A arte de ser brasileiro é a arte de não aprender. Somos ignorantes por natureza. Nós nos recusamos a aprender. Não aprendemos nem por repetição. Esta é a nossa sina. Aqui, quem lê meia dúzia de livros meia bocas ao ano já está anos luz dos outros ignóbeis e aptos a galgarem títulos de doutores e ocuparem cátedras universitárias. Seria engraçado, se não fosse verdade. Fechem o Ministério da Educação! Não serve pra nada. É só mais um engodo na Esplanada dos Ministérios. Estamos fadados e disputar e obviamente perder para as mulas o emprego de puxadores de carroça. Se você pensa como brasiliense, também pode prestar um concurso público. Dá na mesma.
Parem de gastar papel com livros didáticos. Joguemos todos os livros de História fora. História no Brasil não serve pra nada. A gente não aprendeu nada com o desabamento do Osasco Shopping; com desabamento do prédio de areia do Sergio Naya*; com o desabamento do metrô de São Paulo; desabamento da Fonte Nova, estádio do Bahia e também não iremos aprender nada com o desabamento da Igreja Renascer. É assim mesmo. O Brasil é um país que desaba enquanto a massa bovina fica admirando, boquiaberta. Das histórias de desabamento, o que se pode aprender, é que ninguém foi punido. No caso da Igreja, ninguém será punido também. Daqui um mês e um laudo fajuto, ninguém mais fala nisso. As fatalidades acontecem na mesma proporção da liberação de certidões de “Habite-se” feitas nos subterrâneos melequentos das prefeituras.
Caminhando e desabando o brasileiro senta e espera mais uma Copa do Mundo. A justiça desaba junto com as nossas edificações, sobrando só o fétido cheiro da impunidade e dos cadáveres.
* http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html
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