terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sobre a impessoalidade e a frieza de Brasília


"Cansados da impessoalidade das siglas, os moradores de uma das ruas da QI 21 do Lago Sul decidiram batizar o Conjunto 2 de Rua da Amizade. Vindos de todas as partes do país, eles tiveram a idéia de pintar a placa na entrada do conjunto com algo que desse a cara de como se sentem. Lá, a vizinhança cuida uns dos outros como se fosse uma pequena cidade do interior. Quando alguém passa o fim de semana fora, os amigos ficam de olho na casa para ver se tem algum movimento estranho ou risco de furto. Além disso, existe uma tradição entre os vizinhos. Sempre que alguém se muda para o conjunto, os demais moradores fazem um evento de boas-vindas." Correio Brasiliense na web de hoje.
Quem me conhece, não duvida se eu disser que quase chorei ao ler esta matéria. Quase! Como emigrante, já estou tempo suficiente vivendo nesta cidade para me sentir o maior solitário do mundo! Não sei se a cidade foi imaginada projetanto isso (em muitos lugares não existe nem ao menos calçadas que prevessem o "encontro" das pessoas), mas fato é que as coisas funcionam de outra forma por aqui, mais "impessoais", por assim dizer. Um custo de vida, nada além disso (acreditem: acabamos nos acostumando).
A iniciativa dos "amigos" é louvável e de certa forma anárquica (reparem na foto que eles escreveram sobre patrimônio público. Vindo do Lago Sul, o ato é "bonitinho" e vira matéria no jornal. Vindo da favela, seria visto como pichação, crime). Todavia, a iniciativa é válida e os Guerrilheiros aproveitam para sugerir que a população residente em Brasília adote a idéia, mesmo isto sendo proibido pelo Iphan no Plano Piloto. Mas, por favor, sem hipocrisia. A "rua das farmácias" é a "rua das farmácias" (302 Sul) assim como a "rua das putas" É "a rua das putas" (714 Norte).

Um comentário:

Anônimo disse...

Sacanagem. Na rua das putas tem travecos também.