terça-feira, 22 de maio de 2012
Santuário dos Pajés e a FUNAI: Para que serve o Estado mesmo?
segunda-feira, 30 de abril de 2012
A escravidão que vem da riqueza ou de sua busca
Se houvesse alguém que pudesse viver inteiramente sem o uso do dinheiro, o próprio Estado hesitaria em exigir-lhe pagamento. Mas o homem rico - sem querer fazer nenhuma comparação invejosa - está sempre vendido à instituição que o faz rico. Falando em termos absolutos, quanto mais dinheiro, menos virtude, pois o dinheiro se interpõe entre um homem e seus objetivos, e os obtém para ele, e certamente não há grande virtude em fazê-lo. O dinheiro abafa muitas questões que, de outro modo, este homem seria levado a responder, ao mesmo tempo em que a única nova questão que propõe é a difícil, embora supérflua, questão de saber como gastá-lo.
Assim, seu fundamento moral lhe é retirado de sob os pés. As oportunidades de viver diminuem na proporção em que aumenta o que se chama de 'meios'. O melhor que um homem pode fazer por sua cultura, quando enriquece, é tentar pôr em prática os planos que concebeu quando pobre".
Thoreau escreveu isso em 1849. A única coisa que eu gostaria de saber é o que resta àqueles que já nasceram ricos. Aos demais, a massa, aos que nasceram pobres e assim permanecerão até morrer, conta-nos a História, há pouca ou nenhuma esperança.
Com efeito, o populacho não quer saber de depor o rei, pois ele simboliza o lugar porvir que nunca virá, aquele que alimenta o sonho do populacho, mesmo que ele morra sonhando esse sonho como costuma acontecer, anestesiando-se nas novelas do Manoel Carlos com o luxo burguês da zona sul carioca que projeta para si, mas que jamais em sua vida experienciará disso algo além do que os serviços que a cozinha, a área de limpeza ou os banheiros lhe oferecem. Das estantes apinadas de livros limpar-se-á o pó, e só.
Mas ninguém quer saber de depor o rei e queimar o trono para sempre. No máximo, sonha-se em ser tão déspota quanto ele, tão "notório" ao ponto de precisar de um segurança a tiracolo até na hora de ir cagar.
Brizola Neto, 33 anos, novo Ministro do Trabalho
O PDT está na base governista. Estar na base do governo significa conferir-lhe poder dentro do sistemão, prostituindo alguma pasta ou secretaria do poder executivo, por exemplo. É um dos caminhos mais fáceis. Como o trabalhismo sempre foi a principal bandeira do PDT, a obviedade entregou o Ministério do Trabalho a este partido que sobrevive em cima do mito de um lunático e senil falecido em 2004, que quase fez Porto Alegre desaparecer do mapa em 1961 com a campanha da legalidade. Ação heróica? Até pode ser, mas como os porta-aviões do tio san desistiram no meio do caminho de bombardear a cidade onde meus pais e eu nascemos e vivemos, eu estou aqui pra escrever esse post. Detalhe: a rigor a campanha da legalidade assegurava a manutenção do seu cunhado no poder e a rigor também, pouco adiantou, porque menos de três anos depois os milicos tomaram tudo de assalto e ficou por assim mesmo até 1984! O que valeu a pena mesmo, mostra a História hoje, foi ter perpetuado esse clã no poder. Mais um deles...
Esse moleque, como eu também sou, trata-se de mais um deputadozinho que dá prosseguimento aos clãs familiares na política (suplente, pois não se elegeu em 2010, entrando na vaga de outro picareta qualquer). Foi escolhido a dedo por Carlos Lupi, presidente nacional do PDT e ex-ministro do trabalho que pedira demissão em dezembro passado após uma sequência de denúncias envolvendo o MT. Na hora de escolher um substituto o que a nossa presidenta faz? Reúne-se com o próprio Lupi-corrupto que indicou o rapaz (!!!), aliás, que em seu blog confessa que, aos 16 anos, começou a "trabalhar" como secretário do avô no governo do RJ!
Ou Brizola Neto trata-se de um dos políticos mais precoces e brilhantes da história da nossa república ou, graças ao vovôzete, começou a mamar na tetinha bem cedinho.
Mas o que mais me incomoda é o sobrenome. A reprodutividade. Isto é phoda de engolir!
* A foto** é de quando o político venceu o campeonato de surf Osklen Surfing Arpoador Clássico, categoria Open, em agosto de 2011, o que também mostra a sua precocidade, já que durante a adolescência ele não podia surfar e treinar, pois tinha que cumprir expediente no gabinete do avô.
** Parece que essa foto é a do irmão ou o que seja, mas como é do mesmo clã brizolístico, tanto faz. Daqui a pouco esse daí que é vereador no RJ vira ministro do esporte ou coisa parecida, então, já fica com o nariz de palhaço desde já!
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O início do fim das florestas

