quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O Bando Calheiros e a rapsódia da justiça


E o mau-caráter, digo, Senador Ray-Ban Calheiros foi enfim absolvido por seus comparsas. Sugiro, por essas e outras, que o epíteto desses canalhas fosse mudado para "sem-pudores". Soa parecido e a população iria assimilar facilmente a mudança. O que é dureza de assimilar é essa baixaria toda. Mas, o que é ainda mais duro de assimilar é o fato de que o povo irá reeleger essa corja nas próximas eleições.
Mas, em quem votar para se abster da cumplicidade? Ninguém se salva. Ninguém. O simples fato de terem optado pela carreira política já os incrimina. Melhor seria se ninguém tivesse que votar.

Voltemos ao Bando dos Calheiros, composto por 46 "sem-pudores": 40 que votaram contra a cassação do líder, mais seis que tentaram se esconder atrás da melindrosa indiferença. Pois saibam que estes batracóides se esconderam atrás da "lei do voto secreto". O "voto secreto", que esconde a cara, mas escancara a falta de hombridade destes depravados, possui uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que demanda sua extinção tramitando há mais de seis anos no Congresso. Profundamente combatida pelos piores bandos (vulgo, "partidos") da Casa, a PEC não se transforma em lei. Os canalhas enrolam sua deliberação, pois sabem que excluir o "voto secreto" significa o mesmo que plantar um cão-de-guarda (homem ou animal) ou câmeras de segurança nas salas em que aplicam seus golpes contra o povo.
O "sem-pudor"Cristóvão Buarque ainda teve um pouco de pudor, devo admitir, ao clamar que a votação fosse ao menos gravada, nem que virasse um arquivo confidencial a ser aberto daqui há 20 anos, sob o risco de se cometer um crime contra a história nacional. Não adiantou. A votação secreta resultou na abolvição de mais um crápula, o que não era segredo para ninguém.

Temo pelo inferno quando esses canalhas morrerem.

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