sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Bom senso não é tão comum"



Já expressei em outras postagens minha desconfiança com relação ao presidente pop-star Barack Obama:



Entretanto devo admitir minha grata surpresa com o exercício de seu primeiro dia de mandato, quando Obama ordenou a desativação da vergonhosa prisão militar e academia de torturadores de Guantánamo, além de ordenar a imediata revisão de todos os processos dos detentos, que poderão emigrar para países europeus.

Também assinou outro decreto impondo aos Estados Unidos à conformação às convenções de Genebra e ao manual do exército de lá no tratamento dos prisioneiros que proibe práticas de tortura em interrogatórios e pediu nesta quinta-feira à sucursal Israel que abra os postos de passagem nas fronteiras de Gaza para que possa entrar a ajuda humanitária e fluir o comércio. Ademais, nomeou como representante e negociador do governo no Oriente Médio o ex-senador George Mitchell, autor de um livro intitulado "Making Peace"!

Mesmo assim, continuo desconfiado: Obama aproveitou para pedir "paciência" com relação à ocupação beligerante estadunidense no Afeganistão, pois a situação é "perigosa" e "vai levar tempo para melhorar".

Vamos ver até quando isso dura. Vou ficar de olho em você, Obama. Como se eu tivesse escolha...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vamos organizar a Suruba!


Com vocês, Marcelo Tas, o professor Tibúrcio do Castelo Rá-tim-bum, embandeirando na entrevista da revista Playboy deste mês, uma velha plataforma dos Guerilheiros:


[...] O Brasil é uma espécie de grande bordel. A palavra “brasileira” na Europa não é um substantivo, é adjetivo. E quer dizer “eu sou puta”. [...] Os gringos chegam ao Brasil e já no aeroporto passam a mão na bunda da policial federal gostosa! [...] O cartão-postal mais vendido no Rio de Janeiro é um de quatro ou cinco mulheres de costas!! Duvido que elas recebam royalties por isso. Então o que eu defendo é: vamos regularizar a situação do bordel. Vamos pagar royalties pras aquelas meninas do cartão-postal, organizar os pontos onde elas ficam, vaciná-las, distribuir camisinhas...Seria uma maneira de a gente deixar de ser hipócrita! Vamos organizar a suruba! [...] Pra mim, isto aqui já é um bordel. Você vai ao Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito, e existe um cardápio de meninas![...] Existem garçons de prostitutas dentro do Congresso! [...]


Excetuando a parte do "Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito" (não, nós não respeitamos), defendemos todas as letras desta campanha. Legalizem a Suruba já!


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A arte da ignorância

A arte de ser brasileiro é a arte de não aprender. Somos ignorantes por natureza. Nós nos recusamos a aprender. Não aprendemos nem por repetição. Esta é a nossa sina. Aqui, quem lê meia dúzia de livros meia bocas ao ano já está anos luz dos outros ignóbeis e aptos a galgarem títulos de doutores e ocuparem cátedras universitárias. Seria engraçado, se não fosse verdade. Fechem o Ministério da Educação! Não serve pra nada. É só mais um engodo na Esplanada dos Ministérios. Estamos fadados e disputar e obviamente perder para as mulas o emprego de puxadores de carroça. Se você pensa como brasiliense, também pode prestar um concurso público. Dá na mesma.

 

Parem de gastar papel com livros didáticos. Joguemos todos os livros de História fora. História no Brasil não serve pra nada. A gente não aprendeu nada com o desabamento do Osasco Shopping; com desabamento do prédio de areia do Sergio Naya*; com o desabamento do metrô de São Paulo; desabamento da Fonte Nova, estádio do Bahia e também não iremos aprender nada com o desabamento da Igreja Renascer. É assim mesmo. O Brasil é um país que desaba enquanto a massa bovina fica admirando, boquiaberta. Das histórias de desabamento, o que se pode aprender, é que ninguém foi punido. No caso da Igreja, ninguém será punido também. Daqui um mês e um laudo fajuto, ninguém mais fala nisso. As fatalidades acontecem na mesma proporção da liberação de certidões de “Habite-se” feitas nos subterrâneos melequentos das prefeituras.  


Caminhando e desabando o brasileiro senta e espera mais uma Copa do Mundo. A justiça desaba junto com as nossas edificações, sobrando só o fétido cheiro da impunidade e dos cadáveres.

 

* http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html

"Renascer": uma noção vaga, pueril e irreal







O casal fundador da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes (que merecem chifres ao invés de narizes de palhaços), cumprem pena domiciliar em sua luxuosa mansão em Miami, avaliada só ela em mais de dois milhões de dólares, por evasão de divisas (agora ele está na cadeia por 140 dias, depois será a vez dela). Não que eles devam sentir muita falta do Brasil, já que por aqui o governo brasileiro pediu a extradição do casal, suspeitos pelo Ministério Público de que o dinheiro das doações dos fiéis seja desviado para empresas particulares de propriedade dos dois*. Diretamente de sua prisão-mansão, o casal enviou a seguinte nota com relação ao desabamento do teto de sua sede mundial, que feriu quase duzentas pessoas e vitimou nove mulheres, destas, sete idosas:

"Estamos todos absolutamente consternados, tristes e pasmos com a tragédia que nos abateu neste domingo, ceifando vidas, ferindo pessoas, trazendo tanto horror. Mas temos que ser firmes, cada vez mais fortes, unidos, para superarmos. Nós temos Jesus Cristo que nos deixou o Consolador, o Espírito Santo. Essa mensagem agora deve trazer esperança e a confiança. E ser viva dentro de cada um de nós. Acima de tudo, nós oramos e pedimos ao Espírito Santo que console o coração de cada um. Nós acreditamos na eternidade com Cristo. As pessoas foram colhidas por Deus. Nós cremos naquilo que a Bíblia nos fala em Filipenses 1:21: 'Para mim o morrer é ganho e o viver é Cristo'. E acreditamos no Salmo 116:15: 'Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos'. Foi uma grande fatalidade o que ocorreu. Não sabemos o motivo. Mas há de haver um propósito para tal sofrimento. Nosso coração está enlutado, sofrendo muito, pelas vidas, pelas vítimas, pela situação, pela calamidade. Esperamos que em Deus possamos ter o entendimento e o conforto desta enorme tragédia. Esperamos que Deus possa enxugar nossas lágrimas com milagres. Nossas orações, nosso amor, nossa solidariedade. Que Deus possa nos abençoar e trazer essa renovação de consolo e esperança, de fé, de forças. Queremos agradecer por esses laços de fraternidade e solidariedade que unem todos os irmãos nessa hora tão sofrida".

Traduzindo mais esta blasfêmia: "estamos cagando e andando para vocês e mais do que nunca necessitamos do seu dinheiro para retomar a obra de Deus".

Não tome o jogador Kaká como exemplo. Os fiéis dessas igrejas são pessoas muito humildes, e, ao que parece, suas vidas valem menos do que suas suadas moedas que sustentam tais projetos megalomaníacos e gananciosos. A publicidade deve estar sendo terrível para a família Hernandes, mas, infelizmente, isto não serve de consolo para ninguém. Que o diga as famílias das vítimas, para quem a expressão Renascer agora não passa de uma noção vaga, pueril e irreal.
* Segundo nota do Supremo, os crimes pelos quais respondem - lavagem ou ocultação de bens e valores - “não estão abrangidos pelo Tratado de Extradição assinado entre Brasil e EUA”.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conheça o final da novela "A Favorita" (ou, "Descortinando A Favorita")


Peço licença aos leitores habituais. Este post se destina preferencialmente a você que perde seu tempo procurando notícias na internet sobre assuntos como a novela A Favorita. Inclusive, escrevi este título pensando na possibilidade você nos encontrar no google. Bem, vou aproveitar sua nobre audiência para comentar sobre esta extraordinária trama.