O texto aprovado dá anistia total e irrestrita a quem desmatou demais – mesmo aqueles que deveriam e têm capacidade de recuperar matas ao longo de rios, por exemplo – e ainda dá brecha para que mais desmatamentos ocorram no país. Ele é resultado de um processo que alijou a sociedade, e vai contra o que o próprio governo desejava. Com isso, avanços ambientais conquistados ao longo de décadas foram por água abaixo”.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Código Florestal em uma palavra: NÃO!

A bancada ruralista é tida como a de maior força política dentro do Congresso brasileiro desde que ele foi criado. Eu diria que essa é a maior força política daqui desde a época colonial. Aí está um inimigo difícil, a luta é árdua mesmo, por isso é preciso não soçobrar, não se calar, não desistir. Essa questão só tem um partido, o de Gaia, da Mãe Terra. Infelizmente são partidos de outra natureza aqueles que têm o poder de decidir por Ela. Como deixamos isso acontecer?
terça-feira, 24 de abril de 2012
Cine-Guerrilha: Capitães da Areia
Essa parece ser uma eterna discussão, mas acho que obras literárias com estatuto de "eternas" merecem sim adaptações para outros estilos, especialmente para o cinema. Esta é uma maneira eficiente de difundi-la ao grande público brasileiro que infelizmente - e estatisticamente, pouco lê. Naturalmente, tratando-se de outra mídia, como o cinema, libelos literários estarão sempre à mercê de reducionismos e interpretações nem sempre adequadas advindas da própria diferença de linguagem, dos roteiros, das edições, ritmos de narrativa, atuações, etc, etc.

Na adaptação para o cinema que estreou no final de 2011, a neta de Amado resolveu homenagear o centenário de nascimento do avô dirigindo esta adaptação para o cinema. É evidente que eu gostaria de ver a questão social e a luta de classes que o livro mostra através do idealismo de Pedro Bala, o jovem líder dos capitães da areia, aparecer com mais força na película, e inclusive nos olhos do ator que o interpreta, o que é justo em se tratando da proposta de formação do elenco com atores amadores escolhidos a dedo de comunidades carentes, onde ao se ganhar uma fidedignidade estereotipada maior dos personagens (malgrado Bala não ser loiro no filme como retratado no livro, talvez propositalmente para reforçar os mencionados estereótipos) pode se perder e muito em dramaticidade interpretativa. Por outro lado, o amor e o respeito existente entre Dora, Bala e Professor é tratado de forma sensível ao que senti lendo o livro.
Paixões e desejos pessoais à parte, não vou me alongar porque já escrevi que acho as adaptações de grandes livros para o cinema sempre válidas, exceto quando avacalham geral com a história, o que não é o caso aqui. O negócio é que talvez exista uma ou duas mentes jovens plugadas - portanto, representantes típicas dessa pós-modernidade chapante e alienante, que ao verem o filme desejem ler o livro. Isto por si só faria valer a pena a existência dessa adaptação dirigida por Amado, mesmo que pouco politizada se comparada com uma história que chegou a ser digna da fogueira inquisitorial em 1937. Despolitização talvez de desejo do próprio avô quando, ainda em vida e claramente senil, distanciou-se do comunismo e do modelo libertário que tanto influenciaram o conjunto de sua obra para flertar com o também já finado Coronel ACM.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
A imagem da Copa de 2014 hoje
Para mim esta é a imagem que melhor representa a Copa de 2014 neste momento cosmológico da realidade: um inexorável malandro como o sedimento ético do processo e o seu maior bem-feitor, doente.
Ainda bem que o nosso escrete vai de vento em popa...
Dicionário de Guerrilha: "liberdade"
Reminiscências de 1º de Abril
Literatura de Guerrilha (Para ler nas trincheiras)

