terça-feira, 2 de outubro de 2007

O BOBO DA CORTE


O senador Eduardo Suplicy (PT/SP) foi flagrado ontem ao furar a fila do check-in da TAM no aeroporto de Congonhas. Para Folha de São Paulo o senador pediu desculpas: "Não devo fazer isso. Peço desculpas. Aconteceu porque saí de casa atrasado". A desculpa do senador não faz muito sentido, assim como quase tudo que ele fala. Sua capacidade retórica é conhecidamente pífia. A partir do momento em que se faz a fila do check in, nenhum avião vai partir deixando os últimos da fila sem embarcar. Por meio de nota, o senador disse que, só após ser atendido, se deu conta "de que havia passageiros que estavam em uma fila". Não existe desculpa mais boba.

A maior plataforma do senador Eduardo Suplicy é ser bobo. Bobo no sentido banal e infantil da palavra, o que o dicionário Houaiss classifica como aquele que é destituído de razão ou cujo intelecto é deficiente; idiota, pateta. Que me perdoem os quase 9 milhões de paulistas que votaram nele (entendo perfeitamente que possa ter sido por falta de opção).

É com a imagem de bufão incapaz que Suplicy angaria o voto de milhões de paulistas. O eleitor se identifica com a incompetência de quem não consegue emplacar nenhum projeto, com a incapacidade de se fazer entender em seus discursos (ou até mesmo que alguém preste atenção), com o suposto liberalismo de quem é a favor da descriminalização da maconha, casamento gay, andar nu pela praia, ou qualquer outro tema pormenorizado que gere alguma pauta para o jornal da noite.

Suplicy não se importa e continua se movendo pela mídia. O Marcelo D2 (cantor cultuado por adolescentes) foi preso por apologia às drogas? Lá está Suplicy para defender o incauto e aparecer na televisão. A MTV está fazendo uma festa para premiar os melhores clipes do ano? Lá está Suplicy para cantar “Blowing in the Wind” com seu filho mais perturbado (fruto da oligofrenia do pai com a esperteza da mãe). Em todo lugar que Suplicy está, o senador é requisitado a cantar a música de Bob Dylan. Tudo começou com uma das cenas mais patéticas e constrangedoras do Plenário do Senado Federal, em discurso exigindo a retirada de tropas americanas no Iraque (o casamento gay não estava dando muito Ibope na época), o ingênuo senador cantarolou a música sob os risos de seus pares congressistas.

Suplicy foi traído pela esposa com um argentino. Esposa esta que possui mais influência partidária e política do que ele. Quer tragédia maior que isso? O brasileiro se identifica com as tragédias. Grande parte da rejeição de Marta Suplicy se deve a traição ao senador do que qualquer outra coisa. E assim caminha o Suplicy, de forma patética, fracassada e sob risos, com o eleitor sempre se identificando com ele, e ele com o eleitor.

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