Existe (ainda?) uma área verde "infelizmente" muito bem localizada dentro do desenho urbano da cidade. Enquanto a necessidade habitacional da região clama desde os tempos de Lúcio Costa por habitações para as classes populares, que estão depositadas em centros de erradicação de pobres pela grande Brasília (com estatuto de grandes bairros ou mesmo cidades), os canalhas de plantão decidiram desmatar toda uma área riquíssima ambientalmente para criar um luxuoso bairro para outros canalhas e suas famíliaS, o tal do Setor Noroeste.
Acontece que existe uma ocupação indígena no lugar, e ao contrário daquilo que os canalhas e seus braços de poder estatais apregoam, o Santuário dos Pajés não se trata de uma invenção recente ou o que seja. Muita água já correu por esse rio nos últimos anos, desde quando os tratores começaram a derrubar tudo e as forças coercitivas começaram a intimidar os indígenas e seus apoiadores das formas mais torpes e covardes que se possa imaginar. O governo do Arruda-de-má-sorte/ Paulo Occcctávio conseguiu na cara dura e força bruta mesmo, durante a sua permanência na mina de our, digo, GDF, desmatar 900 hectares do lugar para a construção de um "bairro ecológico" com um dos metros quadrados mais caros do país!!! Perae que eu preciso limpar o meu vômito... ... ... ... Ok. Se você também gosta de sentir indigestão, uma pesquisinha rápida no google pode ilustrar com mais e mais e mais detalhes essa mixórdia criminosa.
Eu já sabia que o GDF e a Terracap (OBVIAMENTE), junto com o IBAMA e com o IBRAM haviam descumprido descaradamente a lei de licença ambiental (item 2.35) que prevê análise de qualquer intervenção dessa natureza (desculpem-me pelo termo) a partir do resultado de Laudo antropológico que indicaria o tamanho real do território indígena a ser preservado. O Laudo saiu, OBVIAMENTE com uma metragem (50 Hec) que é infinitamente inferior ao reclamado pelos indígenas, que a rigor ficariam em uma espécie de parquinho devidamente cercados pelo concreto do tal bairro ecológico. Não obstante, as construtoras inclusive têm realizado pré-vendas de apês a serem localizados exatamente sobre a área do parquinho, porque, evidentemente, sabem que a retirada dos indígenas e o desmatamento sumário do local é apenas uma questão de tempo e, como sabemos, tempo é dinheiro, então, melhor adiantar a corretagem de todo o lugar.
A demarcação do Santuário é parte do processo administrativo da FUNAI nr. 1.607 que corre desde 1996. Volto a esse tema agora porque li estarrecido que os técnicos responsáveis pelo laudo informaram que o tal processo 1.607 simplesmente DESAPARECEU dentro da própria fundação indigenista do país!!! DESAPARECEU!!! SUMIU!!! MANDRAKEOU-SE!!!
O post está ficando muito grande e sei que muitos tem preguiça de ler muito na Internet, esta que é dotada de sua lógica imediatista e alienante como o padrão twitter de qualidade. Então encerrarei por hora esse tema com o seguinte apelo/ campanha:
POR UMA COMISSÃO DE LIDERANÇAS INDÍGENAS DE TODO O PAÍS PARA A PRESIDÊNCIA E O ALTO CLERO DA FUNAI URGENTE!!!
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