A novela, que teve a pior média de audiência da década dentre as estréias, virou o jogo e agora bate recordes de audiência por ter conseguido "revolucionar a linguagem da teledramarturgia nacional"*. Insatisfeitos com os índices negativos, a direção do núcleo apertou o jovem autor João Emanuel Caneiro para inventar alguma coisa. Entediado e sem saber o que fazer, provavelmente João acendeu um** antes de se atirar no sofá para rever seus dvd's de Lost. Eureca! Habemus revolutione!


Mas o metodólogo Thomas Kunh não concordaria com isso. Para ele, a revolução é como uma "quebra de paradigmas". Então, não teve revolução nenhuma, porque não teve "quebra de paradigmas". Nesses termos, parece que o aperto da direção do núcleo foi maior, "sugerindo" ao autor a retomada do velho e pérfido discurso moralista cristão, tão ao gosto da população média brasileira quando devidamente transfigurado em "temas polêmicos" que se propõe estabelecer um debate mais profundo dentro da sociedade nacional.


Ah, façam-me o favor! Orlandinho, o gay, sofre um verdadeiro processo de "cura" a partir de sua "natural", pois que não desejada - portanto "orgânica", "natural", "normal" - masculinização. Aliás, algo que não por acaso lhe causa pressões e sofrimentos psicológicos terríveis. Stela, a versão homoafetiva feminina da trama pretende a imagem da mulher cool, bem-resolvida e independente, mas no fundo se trata de uma solteirona infeliz, melancólica e, não por acaso, perseguida pelo pensamento machista herdado de nossa matriz patriarcal rural que, como se percebe, falsamente se pretende criticar na trama. Surpresa por surpresa, se no final Catarina resolver se acertar com Stela, não se supreenda se a paixão entre elas não se consumar em um ardente "beijo de novela". Jamais apareceu um beijo de língua homoafetivo numa novela da Globo.


Exagero meu? E quanto à Dedina, a mulher adúltera? O que mais esperar de tal comportamento senão um final infeliz? Aliás, bota infeliz nisso: literalmente, fizeram a mulher definhar até a morte. Em seu agonizante e desproporcional fim, ela se arrepende e pede perdão tanto ao marido, quanto ao amante!!! Lembram o que ela disse antes da agonia final? " Desculpem por eu ter arruinado a vida de vocês"!!!


Político que se arrepende, confessa seus crimes e vai com gosto para cadeia, depois que o meliante com quem acabara de negociar armas acerta por acaso sua filha na rua , só na televisão mesmo. Naturalmente, Taís Araújo não morreu, mesmo porque, ao contrário de Juliana Paes (assasinada no início da trama), não pretendia um papel maior na próxima novela das oito (ou não foi capaz de consegui-lo). A "surpresa" foi o colarinho branco da vez ser negro. Mas as inversões são totalmente propositais, e não "naturais", como realmente devia valer. Vide a angelical vilã Flora e a rude heroína Donatela. Como se não bastasse, a fugitiva da polícia (Diva/Rosana) também prefere os braços da lei e da "justiça" brasileira ao invés da monótona vida bucólica da qual desdenhou.


E o tema do incesto? Já imaginou? Se imaginou, foi por pouco tempo, pois o mistério acerca de tema tão cristão não podia durar muito, e tudo foi rapidamente "esclarecido": "Harley Mateus" nunca foi irmão de "Lara Fontini"! Assim como você nunca será livre. Portanto, pare de perder seu tempo com novelas e blogs inúteis. E poupe-me deste seu fugaz interesse: até parece que você, lá no fundo, já não sabe qual será o final.


* Fonte: qualquer jornaleco brasileiro disponível online.

** A inspiração cannabica aparece representada em personagens como o alterego raul-seixasiano Augusto César, bisonhamente interpretado por José Mayer.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Perguntar Ofende?


"A luz do sol é o melhor dos desinfetantes" Louis Brandeis (1856-1941).

 

Qual o interesse da Câmara Municipal de Goiânia não ter página na Internet?

Por que a página   http://www.camaragyn.go.gov.br   é fictícia e nunca funciona? 

O que faz a edilidade da capital de Goiás que não pode ser publicizado?

 Como diria o Blog Chapa Branca, o que acontece naquele “balcãozinho de negócios”?

Como votam, quem empregam, quanto custa e o que fazem os vereadores de Goiânia?

Por que a Câmara Municipal de Goiânia se porta como se estivesse em uma cidade de quinta categoria, menos transparente que Itajubá, Cravinhos, Descalvado ou Itabirito...?

Gari Negro Job`s, use a verba de gabinete pra consertar essa bagaça! Queremos ficar no encalço do seu mandato. 

Doca Street: Memórias de um Cárcere Playboy

Setembro de 2006 e R$ 39,90. O preço da livraria escrito a lápis e a data em que comprei não foram apagados. Olhando pra estante, puxo mais um livro que não terminei de ler. Afirmo com poucas chances de falhar que foram os R$ 39,90 mais mal gastos em minha vida desde então. O título é “Mea Culpa”. O autor, um playboy: Doca Street. Doquinha (como era chamado pelos amiguinhos playbas) assassinou a tiros uma das mulheres consideradas mais belas do país, Ângela Diniz, uma socialite caça-tesouro$.

O livro é bestial, piegas e ruim, um pecado mortal ser homônimo do “Mea Culpa” de Céline. Obviamente Doca Street, hoje um sectagenário, nunca leu Céline. As vezes penso o quanto seria bom que eu fosse preso, assim como Doquinha. Moraria e comeria as custas do Estado, e de quebra, teria alguns anos pra ler o que eu quissesse, com direito a "banho de Sol", privilégio que não desfruto com a bunda sentada numa cadeira de escritório.

Doquinha deixou mulher e filho pra ficar com Ângela Diniz. Após uma briga, Doca Street matou Angela com quatro tiros em Búzios. Doquinha fugiu e foi preso. Condenado a 15 anos em seu segundo julgamento, após 2 anos e meio, já estava em liberdade provisória. No primeiro julgamento, amparado por um dos criminalistas (Evandro Lins e Silva) mais caros do país, Doquinha saiu em liberdade com a tese de legítima defesa da honra. Doquinha conta em seu livro o quanto não foi fácil pra ele conviver com este episódio.

Parei de ler na página 50. Faltou 420. O livro não estava fazendo valer as árvores utilizadas para fazer o papel. Na terceira página, Doquinha, como todo palyboy inconsequente sem a mínima noção de justiça, após matar Ângela, bebeu uísque, fugiu pra casa de amigos, cochilou e no dia após o crime já estava nadando em uma piscina, como se nada pudesse alcançá-lo. Doquinha ainda almoçou com a família, fato que ele descreveu como momento alegre que lhe trouxe paz.

