terça-feira, 17 de março de 2009

Clodovil morreu! Os deputados mataram o Clodovil!


Tá tudo bem. Ele nem era muito bem um deputado. Mas tentava ser. O estilista Clodovil Hernandes faleceu após um AVC. Menos um deputado. Ficaria feliz se no lugar dele não entrasse nenhum outro. Mas vai. E da pior espécie. Um tal de Coronel Paes Lira, ou coisa assim. Além de coronel, o policial, do alto dos seus míseros 7 mil votos (isso dá menos 5 meses de audiência deste blog), vai utilizar a alcunha de deputado. Desgraça pouca é bobagem.

Voltamos a morte de Clodovil. Mais uma vez, os deputados mataram seus pares antes da hora. Apressadinhos anunciam a morte dos colegas em Plenário enquanto eles ainda estão vivos. Isso aconteceu com o deputado Ricardo Fiúza, quando anunciaram 2 dias antes a sua morte. Aconteceu esse ano com o deputado Adão Pretto. Este foi pior, senadores fizeram discursos emocionados em homenagem ao morto (até então ainda vivo). Agora foi com Clodovil. Meio sem jeito, o deputado Ernandes Amorim anunciou a morte de “um colega”. Ao fundo, ouvia-se os risos contidos. O presidente da Câmara anunciou que a morte era só cerebral, o corpo estava sendo mantido por aparelhos para que fossem extraídos os órgãos. Assim, Michel Temer frustrou as expectativas dos deputados em suspender a sessão e encerrar mais um dia sem trabalhar. “Seria uma falta de respeito nossa estar havendo sessão se ele tiver morrido”, bradou o deputado Carlos William.

Nisto, seguiu uma declaração patética do relator da Reforma Tributária, o deputado Sandro Mabel (dono da fábrica de bolachas que leva seu sobrenome):

Realmente teve morte cerebral. Logicamente é irreversível. A morte ainda não foi anunciada, porque o Clodovil é doador de órgãos e os médicos ainda o mantém em estado cerebral ativo. Então, não se pode anunciar a morte antes de ela realmente acontecer.

Não entendi o deputado Mabel. Ele acredita que pode haver morte cerebral com o cérebro ativo? Tudo muito confuso, assim como todas as coisas que acontecem naquele balcãozinho de negociatas que chamam de Congresso Nacional.


De Clodovil, só restou meia dúzia de polêmicas. Dentre as notórias, foi o fato de gastar 200 mil reais pra reformar o seu gabinete de 30 metros quadrados. Dane-se, o dinheiro era dele. Também houve o episódio com a deputada Cida Diogo. Clodovil disse que ela era tão feia que não servia nem pra ser prostituta. Até hoje não sei se Clodovil insultou a deputada a chamando de feia ou insultou as prostitutas, relegando-as a um nível abaixo dos deputados. Fico com a segunda opção.



Cida Diogo absorveu o insulto e entrou em um regime que a fez perder 15 quilos. Clodovil, do alto de seu salto, respondeu a uma jornalista sobre o fato: "Eu a chamei de feia, não de gorda!"


O Coronel suplente não quer saber de história. Comemorou a morte de Clodovil com tiros pro alto. Quase 500 mil votos jogados no lixo...

2 comentários:

TAD-SNIPER disse...

Ao menos o cara tinha lá sua coerência. Dentre tantas, minha preferida sua era:

"É claro que vou precisar de apoio, porque sozinho a gente não consegue nem se masturbar - tem de pensar em alguém". (Folha de São Paulo, 2006)

Anônimo disse...

Essa foi boa!rs


Alice
Cbá-MT