Divulgue. Propague. Comente a literatura e quaisquer outras manifestações de conteúdo libertário. Um livro de 20 reais é melhor presente do que um pacote de cuecas. O primeiro pode libertar. As cuecas, por sua parte, foram criadas justamente para fazer o oposto.
O Eterno Retorno

faz mais de um ano desde a última vez que nos dirigimos a vocês em tom de despedida de funeral, daquele tipo que deveria durar para sempre. De minha parte, se de lá para cá estive sem tempo para escrever num blog, hoje estou sem desculpas*.
Volta-e-meia entro aqui e vejo que temos um fluxo razoável de interessadxs, inclusive alguns tecendo comentários que são todos sempre muito bem-recebidos, mesmo os mais ofensivos ou ameaçadores. Saibam que na pior das hipóteses eles estão servindo para afagar ou ampliar consciências, o que por si só autorizaria a sua publicidade. Aliás, moderamos aos mesmos justamente por causa dos spans publicitários e demônios similares.
Na verdade, eu estou cagando pra qualquer tipo de polêmica. Escrevo para desabafar. Vocês tem um mar de possibilidades virtuais a um clique do dedo, não precisam ler este blog. Quem se importar muito com alguma coisa escrita aqui ou com qualquer outra merda que abra o seu próprio blog para difundir a sua ideia e/ou terapeutizar-se, como eu faço. É de graça e tem várias opções no google.
Trato desse assunto, confesso, especialmente em respeito aos que nos odeiam, porque voltarei a escrever por aqui. Aos que já gostavam dos Guerrilheiros, sei que a eles não preciso justificar coisa nenhuma, porque eles também estão cagando para isso.
Éramos dois a escrever. Eu seguirei daqui. Espero que o Escapista reestimule-se. De vez em quando eu prenderei o grito da trincheira, caminharei pelos batuques.
Abraços,
Sniper
* não que a minha percepção de desperdício de vida tenha mudado com relação ao tempo que perdemos trabalhando em coisas que nos iludem a acreditar que precisamos realmente fazer, pois que nos integrarão a contento (mas nunca plenamente) numa sociedade nacional como ela idealmente se pretende: capitalista, branca, heterossexual, monoteísta, bem-sucedida material e familiarmente, etc, etc, e como se de fato seja este o modelo de cruzada edenista terráquea a se perseguir.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Boa viagem
Ao reler o blog em uma madrugada solitária qualquer foi como viajar a outra vida de minha própria vida e do próprio Planeta Terra. Não que de lá para cá tenha melhorado muita merda para ambos, mas, certamente, e malgrado o que for, foi uma boa viagem. E ela está aí para ser contada, pilhada, escrachada, escancarada e todos os adas que se possa imaginar.
Contudo, isso não se trata de um adeus definitivo, para gosto e desgosto de alguns que ainda se importam, se irritam ou se divertem ao ler essas relíquias arqueológicas sobre a nossa sociedade e insanidade. Saibam que ainda estamos por aí, trilhando nossos caminhos, mas atentos a tudo e a todos (e moderando os comentários de vez em quando).
Já se faz a hora. Isso me fez lembrar de uma frase da encantada Cecília Meireles:
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".
Boa viagem pelas trincheiras dos Guerrilheiros do Planalto.
À nossa liberdade,
Sniper
segunda-feira, 8 de março de 2010
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
DF, outra vergonha nacional

terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Arruda de má sorte (ou, "Carta aos Corruptos, Sádicos Genocidas")

quinta-feira, 19 de novembro de 2009
"Pelo Amor de Pelé"