No outro dia, a mãe* de Doquinha já apareceu com uma equipe de dois advogados, dois psiquiatras e um analista para o filhinho. “Coitadinho dele, brigou com a namorada e foi obrigado a encher ela de bala” – deveria pensar a velha em retardo já avançado. Nas próximas páginas, tem um incontável número de sobrenomes – Soares; Matarazzos; Júniores e outros cúmplices. Tenho que tirar o chapéu para esta capacidade nominal de memorização dos playboys. O interessante é que, até então, sem dizer o nome ou sobrenome de nenhum, o escritor Doca já passou por três porteiros, dois jardineiros, um motorista e outras 5 camareiras e empregadas domésticas da chácara onde ele se escondeu. Em um exercício literário, Doquinha ainda tenta descrever os dois seguranças-capangas contratados para ajudá-lo a fugir:

“...dois homens que eu nunca vira...o primeiro era um gordinho bem moreno...o outro parecia um índio, bem magrinho. Parecia perigoso”.

Ótimo! Ele mata a namorada, vai tomar uísque, cochilar e nadar na piscina, e o perigoso, pra ele, é o segurança índio que vai ajudá-lo. Fico pensando com quantas copeiras, faxineiras, seguranças, camareiras e motoristas se faz um Doca Street da vida. Os Playboys não amadurecem. Morrem imaturos. Doca escreveu o livro aos 71 anos e continua Doquinha. Vai morrer Doquinha. Ele matou a namorada aos 45 anos com a maturidade de um pré-adolecente problemático. Doquinha's, Jorginho's Guinles, Chuiquinho's Escarpa's** e Alexandre's Nardoni's não envelhecem. Nunca.

Dos R$ 39,90 que gastei, fico pensando que contribui pra mais um golinho do champagne de Doquinha. Esta noite terei pesadelos...

*Os pais dos playboys, que transformam as suas crias em sociopatas imbecis e imaturos pelo resto das vidas, também deveriam ser condenados por toda a merda que seus filhos fazem no mundo e que eles acobertam.

** Doquinha, Jorginho, Chiquinho...inhos e inhas...Reparem na insistência incidência de diminutivos na alcunha playboyziana. Seria uma mistura de complexo de Peter Pan com o de Édipo daqueles que se recusam a crescer e largar as tetas das mães?

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Grama do Governador Arruda



Arruda plantou grama batatais em um canteiro de alguns metros quadrados. O plantio não ficou muito bom, ta tudo torto, parece que foi feito por um jardineiro míope. De qualquer forma, parabéns ao Governador Arruda por mais esta faraônica obra. O canteiro deve ter sido projetado por Niemeyer. As gramas devem ser mutações transgênicas de uma pesquisa milionárias da Embrapa para que elas nunca precisem ser podadas ou regadas.

Obrigado Governador! Ainda bem que contamos com verba pra publicidade suficiente para que sua administração seja divulgada. 

A propósito governador, pintaram o meio-fio da minha calçada e não vi nenhuma placa! Que mancada da sua equipe!!  

Outra vez, Niemeyer...


Abro o tablóide Correio Braziliense e tenho a triste informação que além da torre de TV Digital de 64 milhões de reais, Niemeyer agora fez um projeto de outra praça de cimento na Esplanada. Tudo muito velho, tudo muito caro, tudo muito inútil...De acordo com Niemeyer, a praça se chamará a “Praça do Povo” que paradoxalmente guardará a história de nossos ex-presidentes. Collor, Itamar e FHC estão lisonjeados. A praça terá um obelisco de cimento de cem metros de altura. O governador Arruda, antevendo mais uma oportunidade de desviar verba pública, já deu o veredicto sobre a nova obra: - Vamos Fazer!!

Enquanto isso, cada dia de vida de Niemeyer vai causando mais prejuízos a população. É bom relembrar uma velha aclamação. Morra Niemeyer!:

http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/01/morra-niemeyer.html

Ao Citibank, com amor.

Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking.
São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484
Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.
Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking. São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484 Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.”

Querido Citibank, teço algumas observações sobre a mensagem acima:

1 – Não me admira que este banco esteja falindo.

2 – Gostaria de dizer que suas desculpas não foram aceitas.

3 – Se você não reconhece esta informação, muito menos eu. Eu não reconheço e ainda tiro a sua legitimidade de reconhecer as minhas.

4 – Já tentei novamente e não deu certo. Não adianta pedir por favor. Fiz porque quis e não por que você foi educado.

5 – Eu tenho várias dúvidas mas não to afim de perder meu tempo e minha paciência ligando para uma máquina. Se bem que prefiro a ignorância das máquinas que a dos homens.

6 – Moro em Brasília e não em Demais localidades. Este banco falido deveria saber que existem lugares além de Rio e São Paulo.

7 – A propósito, o sistema financeiro é tão burro que me enche de créditos. Breve juntarei todos os créditos de meus três bancos e de meus três cartões e vou sujar o meu nome como nunca um ser humano sujou na vida. Depois disso, para me encontrar na praia ou na puta que o pariu, ligue para o número que vocês quiserem , pois não vão me achar de qualquer forma.

8 – Não vou pagar conta nenhuma enquanto vocês não arrumarem essa joça!


Ao citibank, com amor,


Escapista. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Viva Farouk e Hamdam!

Você pensa que o brasileiro é um povo hospitaleiro, feito de pessoas alegres, com aquele malemolejo tupiniquim que só a gente tem, calor no tratamento que nenhum outro povo possui, com muito carnaval e samba no pé para os estrangeiros acharem nosso país o melhor do mundo? Então você precisa saber como tratamos os refugiados palestinos que aqui estão.

 

Os palestinos que aqui chegaram não recebem orientação, não possuem assistência médica e são enxotados para onde a ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) determina. De preferência pra Mogi das Cruzes, para bem longe deles. Longe de Brasília. Se no Brasil as pessoas são livres, é fato que uns são mais livres que os outros. Os palestinos são renegados a invisibilidade social de pedintes transeuntes. Nem isso. A mendicância é um ato que requer comunicação, o que relega o palestino abaixo da linha da miserabilidade. Os palestinos refugiados nem aulas suficientes de português recebem. São deixados no país assim como se deixa boi no pasto.

 

O posicionamento do nosso corpo diplomático, que no Itamaraty aprende a diferença dos tipos de talheres e como soltar flatos de modo requintado nas festas regadas a uísque contrabandeado, é absolutamente de omissão. Os nossos diplomatas com seus neurônios aristocráticos devem somente pensar: - Fodam-se! Que se deem* por satisfeitos em não tomarem no Brasil um míssil israelita em suas cabeças piolhentas!  

 

Quem sente na pele o tratamento hospitaleiro brasileiro são os senhores Farouk Mostafa Mansour e Hamdam Abu-Sitta, dois idosos palestinos que não falam português e que gostariam de ficar em Brasília e receberem tratamento médico. Farouk e Hamdam em nada foram atendidos e por isso acamparam em frente a requintada sede brasileira da ACNUR no Lago Sul. Lá, Farouk descobriu que os únicos funcionários que cumprem expediente são o porteiro e o segurança. Aliás, Farouk teve uma grata surpresa ao saber que uma tal sra. Margarida, mais uma meretriz com imunidade diplomática, trabalhava na ACNUR. Margarida jogou sua picape com placa azul sobre a calçada com o intuito de atropelá-lo em sua barraquinha. Hamdam, por sua vez, vive sendo despejado em albergues e lugares para tratamento de senis.    

 

Farouk e Hamdam não estão pedindo nenhum favor, somente que a ACNUR e o Brasil cumpram a Convenção para Refugiados firmada pela ONU em 1951, o Protocolo de 1967 e a lei 9474/94. Mesmo acampados como mendigos e tomando banho e fazendo suas necessidades no Lago Paranoá, embaixo das fuças da vizinhança rica e pomposa do Lago Sul, os velhinhos Farouk e Hamdam continuam sonhando com uma Palestina livre. Continuam invisíveis perambulando pelas ruas de Brasília e comendo frutas do chão.

