segunda-feira, 3 de março de 2008

As super-poderosas mulheres brasilienses



A edição deste domingo do encarte Revista do Correio, do Correio Brasiliense, resolveu prestar uma homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, estampando na capa a foto de quatro gerações de “brasilienses tipo-médio”, com os dizeres: “Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, traçamos um perfil da moradora de Brasília. De gerações diferentes, Vanda, Sara, Clara e Gabrielle representam as brasilienses retratadas nas estatísticas (sic) e na visão de profissionais que convivem com elas (sic): modernas, batalhadoras, bem informadas e exigentes”.

A matéria representa exemplarmente o microcosmo do pensamento de Brasília, a partir do universo feminino da cidade. Basicamente, confundir a cultura do Plano Piloto com a cultura brasiliense significa ignorar o que o termo “Brasília” congrega geograficamente: seu universo satélite, ou seja, as localidades que originam, por exemplo, um exército de mulheres que limpam, cozinham e muitas vezes são as responsáveis imediatas pela criação dos filhos das “super-poderosas mulheres brasilienses”. Importa para alguém saber quem são essas mulheres? Pelo visto não, contanto que terminem seu trabalho a tempo de pegar o metrô para o raio-que-as-pariu!

A cultura Plano Piloto, voltada essencialmente para o consumo ostentador, criou uma rapsódia de si mesma: o que deveria ser motivo de vergonha é motivo de orgulho por aqui. As relações acabam sendo mais superficiais e restritas aos salões de festa dos condomínios e prédios da cidade e às churrasqueiras/ piscinas das casas do Lago Sul e Norte. Ou, ao sempre indecente e hostil ambiente de trabalho candango, aonde cada um pensa em fritar o outro antes de ser frito por alguém. Afetiva ou profissionalmente, as mulheres daqui parecem se encontrar em desvantagem, mas criou-se uma ilusão diametralmente inversa a isso.

A “mulher brasiliense de tipo-médio” retratada pelo jornal (assim como o “homem de tipo-médio” daqui, é claro), é aquela que mora de aluguel numa quitinete no Sudoeste, mas que possui um carro na garagem que eu nem saberia dizer o nome (é que o carro pode ser visto pelos outros, a casa não necessariamente). Dentre outros tipos comuns daqui, esta mulher é a moderna, independente, autônoma, batalhadora, exigente, de sucesso e bem-remunerada, conforme caracterizou a reportagem do jornal. Quanto a isto não vejo problema algum, exceto pelo fato, ignorado pela reportagem, dessas mulheres serem as mais solitárias, carentes e inseguras que já tive a oportunidade de conhecer.

3 comentários:

Anônimo disse...

A pior cidade do Brasil pra se arrumar uma mulher (apesar de que até hoje nào consegui descobrir se aqui é ou não uma cidade), ainda que só por uma noite, sem dúvida é Brasília. Grana no bolso, arrogância na atitude, feiúra na cara, silicone no peito (única vantagem), nada na bunda e hostilidade no trato.

Anônimo disse...

vc deve ser um viado inrrustido,muito pelo contrario o povo de brasilia sempre foi hospitaleiro seu monte de bosta.

Augusto Souza disse...

As mulheres de Brasília me inrritam.Homem gostam de mulheres difíces, mas odeiam mulheres impossíveis.Elas também praticam joguinhos idiotas de soltam "falsos moles".Se uma mulher de verdade resolve dar, por exemplo, as Brasiliense a vêem como uma vagabunda.Como se isso fosse a pior coisa do mundo.E outra: elas só ficam com que é do Plano e funcionário público.Não é só uma questão de ter ou não dinheiro,e sim de onde ele vem.