Há exatos 40 anos, lá pelas 23:11h, a coroação definitiva: Pelé marcava o seu milésimo gol.
O negrinho brasileiro de infância pobre e de futuro incerto logo cedo, ainda nos anos da adolescência, conquistaria o mundo, provocando inveja à memória do mais megalomaníaco dos imperadores romanos ou dos papas católicos.
Ao comemorar o feito, soerguido nos ombros de algum jornalista-torcedor qualquer, após dedicar o gol às criancinhas, clamou aos seus súditos terráqueos em tom messiânico: "vamos ajudar todo mundo, pelo amor de Deus"!
Pensei que o racismo no Brasil acabaria naquela noite.
Talvez fosse melhor se o Rei tivesse apelado ao Pelé.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O BOBO DA CORTE II


Mais do mesmo

Tal qual o Voo 1907 da Gol, quem precisa de radar funcionando?!! Os índios localizam os aviões pra gente...
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Cine-Guerrilha: Distrito 9

quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Ensino religioso no Brasil (ou, "Adulto que serve foi criança doutrinada?")

O Vaticano pronunciou que o ensino religioso, conforme o acordo assinado, não pode ser comparativo ou neutro, ou seja, não deve se limitar a um estudo cultural de diversas religiões, mas sim ser confessional.
Além da laicidade do Estado brasileiro, garantido desde a Constituição de 1891, a Lei de Diretrizes e Bases 9.394, em vigor desde dezembro de 1996, assim como seu complemento, Lei 9.475 de julho de 1997, garantem que o conteúdo do ensino religioso público deve ser pluralmente constituído pelas diferentes denominações religiosas, malgrado os casos em que exista a preferência do aluno ou de seu tutor legal por tal ou qual doutrina.
A prática evidenciou a ingenuidade da lei. Segmentos políticos religiosos, notorialmente do campo evangélico, mais bem posicionados dentro das estruturas de poder, valeram-se dela a fim de usufruir desses espaços públicos de ensino para propagar o seu proselitismo. Também se tornou evidente a perseguição religiosa e cultural deste proselitismo, o que forçou a adição de parágrafos em seu texto (Lei 10.639, janeiro de 2003) que obrigaram o ensino público, preferencialmente nas disciplinas de Educação Artística, Literatura e História Brasileira, a incluir em seus programas conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira.
A guerra santa à brasileira vive nesta última década os primeiros anos de um novo capítulo. Se antes o discurso belicoso de algumas religiões evangélicas se voltava aos grupos afro-religiosos, ele tem se redirecionado ao campo católico, principal antagonista pela busca do poder e da influência legitimada em nosso Estado. O ensino religioso público, portanto, é estratégico em projetos de doutrinamento pela sua capacidade de construção de parte dos nossos valores subjetivos e cidadãos. A criança educada sob bases proselitistas, cristãs ou não, resultará no adulto acrítico, iludido a acreditar que possui liberdade de pensamento sem a plena liberdade de informação a qual estamos acostumados. Bem ao gosto daqueles que, de geração em geração, esforçam-se tenazmente para "manter as coisas em seu devido lugar".
No site do Senado Federal (http://www.senado.gov.br/agencia/) no canto direito da tela, realiza-se a enquete: Você é favorável ao ensino religioso facultativo nas escolas públicas? Setores católicos estão fazendo campanha para que se vote na mesma, pois o resultado dela poderá influenciar na votação do Acordo ao qual me referi antes, que aguarda para ser ratificado pelo Senado. No momento, os conservadores estão conseguindo um resultado favorável ao ensino religioso facultativo nas escolas públicas, com mais de 70% de aprovação.
Nós podemos contribuir para baixar este índice.
Entre lá e diga não a este engodo que não fere somente o Artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas também compromete nosso ideal libertário e de autonomia das consciências, mais importante do que qualquer léxico elaborado por toda a sorte de fascínoras.
* http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/07/situao-de-crise-ensino-religioso-ser.html
sexta-feira, 26 de junho de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
Sabedoria do Casseta
terça-feira, 12 de maio de 2009
No Maranhão, é assim

