Segunda-feira, 14 de Julho de 2008, 16:22 (http://www.douradosnews.com.br/)
"Confira o resultado da última enquête do Dourados News “Qual destes nomes teve maior importância para Dourados?”, e o remanescente de famílias escravas, Desidério Felipe de Oliveira foi o nome escolhido pelos internautas como tendo maior relevância dentro da história do município de Dourados. Ele obteve 221 votos, contra 190 de Marcelino Pires, 52 de Weimar Gonçalves Torres, 39 de Marçal de Souza e 29 de Joaquim Teixeira Alves.
Segundo a história oficial, ele teria nascido em 1867, no Estado de Minas Gerais, e chegado no Mato Grosso do Sul por meio de uma comitiva de boiada, na região da Vista Alegre, localizada no município de Maracaju. Nesta cidade, conheceu uma índia Terena, de nome Maria Cândida de Oliveira, com quem se casou e teve os quatro primeiros filhos. Na primeira década do século XX, Dezidério e sua família chegaram a então Vila Dourados, comarca de Ponta Porã, onde nasceram seus outros oito filhos.
Em Dourados, Dezidério teria conseguido a aquisição de 3.748 hectares de terra, originando a Fazenda Cabeceira de São Domingos, localizada no atual Distrito de Picadinha, onde teria montado uma estrutura agrícola/comercial. Em suas terras produzia, para subsistência, arroz, feijão, mandioca, e mantinha criação aves e porcos. Como atividade econômica, criava gado e mantinha o cultivo de erval, o qual comercializava em Campo Grande, enviando sua produção através dos carros de boi. Outro ramo econômico desenvolvido por Dezidério foi a formação de cafezal.
Dezidério Felipe de Oliveira faleceu no ano de 1935. Atualmente, quatorze famílias descendentes de Dezidério residem na área que restou da Fazenda Cabeceira de São Domingos e outras vinte e uma famílias estão morando em bairros periféricos de Dourados. Essas famílias descendentes do pioneiro Dezidério, recentemente organizaram a Associação Rural Quilombola “Dezidério Felipe de Oliveira”.
Atualmente, famílias negras que se dizem descendentes de Dezidério lutam na Justiça para conseguirem terras da região da Picadinha que segundo eles teria sido grilada por proprietários rurais. Os produtores negam tal fato, e dizem possuir documentos que comprovam a inverdade dos fatos. Apenas 40 pessoas que se afirmam remanescentes de quilombolas vivem nas propriedades da Picadinha com lavouras de subsistência, por outro lado, uma usina de cana-de-açúcar que será instalada na região, dever produzir sozinha depois de plenamente instalada, 150 milhões de litros de álcool e 260 mil toneladas de açúcar cristal.
A enquete do Dourados News não teve cunho político e teve duração de exatos sete dias, não buscando portanto privilegiar nenhum dos cinco concorrentes ou seus descendentes. Cada IP de computador teve direito a no máximo um voto por dia".
Parabéns também aos outros 220 "dourados" que, como eu, contribuiram para esta importante conquista de visibilidade, mesmo o texto do Jornal ter mostrado o quão pelego o tablóide é. E sorte às famílias que lutam por sua terra. Vocês hão de vencer!
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