecis.

No Brasil, M. levou os filhos até a janela do hotel, motivo de comoção devidamente registrada e difundida. E o fez porque havia uma paisagem interessante para lhes mostrar: o mar. Não os brasileiros, que à exemplo de los hermanos, não passam de meros mortais, condenados à contemplação e à devoção de seus mitos construídos.
E vejam como são as coisas: mesmo não tendo paisagem melhor do que as das banhistas que freqüentarão a Praia de Copacabana nestes próximos dias, a estátua de Buenos Aires pôde seguir tomando seu banho de Sol sossegada durante a ilustre hospedagem.

BRIEFING DO SHOW (ou, Preparem-se para sofrer)

Naturalmente, fui a um dos espetáculos, coagido pelo irrecusável convite de uma mulher especial. Não vi nenhum acampamento, tampouco muita frescurada. Numa enorme fila, entramos no estádio ao som de um DJ conhecido pela criação de hits pegajosos, devidamente apropriados por torcidas brasileiras de futebol. Depois de uma hora suando apinhados à multidão, a música repentinamente cessou. Desprovidos de tal distração, tivemos que ceder ao último capricho de quase hora e meia de atraso cada vez mais mortificados, aguardando em pé pela distinta aparição, cada vez mais suados e espremidos.


Começa a chover, mas o calor – literalmente humano - é tão intenso que recebemos a provação como dádiva, algo que ela realmente foi. Quando enfim a imaterial girl se materializou no palco, devidamente sentada em seu deodástico trono, somos quase esmagados pela mentalidade adolescente presente, que avança sobre todos em busca de maior proximidade com o ídolo. Enfim, sobrevivemos para continuar compondo a gigantesca figuração humana do DVD da turnê que estava sendo gravado naquela noite, no estádio Monumental de Nuñez.


Estivéssemos nos anos 1980 ou 90, tenho certeza que eu aproveitaria muito mais a experiência: primeiro porque eu seria adolescente, e como tal, acharia mais graça em ver alguém de sucesso se portando como igual a mim; segundo, porque atualmente não causa a mesma surpresa – e encanto - uma mulher tornar público que dá para todo mundo ou executar pitorescos quadros eróticos com uma guitarra, uma garrafa ou simplesmente um dedo.


Mas não se preocupem. No relativo tempo em que ela está em cena (já que boa parte do set list é apresentado made in videoclipes, produzidos anteriormente para outros eventos, não para seu espetáculo) conseguimos atingir a tal regressão que nos permite pular como virgens ao som daquele contexto vogue. Tudo em nome da folia, que por aqui também se faz, aparentemente com menor grau de subserviência e de idiotização.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Balzac e a renovação existencialista anual


Felizmente, não nasci exatamente no Dia do Palhaço, mas três manhãs depois!

Mas isto não me torna menos palhaço que ninguém...

No alto da renovação de minhas reflexões anuais sobre a existência - diga-se de passagem, agora balzaquiana - dou-me conta que nada essencialmente mudou: continuamos afundados na merda, e gostando, o que é pior.


Ok, ok... Sempre sentimental, vou renovar minhas esperanças na humanidade: Ano que vem cumprirei anos num mundo melhor!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

10 de Dezembro: Dia do Palhaço


Uma homenagem dos Guerrilheiros a todos os brasileiros.


Feliz Dia do Palhaço!

Não acredite em tudo o que você vê


Nada melhor do que um papel de Santa, Anja, Madre ou aberração similar para permanecer reconstruindo uma imagem sacra, deodástica. O espírito natalino serve como uma luva para estes empreendimentos. É o momento de fazê-lo, ainda mais depois da campanha "difamatória" da Igreja Universal e do episódio em seu apartamento, que pegou fogo no último dia 06, quando a rainha, junto com seu reprodutor árabe e o resultado da cruza, provavelmente realizando alguma espécie de ritual, "acidentalmente" incendiaram a árvore natalina. Apesar do garanhão ter chamuscado sua crina, necessitando inclusive internação hospitalar, divulgou-se que nada de mais aconteceu.
Portanto, neste Natal, mais do que sempre, não acredite em tudo o que você vê!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Obrigado Ciro Gomes!


Por vezes sou injusto com alguns personagens. Apesar de raras oportunidades de humildade, de vez em quando eu até reconheço, como agora.

 

Há tempos fiz uma lista com quase uma dúzia de motivos para odiar Ciro Gomes. Não havia nenhum motivo para elogiá-lo,mas agora envergonhadamente venho aqui fazer o mea culpa.

 

Parabéns Ciro! Você não apresentou nenhum projeto de lei. Já se passou quase metade de seu mandato e você não importunou nenhum brasileiro com leis estúpidas. Os outros deputados já apresentaram quase 5 mil projetos patéticos e você nada. Obrigado Ciro! Só faltam mais dois anos. Continue assim, sem nos dar mais trabalho do que a sua existência já nos pesa. O mundo precisa de paz.  Não nos dê mais motivos para odiá-lo.   

sábado, 6 de dezembro de 2008

O Grande Fantasma é incolor



Em complementação ao post do Escapista de 21 de outubro ("E o Morgan Freeman?"), lembrei de "nosso" presidente futurista no "Quinto Elemento". Para piorar a maldade das metáforas, ele exerce o cargo de Presidente da Terra, estando o governo mundial sediado em Nova York, naturalmente.

Muito bem... sendo assim, é chegado o momento de engolir os ufanismos e cair na real: negro ou branco, verde ou caramelo, o Presidente dos Estados Unidos da América do Norte NUNCA SERÁ BONZINHO, até porque, se o fosse, jamais chegaria à Casa Branca. Ele está ali para garantir e viabilizar os interesses dos grupos econômicos que dão sustentação ao seu governo (não confundir a expressão com "país", ou, "população", esta ainda mais demodé). Aliás, em nada surpreendente o uso da máquina estatal para tais fins.

Mas isso, em menos tempo do que imaginamos, será algo do passado, como nós em relação ao futuro prático e complexo apresentado no "Quinto Elemento". Lá, o grande fantasma, que apenas nos assombra atualmente, já se materializou: a implementação de um único governo global. Imaginem que facilidade um mundo com menos burocracias: um só monopólio da força coercitiva; fronteiras livres para negociar a produção dos grandes centros econômicos, da maneira mais rápida e lucrativa possível; uma mesma lei e modelo de punição (não confundir o termo com "Justiça", que é outra coisa); um mesmo sistema bancário, previdenciário, educacional... enfim, o que - e para quem - seja mais lucrativo.

Quando chegar a hora, acreditem: o que menos importará será a cor da pele da nossa Presidência.