 

*"Deem" sem circunflexo. Repare que os nossos diplomatas já usam o novo acordo ortográfico desta primitiva língua (sem trema) portuguesa.  Eu, como guerrilheiro, ainda prefiro a gramática da Juliana Paes: http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/10/novo-acordo-ortogrfico-by-juliana-paes.html

Sobre Macacos e Essências


"A vida nesse planeta é preciosa em si, independentemente de qualquer alusão a hipotéticos mundos superiores, a eternidades, a existências futuras. O fim da vida é viver. Corpo e alma, instinto e inteligência, são manifestações igualmente divinas e têm o mesmo direito à existência. O homem, por natureza diverso e incoerente dentro da sua unidade, deve ter o espírito aberto a todas as diferentes formas da verdade, deve aceitar os seus eus múltiplos e, com todos eles, viver intensamente. Dos 'excessos equilibrados' resultará a rica vida do homem integral. Todos os 'excessos não equilibrados' - a mortificação ascética como a libertinagem embrutecedora, o intelectualismo puro como a caça ao dinheiro ou aos prazeres fáceis - são pecados contra a vida e portanto outras tantas formas de culto da morte".


Foi Aldous Huxley quem o disse.

A Roupa do Rei de Roma


Bush pai (distraído), Obama, Bush filho, Clinton e Carter (afastado) realizaram um encontro histórico nesta última quarta-feira. Os presidentes de gerações diferentes almoçaram juntos para gozar do histórico e compartilhado sucesso do projeto mundial que executam no mundo a algumas décadas.

Ainda tem gente que pensa que agora as coisas vão mudar. Nem a cor da roupa de quem vai e de quem chega são diferentes, como se a cor do recheio quisesse dizer alguma coisa neste escritório.

Republicanos ou Democratas, todos os fascínoras concordaram com o paradigma megalomaníaco romano adaptado aos tempos atuais devidamente relembrado por Bush filho antes mesmo de servirem a salada: a importância do papel de liderança dos EUA no mundo.

Essa é a cara da verdadeira miséria, acreditem. Essas pessoas representam aqueles que não aparecem. Mas estes também têm nome, ou melhor, sobrenome, e estão por aí: Rothschild's e Rockefeller's são tão conhecidos como a graduação da impunidade que acompanha a história de suas riquezas. Seus filhos também usam ternos escuros e de bom corte, às custas da nudez famigerante da população deste mundo liderado por eles.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Obituário: Touro Bandido


Ao lado de uma notinha bem pequena dizendo que Israel, após 500 mortos palestinos, continuará a bombardear a Faixa de Gaza, fixo a atenção em uma notícia maior: Morreu o Touro Bandido! Teve matéria no Fantástico e tudo (nessas horas eu me pergunto quando acaba a concessão Pública que autoriza a Rede Globo a transmitir conteúdos de grande relevância para a sociedade brasileira). O touro contracenou com o ator Murilo Benício na novela América e Glória Perez, em seu blog, lamentou o falecimento, dizendo que touro Bandido era rei! Foi enterrado com pompa de Chefe de Estado na Arena de Rodeio em Barretos.

Viva o Touro Bandido! Já pensou se enterram todos os bandidos como chefe de Estado? Ia faltar Arena em Brasília. Bandido deixou mais de 70 filhos (outras tantas viúvas), 2 mil semens congelados e, pasmem, 4 clones! Bandido em Brasília também deixa seus filhos (vide os Sicranos Junior’s e Fulanos Filhos que andam pelo Congresso Nacional), mas clone já seria demais!

Câncer de pele. Irônico, tendo em vista que Barretos possui um dos melhores centros de tratamento de câncer no Brasil. Touro Bandido não quis se submeter à sessões de quimioterapia. Não ia nem precisar pegar fila. Em Barretos ganhará uma estatua de bronze em tamanho real. Neste ponto, os políticos vencem. A estátua de bronze do memorial JK é três vezes maior do que o Juscelino.

Vá com Deus Touro Bandido! Seria melhor ter virado bife para alimentar a corja faminta de humanos. Virarás Estátua! Que venhas como rato de esgoto na próxima reencarnação!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Dia Universal da Ressaca


O primeiro dia do ano é feriado internacional em menção à paz e à confraternização universal. Bobagem, todos sabemos. Cada ano temos uma guerra nova. E sempre há "motivo" para tais empreitadas: econômicos, religiosos, econômicos, políticos ou econômicos, não importa.


Tive uma vez uma professora de história casada com um potencial homicida. Ela nos contou que seu marido adorava dar tiros eventualmente, como "esporte". Mas havia um problema: a munição tinha prazo de validade. Contáva-nos que, mesmo sem muita vontade, volta-e-meia o marido se obrigava a dar tiros por aí para não perder a munição já comprada. Ao seu modo, ela nos fazia pensar sobre a indústria da guerra...


E 2009 já começou fraterno e pacífico pelas bandas do Oriente Médio. A foto do reveillon na Faixa de Gaza mostrou que os foguetes de marcas israelenses não são os mais indicados para se celebrar. Resumindo: seria mais legítimo mudar o nome deste feriado para Dia Universal da Ressaca. O nome simbolizaria algo real, compartilhado neste dia especial por toda a humanidade. Enfim, algo que de fato nos une, ao contrário da paz e da fraternidade.


Fronteiras apenas nos apartam. Portanto, não possuem valor real nem legítimo.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Guerrilha-Retrô 2008


Enquanto veículo de expressão, também nos sentimos no direito de fazer a nossa Retrospectiva do ano que termina hoje. Não faltou assunto. Sobrou foi preguiça. Todo modo, por maior que fosse o nosso esforço, não daríamos conta de “prestigiar” a tudo e a todos a contento. Então, arbitrária como toda seleção o é, e preguiçosos como de costume, vamos apenas “catalogar” nossa produção anual, de forma bastante simples, mesmo porque nada é tão deprimente quanto relembrar amiúde as mazelas passadas. (Felizmente a Globo se deu conta disso e passou a retrospectiva para antes do dia da festa, mesmo correndo o risco de não noticiar a queda do Cometa Halley em Minnesota, ou coisa parecida, que pode acontecer nesse meio-tempo).

Nas 146 postagens do ano, por alguma razão que consideramos justa, em 2008:

FALAMOS MAL, DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Madeleine, Ana Maria Braga, Brasilienses, Niemeyer, Denise Rothenburg, Polícia Militar de Goiás, Polícia Militar do DF, Polícia carioca, Polícia gaúcha, Polícia catarinense, Instituições financeiras, Instituições políticas, Instituições jurídicas, Brasileiros, Beto Carrero, Nelson Pelegrino, Timothy Mulholland, Pedro Brito, Loterias, Sérgio Naya, UnB, Estados Unidos, Eurico Miranda, Orkut, Xuxa, Miguel Jorge, coronel Paulo Roberto Mendes, Vaticano, Goiás, Plínio Araújo, Lauro Trevisan, carro Tata Nano, Missionário Ronildo Peçanha, Guerrilheiros do Planalto, Grande Colisor de Hádrons, UFO Detector, NET, Ronaldo Nazário, Kirsty Coventry, russos, Lula, Vaclav Klaus, Grazi Fantini, Colégio Militar brasiliense, padre Adelir de Carli, George Bush, Bento XVI, Claudio Ricci, Rede Globo, Brasília, Correio Brasiliense, Ziraldo, Google, Ram Bomjan, Dourados News, Gyselle Soares, BBB, GDF, Marcelo Valle Silveira Mello, Vital do Rêgo Filho, Zuleido Veras, Juliana Paes, Nomofóbicos, Ângela Guadagnim, Street-Fighter, Silvestre dos Santos, cariocas, Silvio Berlusconi, Louro José, Cinema brasileiro, ANCINE, Fernanda de Bretanha, Igreja Universal, Maranhão, Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, gaúchos, Luana Piovani, Dr Pepper, Obama, Ciro Gomes, Madonna, Natal, USB Rocket Launcher e Walter Brito Neto.


