Enfim findou-se o fatídico mês de setembro. Mês de luto quando alguns sádicos comemoram no dia 7 a “independência” do Brasil. Quem teve a infeliz idéia de sermos independentes fomos nós mesmos. Ao estilo brasileiro, com “jeitinho”. O colonizador cria o Estado no grito e fica por aqui mesmo, mandando em tudo. Não precisa derramar uma gota de sangue, aqui não se faz revoluções derramando sangue. Até hoje, em nossas grandes cidades, derramam-se litros deles sem mudar nada. Revolução aqui é no jeitinho.
O que seríamos hoje se o Brasil colônia fosse? O trânsito livre de nossas prostitutas seria oficializado na Europa. Sem atravessadores (cafetões) ou passaportes falsos de hoje. Nossa mão de obra continuaria a ser baratinha, do tamanho da nossa qualificação. E o melhor de tudo, não precisaríamos de nossos políticos. A Europa que trate de arranjar seus próprios interventores corruptos para nos saquear. Mais de 5o mil vereadores, 5 mil prefeitos, não sei quantos deputados estaduais, outros tantos federais, senadores, governadores, burocratas da corte, arranjem tudo por conta própria! A metrópole que se vire!
Seríamos tal qual uma grande Guiana Francesa. Vejamos: 1.300 euros de salário mínimo, 35 horas semanais de trabalho... eu topo! Aqui no Brasil muito doutor tem que trabalhar mais pra ganhar isso. Em troca seríamos explorados e dilapidados em nossas reservas naturais. Justo. Também continuaríamos pagando o Quinto de tudo que produzíssemos. Ahh, o Quinto!! Saudoso imposto. Bons tempos em que só pagávamos 20% pro leão ou pra qualquer portuga. Hoje, trabalhamos mais de cinco meses para pagá-los, e mesmo assim temos que arcar privadamente com segurança, educação e saúde. Quem sabe até não conseguíssemos abatimento em troca de nossas novelas. Sim, eles consomem isso também, prova que nem só de espertezas vive uma metrópole. Ficaríamos contentados com essas beradas. Tudo, como não haveria de ser diferente, no jeitinho. São apenas devaneios do que poderíamos ter sido. Maldito 7 de setembro!
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