terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Ho-Ho-Ho: Sobre Perus e outros quetais animais

A espécie humana é apenas uma entre milhões de outras formas de vida belas, terríveis, fascinantes e significantes. Não obstante, os não humanos continuam, indiferentemente, a ser explorados, comidos, sodomizados, objetos de experimentação e cativos para o entretenimento humano. Aos recentes questionamentos que vêm sendo levantados sobre esse estado de coisas, a resposta de alguns convoca a um pluralismo étnico pós-moderno segundo o qual dar lugar à alteridade animal não significa abandonar a razão em nome de um vago respeito a algum inefável outro, mas, sim, chegar ao outro por meio de uma ética que não se confunde com uma ética normativa sobre o direito dos animais. Quando bem feita, a consciência eventualmente descobrirá que a alteridade animal não se define pelo pertencimento a um mundo lá fora totalmente estrangeiro, mas constitui-se em uma radical diferença e alteridade que estruturam o humano em seu próprio cerne.

Então, um Feliz Natal Animal pra quem gosta! E pro-raio-que-o-parta o presépio e toda aquela bagacera.

(O explorador de abismos, Derrida, Lacan, Bazzo e outros quetais humanos)

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