FALAMOS BEM (ou nos compadecemos), DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Maconha, Prostituição, Chris Rock, México, Dalai-Lama, Flavio Bazzo, cadela Laika, Raimundo Nonato, bebidas, Kikolai Malakhov, transexuais e homoafetivos em geral, Guerra Junqueiro, Lo Prado, Tim Maia, negros, Desidério Felippe de Oliveira, Falcão do Rappa, José Wilker, Dercy Gonçalves, Luiza, João Ubaldo Ribeiro, gaúcho da dinamite, Negro Jobs, Fernando Gabeira e o Guns N’ Roses.


Já que assunto não vai faltar mesmo, esperamos um ano novo com mais energia para guerrear. Sigamos em frente, Guerrilheiros!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A benção do Silêncio


Bush conseguiu se esquivar, mas isso é o que menos importa. No mundo árabe, não existe maior insulto do que atirar os sapatos em alguém. Agora estão tentando provar que o jornalista iraquiano estava drogado. Patético!

Por falar em drogas, nosso Presidente, ao ser questionado ontem na grande reunião de cúpula da América Latina sobre o episódio, perdeu uma daquelas extraordinárias oportunidades de fazer silêncio:

"Aqui, por causa do calor, se alguém tirar o sapato a gente vai perceber antes de atirar por causa do chulé"!!!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Já vai tarde!


Pouco sei sobre Walter Brito Neto. Elegeu-se vereador da capital da Paraíba com 22 anos e hoje, deputado federal, tem lá seus 26 anos.

Hoje, ao vê-lo andando perdido pela Câmara dos Deputados, como um zumbi bêbado, tive uma felicidade inexorável. Walter Brito amanhã perderá o mandato de deputado por infidelidade partidária. Pensei comigo mesmo: Já vai tarde seu playboy de merda! Quase disse isso em seu ouvido, bem baixinho, porém, na sua condição de ainda parlamentar, eu estaria preso por desacato. Amanhã, quando ele for ex-deputado, passarei o recado. Pensei em entrar em seu gabinete e gritar para os seus lacaios: “Aproveitem a teta que é o último dia seus inúteis”. Não o fiz por pura preguiça. 

Pausa em meus pensamentos, lembro que o fim do ano chegou e eu, proletário, só tive uma semana de férias. Fico ainda com mais raiva do fedelhinho deputado ao vê-lo vermelho como um pimentão, em plena quarta-feira, queimado de sol. Pura inveja...

Não tenho nenhum motivo para odiar Walter Brito Neto. Ele é inofensivo. Quase não fala, quase não trabalha. É só mais um deputadozinho do baixo clero que se apazigua com uma verbinha qualquer. Como a maioria dos políticos jovens, Walter Brito se valeu do Neto de seu nome, assim como outros se valem do Filho ou Júnior. Ele é só mais um exemplo vivo de que todos os políticos deveriam ser esterilizados para que suas crias não dêem continuidade em seus trabalhos.  Walter Brito Neto ainda é estudante, nunca trabalhou. Na página da Câmara, no que se refere a profissão, consta um grande espaço em branco. 

Uma busca no Google e descubro que Walter Brito Neto é da bancada evangélica e combate qualquer direito que possa ser concedido aos homossexuais. Walter Brito entrará para a história como o primeiro deputado a perder o mandato por infidelidade. Desejo mal para todos os políticos, inclusive os inofensivos e os suplentes que entrarão em seus lugares. Político é como mosca. Como diria Raul Seixas, se mata um, vem outro em seu lugar. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sugestão para o Natal

Da sociedade de consumo que nos coloniza estamos sempre buscando novidades, especialmente nesta época tão feliz para ela. Com exclusividade, os Guerrilheiros oferecem uma sugestão de presente para o seu filho. Lembre-se que nessa era cyber não tem mais graça brincar de guerrinha com pistolas d'água.

O USB Rocket Launcher (fabricado por alguma empresa de "brinquedos" USA idiota e boçal como sua população média) é um lançador de foguetes usb com 360 graus de rotação horizontal e 45 de inclinação vertical, que lança seus projéteis a 6 metros de distância, oferecendo uma área de cobertura de uns 113 metros quadrados. O brinquedo é tão divertido que com uma simples WebCam acoplada você pode fazer isso:

Vejam que sensacional. Aproveite mais essa oportunidade para construir um mundo pior para o seu filho. Quem sabe você não aproveita e brinca junto, servindo de alvo?

Recordações natalinas


Eu não gosto do Natal. Fico sempre mais melancólico do que de costume. Esta data, como outras tantas, foi construída para estimular o consumo, como todo mundo sabe. No momento em que vivemos somente para ter crédito para consumir, assuminos uma identidade que não é originalmente nossa. Vem de outra sociedade, que inclusive é aquela que mais se beneficia com nossa assimilação do seu jeito de existir.


A assimilação é tão profunda, que somos obrigados a aturar papais-noel de roupa de esquimó em pleno verão, além das estúpidas renas que jamais um brasileiro viu na vida. Na minha infância, era comum jogarem talco sobre o "pinheiro" de plástico para simular a neve. Com o suor comum da época, lembro que aquele talco esfumaçava o ambiente até grudar na pele. Era um horror...


Todo mundo se endividava para "agradar" uns aos outros. Nós, as crianças, só nos preocupávamos com a meia-noite, horário em que éramos liberados para atacar os pacotes, quando havia mais de um. Felizmente, como era Natal, nossos pais nos deixavam ficar brincando na rua durante a madrugada. Sempre alguém da rua ganhava uma bola. Meu irmão gostava muito da ceia também. Eu, nem tanto. Por isso, para mim, depois dos presentes, ficar brincando na rua de madrugada era a melhor parte. Nem sei se isso ainda existe, mas era divertido.


Mais "adultos", o Natal virou para nós uma excelente desculpa para fazermos merda, como nos embriagar ou querer jogar talco no "pinheiro". Até que nem reunir a família ficou mais tão divertido. Ninguém mais tinha saco de fingir que era legal. De se obrigar a se divertir. De se obrigar a se mostrar feliz perante aquelas pessoas que literalmente te neurotizaram ao longo da infância: pais, irmãos, avós, tios, primos... Apesar de haver algozes e algozes, a bem da verdade é que ninguém escapa.


Se você nasceu no berço de uma família cristã romântica e parnasiana, desconsidere minhas palavras. Aproveite o Natal do seu modo, com seus pais ainda casados e felizes, que inclusive acabaram de adotar uma criança em sua viagem pela Pastoral Infantil à Etiópia, no último inverno. Os avós, lúcidos e bem-casados, não sabem se celebram mais o novo netinho ou a sua gravidez. É claro que você, no alto de seus trinta anos, já se formou, casou com o melhor partido cristão da cidade, e já está a espera do segundo filho. João Pedro completa um aninho no mês que vem. Tudo isso com a benção de Deus, naturalmente.

Então, nesta data tão especial, quando o Ocidente realiza seu grande potlatch, relaxe se você se achar nadando contra a maré. Além de não estar sozinho nessas águas, há sempre de se aproveitar o feriado, seja do jeito que for.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Madonna, (não) vim aqui só pra te ver

Quando assistia via internet ao Jornal Nacional sexta passada, deparei-me com a matéria intitulada Vim aqui só para te ver, sobre a chegada de Madonna ao Brasil dando continuidade à turnê sul-americana que já passou pela Argentina e Chile.

Nada daquilo que vi me surpreendeu: fãs acampados há dias no Maracanã aguardando o primeiro show, outros tantos aquartelados por sua miséria na vigília instalada em frente ao hotel, ansiando por furtiva aparição na janela, quiçá acompanhada por algum gesto que apenas lembre um aceno. Esperar por mais é desnecessário. Vindo da “Diva”, qualquer sinal de interação - peido, arroto, piscadela, não importa - faria qualquer um de seus fãs, simples mortais, sentirem-se melhor do que se padecessem no Paraíso... Exagero meu?


Pelo que vi, os argentinos diriam que sim. No começo, tudo parecia igual. Acompanhei pela TV a chegada de Madonna a Buenos Aires.. À exemplo do que vi sobre o Brasil, por aqui a imaterial girl fez pouca questão de ser simpática. Além dos quatro shows que apresentou, saiu do hotel apenas para se encontrar com a atual presidenta argentina e Ingrid Betancourt - a futura colombiana, ao que tudo indica - na Casa Rosada. Fora isso, nem um aceno, nem um vulto na janela puderam presenciar algumas pessoas que chegaram a se aglomerar em frente ao seu hotel durante o primeiro dia.


À medida que se enchia de caprichos e antipatia, Madonna foi enchendo o saco de seus fãs portenhos. Essas fotos foram tiradas em frente ao hotel, somente UM DIA DEPOIS DE SUA CHEGADA. Mas, onde estão as pessoas e suas barracas? Cadê a confusão, os cartazes e os gritos histéricos? Cadê a imprensa? Cansaram-se, simplesmente. E rápido o bastante para não serem tachados neste blog de imbecis.

No Brasil, M. levou os filhos até a janela do hotel, motivo de comoção devidamente registrada e difundida. E o fez porque havia uma paisagem interessante para lhes mostrar: o mar. Não os brasileiros, que à exemplo de los hermanos, não passam de meros mortais, condenados à contemplação e à devoção de seus mitos construídos.
E vejam como são as coisas: mesmo não tendo paisagem melhor do que as das banhistas que freqüentarão a Praia de Copacabana nestes próximos dias, a estátua de Buenos Aires pôde seguir tomando seu banho de Sol sossegada durante a ilustre hospedagem.

BRIEFING DO SHOW (ou, Preparem-se para sofrer)

Naturalmente, fui a um dos espetáculos, coagido pelo irrecusável convite de uma mulher especial. Não vi nenhum acampamento, tampouco muita frescurada. Numa enorme fila, entramos no estádio ao som de um DJ conhecido pela criação de hits pegajosos, devidamente apropriados por torcidas brasileiras de futebol. Depois de uma hora suando apinhados à multidão, a música repentinamente cessou. Desprovidos de tal distração, tivemos que ceder ao último capricho de quase hora e meia de atraso cada vez mais mortificados, aguardando em pé pela distinta aparição, cada vez mais suados e espremidos.


Começa a chover, mas o calor – literalmente humano - é tão intenso que recebemos a provação como dádiva, algo que ela realmente foi. Quando enfim a imaterial girl se materializou no palco, devidamente sentada em seu deodástico trono, somos quase esmagados pela mentalidade adolescente presente, que avança sobre todos em busca de maior proximidade com o ídolo. Enfim, sobrevivemos para continuar compondo a gigantesca figuração humana do DVD da turnê que estava sendo gravado naquela noite, no estádio Monumental de Nuñez.


Estivéssemos nos anos 1980 ou 90, tenho certeza que eu aproveitaria muito mais a experiência: primeiro porque eu seria adolescente, e como tal, acharia mais graça em ver alguém de sucesso se portando como igual a mim; segundo, porque atualmente não causa a mesma surpresa – e encanto - uma mulher tornar público que dá para todo mundo ou executar pitorescos quadros eróticos com uma guitarra, uma garrafa ou simplesmente um dedo.


Mas não se preocupem. No relativo tempo em que ela está em cena (já que boa parte do set list é apresentado made in videoclipes, produzidos anteriormente para outros eventos, não para seu espetáculo) conseguimos atingir a tal regressão que nos permite pular como virgens ao som daquele contexto vogue. Tudo em nome da folia, que por aqui também se faz, aparentemente com menor grau de subserviência e de idiotização.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Balzac e a renovação existencialista anual


Felizmente, não nasci exatamente no Dia do Palhaço, mas três manhãs depois!

Mas isto não me torna menos palhaço que ninguém...

No alto da renovação de minhas reflexões anuais sobre a existência - diga-se de passagem, agora balzaquiana - dou-me conta que nada essencialmente mudou: continuamos afundados na merda, e gostando, o que é pior.


Ok, ok... Sempre sentimental, vou renovar minhas esperanças na humanidade: Ano que vem cumprirei anos num mundo melhor!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

10 de Dezembro: Dia do Palhaço


Uma homenagem dos Guerrilheiros a todos os brasileiros.


Feliz Dia do Palhaço!

Não acredite em tudo o que você vê


Nada melhor do que um papel de Santa, Anja, Madre ou aberração similar para permanecer reconstruindo uma imagem sacra, deodástica. O espírito natalino serve como uma luva para estes empreendimentos. É o momento de fazê-lo, ainda mais depois da campanha "difamatória" da Igreja Universal e do episódio em seu apartamento, que pegou fogo no último dia 06, quando a rainha, junto com seu reprodutor árabe e o resultado da cruza, provavelmente realizando alguma espécie de ritual, "acidentalmente" incendiaram a árvore natalina. Apesar do garanhão ter chamuscado sua crina, necessitando inclusive internação hospitalar, divulgou-se que nada de mais aconteceu.
Portanto, neste Natal, mais do que sempre, não acredite em tudo o que você vê!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Obrigado Ciro Gomes!


Por vezes sou injusto com alguns personagens. Apesar de raras oportunidades de humildade, de vez em quando eu até reconheço, como agora.

 

Há tempos fiz uma lista com quase uma dúzia de motivos para odiar Ciro Gomes. Não havia nenhum motivo para elogiá-lo,mas agora envergonhadamente venho aqui fazer o mea culpa.

 

Parabéns Ciro! Você não apresentou nenhum projeto de lei. Já se passou quase metade de seu mandato e você não importunou nenhum brasileiro com leis estúpidas. Os outros deputados já apresentaram quase 5 mil projetos patéticos e você nada. Obrigado Ciro! Só faltam mais dois anos. Continue assim, sem nos dar mais trabalho do que a sua existência já nos pesa. O mundo precisa de paz.  Não nos dê mais motivos para odiá-lo.   

sábado, 6 de dezembro de 2008

O Grande Fantasma é incolor



Em complementação ao post do Escapista de 21 de outubro ("E o Morgan Freeman?"), lembrei de "nosso" presidente futurista no "Quinto Elemento". Para piorar a maldade das metáforas, ele exerce o cargo de Presidente da Terra, estando o governo mundial sediado em Nova York, naturalmente.

Muito bem... sendo assim, é chegado o momento de engolir os ufanismos e cair na real: negro ou branco, verde ou caramelo, o Presidente dos Estados Unidos da América do Norte NUNCA SERÁ BONZINHO, até porque, se o fosse, jamais chegaria à Casa Branca. Ele está ali para garantir e viabilizar os interesses dos grupos econômicos que dão sustentação ao seu governo (não confundir a expressão com "país", ou, "população", esta ainda mais demodé). Aliás, em nada surpreendente o uso da máquina estatal para tais fins.

Mas isso, em menos tempo do que imaginamos, será algo do passado, como nós em relação ao futuro prático e complexo apresentado no "Quinto Elemento". Lá, o grande fantasma, que apenas nos assombra atualmente, já se materializou: a implementação de um único governo global. Imaginem que facilidade um mundo com menos burocracias: um só monopólio da força coercitiva; fronteiras livres para negociar a produção dos grandes centros econômicos, da maneira mais rápida e lucrativa possível; uma mesma lei e modelo de punição (não confundir o termo com "Justiça", que é outra coisa); um mesmo sistema bancário, previdenciário, educacional... enfim, o que - e para quem - seja mais lucrativo.

Quando chegar a hora, acreditem: o que menos importará será a cor da pele da nossa Presidência.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Guns lança Chinese Democracy regado a refri


Finalmente, o Guns N’ Roses lançou no último dia 24 de novembro seu tão esperado álbum, Chinese Democracy. Pra quem não lembra, a marca de refrigerante Dr Pepper prometeu um exemplar da bebida para cada cidadão dos Estados Unidos se a banda lançasse o seu álbum ainda em 2008. Domingo, quando o disco foi finalmente lançado, o site da empresa ficou fora do ar devido ao grande número de acessos. As pessoas procuravam emitir o cupom para ser trocado pelo refrigerante.

Recentemente, a empresa de bebidas estava mesmo entregando cupons para que todo mundo que vive nos Estados Unidos possa beber seu refrigerante grátis. A promoção foi válida apenas para o dia 25. A pessoa tinha que acessar o site e obter seu ticket que dá direito a pegar o prêmio até 28 de fevereiro do ano que vem. O vice-presidente de marketing da Dr Pepper, Tony Jacobs, disse que eles “jamais imaginaram que este dia chegaria”, mas, como chegou, ele afirmou que a empresa só tem uma coisa a dizer: “o refri é por nossa conta!”. Bueno, eu tenho outra: azar é o de vocês!

Porto Alegre é demais...


... principalmente a contar por sua população estúpida que elege vereadores do calibre destes sub-escritos que procuram alterar a lei a fim de aprovar o projeto do Pontal do Estaleiro, na Câmara de Porto Alegre, que prevê a construção de seis prédios na orla do Lago Guaíba, museu e shopping center para atender aos ricos.

Apesar dos problemas que o empreendimento implica, incluindo problemas ambientais, urbanísticos, éticos e legais, além de ferir as Leis Federais que defendem estes perímetros, os vereadores porto-alegrenses estão comprometidos moral e economicamente com as construtoras interessadas na área de preservação ecológica, tanto que nesta semana um jornalista que acompanhava a tramitação da matéria na Câmara recolheu algumas pérolas produzidas pelos edis defensores da proposta. Vamos aos canalhas e às suas canalhices:

Elias Vidal (PPS)
"Futuras gerações? Eu quero é para mim e agora"."Ecologia o caramba"."Essa empresa vem com responsabilidade para Porto Alegre devolver a orla para nós".

Brasinha (PTB)
"Eu queria que tivesse mais três, quatro pontal do estaleiro."Eu votava duas vezes esse projeto"."Eles ali (os empresários) querem o crescimento. Vocês não querem?"

Haroldo de Souza (PMDB)
"Machuca o meu coração quando levanta alguma suspeita de que pode estar correndo dinheiro por este projeto"."Esse é o momento mais sublime da vida do vereador"."Vai mostrar esse dinheiro para o teu pai".

José Ismael Heinen (DEM)
"A iniciativa privada, auto-sustentável, vai trazer riqueza para nós"."Chega do Império do Público"."De repente, nossos filhos universitários tenham que continuar indo aos Estados Unidos encontrar oportunidades".

Nilo Santos (PTB)
"Reclamam que não se poderá ver o (Lago) Guaíba, mas há uma via de 20 metros para o carro passar".

Dr. Goulart (PTB)
"Quem manda aqui é o vereador, não é a Justiça." "A Justiça é para trabalhar com criminoso, não com vereador." "Quem decide altura de prédio é vereador."

ESTAMOS CONDENADOS À MISÉRIA.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Estado de Exceção instaurado em SC


Estarrecido, acompanho a tragédia ambiental que castiga Santa Catarina. Meu pai mora por lá, mas felizmente - para minha família - a situação da cidade aonde vive não é das piores. Mesmo assim, ele que se prepare, pois a polícia militar catarinense conseguiu a façanha de piorar o sofrimento das pessoas mais atingidas pelas chuvas.

Baixou o espírito da ditadura na PM. Para evitar os saques aos supermercados, a polícia instituiu o "toque de recolher". Qualquer pessoa encontrada nas ruas depois das 22h e que não tenha explicação para o que esteja fazendo será recolhida.

Isto não é um preceito legítimo para se instaurar o "estado de exceção". A FOME, esta sim, trata-se de um belo motivo para um estado de exceção. Portanto, os saques de comida são absolutamente legítimos. Se nos preocupamos em ajudar os flagelados, que o façamos de coração aberto. Sejamos realmente generosos e apreciemos a solidariedade mais urgente e imediatamente acessível, ainda que forçada: a das grandes redes de hiper-mega-mercados.

Todavia, como o Estado está sempre ao serviço do Capital, proíbe-se até que pessoas que perderam tudo possam comer. NÃO SE PODE ADMITIR NENHUMA MEDIDA QUE COÍBA NOSSA LIBERDADE DE IR E VIR. Ninguém pode ser obrigado a tamanho ultraje. Como se já não bastasse a tragédia natural, há de se enfrentar a tragédia humana. Sejam fortes, catarinenses. E você, meu pai, abra os olhos, porque o precedente já foi aberto.

Enquanto isso, no Maranhão...

Na República Federativa da das Bananas do Maranhão, a Meritíssima Desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, que aqui chamaremos de Dona Sarney, sobrenome que dispensa comentários, deferiu liminar para suspender o resultado do concurso para Juiz no Maranhão.

 

A desembargadora entendeu como inconstitucional a existência de uma nota de corte na medida em que o edital considera aprovado quem obtém 50% dos pontos. As informações correm entre os candidatos que alegam que a Dona Sarney teria duas filhas prestando o concurso.

 

Não estou interessado no resultado deste concurso. Alías, não me interesso por resultado de nenhum concurso que não seja de miss. Porém, o resultado que deveria ser publicado em todos os tablóides de grande circulação seria o de concurso pra juiz em que passaste a douta Dona Sarney. Talvez ainda exista nos arquivos ditatoriais da República das Bananas Maranhenses a prova desta dita.

 

Maranhenses, rebelai-vos! Mudem-se para Santa Catarina. Lá, apesar das inundações, a lama é menor. 

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Quando os demônios se agitam



Quem acompanha nossa batalha a mais tempo sabe que temos pouco apreço pela apresentadora Xuxa e pelo proselitismo religioso. Curiosamente, o proselitismo religioso concorda conosco quanto à Xuxa, tanto que a apresentadora processou a Igreja Universal por veicular em seu jornal a notícia de seu pacto com o demônio (o "furo" foi dos Guerrilheiros, mas, felizmente, não levamos o crédito por isso).

O jornal (que recuso escrever o nome, para não divulgá-lo mais do que o inevitável) afirmou em agosto que Xuxa teria vendido a alma ao demônio por US$ 100 milhões (desconhecíamos os valores!).

A global argumentou na ação que não autorizou a publicação das fotos divulgadas em 3 milhões de exemplares. E também alegou que, nas fotos, havia os dizeres "meu rei EXUX". Caso a editora não respeite a decisão judicial, terá de pagar multa diária de R$ 500, o que pode render até R$ 3 milhões da Igreja caso vença o processo.
Aproveitamos para informar à acessoria jurídica da apresentadora que não temos dinheiro nem bens disponíveis e que a hora de seu advogado custa mais do que tudo o que possuímos que pode ser revertido em dinheiro! E, o pior de tudo, é que isso é verdade...

Buenas.. agora seria a hora de escrever aquele desfecho sensacional, mas, sinceramente, nessa briga eu não vou me meter! Apenas um conselho aos comuns, como os Guerrilheiros: façam o que quiserem de suas vidas daqui em diante, nada importa mais. O APOCALIPSE NÃO TARDA!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sobre botecos e hipocrisia


A jornalista Fernanda de Bretanha, apresentadora do DFTV (meio-dia) da Rede Globo de Brasília foi autuada no último dia 05 de outubro na 5ª DP após ser flagrada totalmente embriagada dirigindo o seu veículo. A jornalista só foi liberada após pagamento de mil reais de fiança e não teve suas declarações tomadas a termo por não estar em condições de falar, dado o seu estado embriaguez. Testemunhas disseram que na delegacia a apresentadora limitou-se a flertar com um dos agentes e a mostrar a língua para a escrivã de plantão.

Naturalmente, a mídia dominante, a qual a jornalista atende, não expõe este tipo de assunto, de modo a endeusar seus profissionais que são a “cara da empresa” e, portanto, os responsáveis pela transmissão dos valores e projetos da mesma. Assim, a hipocrisia sempre fala mais alto, e prefere-se a condenação e o espúrio da sociedade em geral, mesmo porque eles se encontram protegidos pela “inquebrantável esfera global”, aonde o que vale para esta sociedade não precisa ultrapassar a redoma. Lembrarei disso quando assistir na Globo Fernanda, Alexandre Garcia e Cia tendo orgasmos quando falam da “propriedade da lei seca e da tolerância zero”.

Dizem isso porque podem fazer a merda que bem entenderem, pois sabem que nada de grave lhes acometerá. Pessoas assim não se sentem iguais a nós. Mas o são: tão maconheiras e cachaceiras como qualquer mortal. Por isso não condeno as “merdas” em si, mesmo porque não deve ser fácil ter que cumprir papel tão degradante. Condeno a hipocrisia!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

GDF transforma Brasília em campo de futebol


O GDF adotou uma política publicitária inspirada no modelo populista utilizado pela ditaduta militar. O investimento na Seleção Brasileira e o investimento na mídia de dinheiro público do alegre e acrítico brasiliense remete a uma prática utilizada pelos militares para desviar a atenção popular das barbaridades que cometiam. Barbaridades à parte, o GDF também tem as suas para dissimular.

Paga-se o que for preciso, mas chega a ser amador: Pelé dando ponta-pé inicial (e o tempo todo "reclamando" que havia chego da Suécia somente na véspera), Arruda abraçando Pelé ao vivo em rede nacional (e tentando parecer "maneiro"), Romário de garoto propaganda na televisão(bem ao gosto da cultura carioc.. digo, brasiliense de Brasília), samba e confusão!

O pior é que funciona, ainda mais depois de um 6x2! DÁ-LHE BRASIL! DÁ-LHE GDF!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pelo fim do Cinema Brasileiro e da ANCINE


O Brasil não sabe fazer cinema. A existência de uma Agência Nacional de Cinema é tão útil para o país quanto uma Agência Nacional de Esqui na Neve. Nenhuma. Até hoje nunca me importei que o governo reservasse uma fatia do que ele me extorque através de impostos para a produção cinematográfica. Patrocinar uma indústria privada, como a do cinema brasileiro, com dinheiro público, não é menos absurdo do que patrocinar a produção de lingüiças ou cervejas. Não bastasse a Ancine, não há um filme brasileiro que seja produzido sem o dinheiro da semi-privada Petrobrás. Contabilizem-se aí mais um naco da fatia do dinheiro que o governo nos rouba.

Os nossos produtores, roteiristas e atores são como nossos escritores, professores ou políticos. Todos de quinta categoria. Quem quer ver filme bom assiste um filme argentino e não perde tempo com o nosso lixo. É mais bem feito e barato, e o mais importante: Foi feito sem o seu dinheiro.

Pedro Cardozo, o ator que faz o Augustinho da Grande Família, divulgou um manifesto contra a nudez no cinema. Eu discordo totalmente. O auge do cinema brasileiro foi na década de 70, quando usávamos como roteiro os livros dos nossos maiores pornógrafos: Jorge Amado e Nelson Rodrigues. Mais de 10 milhões assistiram Dona Flor e seus Dois maridos. Não sei por que a indústria perdeu o interesse pela pornanchanchada. Era o verdadeiro momento em que patrocinávamos a cultura brasileira mundo afora. O Brasil é um país bunda com um povinho bunda e bunda é tudo o que temos para mostrar sem passar vergonha. Volte a pornanchanchada ou acabe-se com a ANCINE!

A ANCINE, não bastasse ser mais uma teta de funcionários públicos, passou a promover também a tortura entre os brasileiros. A última da Agência foi a montagem de uma campanha em que as salas de cinema de todo país irão exibir, nas segundas-feiras do mês de novembro, filmes brasileiros, com preços que variam de 2 a 4 reais. A escolha da segunda-feira não é aleatória. O brasileiro não pode se arriscar a assistir um filme horroroso na sexta-feira e estragar o resto de seu fim de semana. Além disso, temos que pagar dois reais pela tortura. Quando aprendermos a desenvolver minimamente nosso espírito crítico vamos quebrar as salas de cinema e exigir nossos 2 reais de volta. Aí sim, a ANCINE vai vir com outra política mirabolante de fomento ao fracassado cinema nacional. Vai começar a pagar para assistirmos nossas produções de quinta. E tudo isso, como sempre, vai sair do seu bolso.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Louro José é programado


Não agüênto mais o Louro José. Não sei se aqueles que acordam cedo e ligam a televisão de forma automática já prestaram atenção nos comentários deste passarinho. Eu reparei: são todos ignóbeis. Jamais critica alguma coisa que não seja o óbvio. Tudo que o programa faz (comidas, reportagens, entrevistas) É LEGAL! Até no patético caso Eloá, lembro bem, ele opinava, ao vivo, achando que o demente rapaz corrompido pela Xuxa o escutaria: "sai daí, Lindemberg. Para com isso, Lindemberg"!!! Faça-me o favor...

Acho que o Louro José possui um chip do Globo-Software enfiado na sua entrada usb-cloacal.

Arranca isso daí, passarinho! Desprograme-se, Louro José. Você não será demitido por isso. No máximo, terás um corte no teu alpiste...