José, o coronel, ditador e patriarca do clã Sarney não viverá para sempre. Dercy Gonçalves, recentemente, já nos provou que a imortalidade humana não passa de lenda mesmo. Se você é estudante e por acaso está lendo este post, esqueça tudo o que aprendeu sobre o Maranhão. Provavelmente é mentira. Provavelmente também, assim que o nosso presidente do Senado virar adubo, vão rebatizar o Estado. Acostume-se com Sarneylândia ou algo similar. Alguém duvida?
- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, pertencente a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue sua telinha na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney, recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor, como as demais;
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas "maravilhosas" rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
- Para reclamar de tudo isso, caso você não tenha achado direito, vá até o Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney.
A Sarneylândia é um dos Estados mais pilhados do Brasil, dominado por seu senhor feudal como manda o figurino medieval. E vai continuar assim por muito, muito tempo mesmo, roubado e fascinoramente dominado que é pelo clã dominante e seus aliados subalternos. A impunidade e a injustiça não têm limites, ainda mais por aquelas bandas, ainda mais nas fuças de cada um de nós, coniventes e indiferentes perante a miséria alheia.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
A Gripe Suína e o Planeta dos Macacos

quarta-feira, 22 de abril de 2009
sábado, 4 de abril de 2009
Parabéns, Internacional


Não por acaso, foi o primeiro clube gaúcho (e pioneiro também em termos nacionais) a aceitá-los em seu plantel, selecionados que eram da "Liga da Canela Preta", campeonato extra-oficial organizado pelos negros porto-alegrenses, que se negavam a deixar de praticar o nobre esporte bretão. Somente nos anos 1920 o Inter começou a remunerar seus atletas, o que atraiu os craques da "Liga" para o Clube. Na época, a marginalização social deles e de outros grupos era ainda maior. Mas não com o Colorado. Somente o Inter os recebia. Impulsionados por seus representantes nas equipes, os torcedores que ocupavam as regiões mais humildes da capital se viram atraídos para o Inter, que recebeu na época a relevante alcunha de "Clube do Povo", que orgulhosamente ostenta até hoje. Também nos chamavam de "clube dos negrinhos", e, adaptando o pensamento racista gaúcho para os dias atuais, ainda nos chamam lá pelo sul de "macacos". Sem problemas. Somos internacionais. Somos plurais. Somos tudo isso mesmo, com muito orgulho.



quinta-feira, 19 de março de 2009
A mendicância nos esportes brasileiros

Vôlei, tênis, natação, basquete, automobilismo (que muitos insistem em considerar um esporte) e até a ginástica chegaram a ocupar esta posição tão privilegiada. Basta estar ganhando. Com as vitórias aparecem investimentos, patrocínios, visibilidade. Em suma, aparece o interesse dos brasileiros.
Mas a preferência por estes esportes é sazonal, assim como são as suas conquistas. O vôlei, por exemplo, consegue se manter por mais tempo como "segundo esporte" dos brasileiros porque tem ganhado com mais frequência. Só por isso. Esportes olímpicos, como a ginástica, se tornam interessantes para nós apenas de quatro em quatro anos, e somente quando nos convencem que ali reside alguma esperança de medalha. Contudo, infelizmente não fomos criados para sermos campeões olímpicos. Não sei o que acontece. Só sei que é assim. Inclusive com o futebol, acredite quem quiser.
Conseguimos formar uma equipe de ginástica competitiva nestes últimos anos. Nossas ginastas (e aí incluo o Diego Hipólito) foram campeãs dos mais diferentes torneios e competições internacionais. Mas sabemos todos que nenhum destes títulos tem alguma importância. Perto de uma medalha olímpica, nenhum se torna digno de lembrança.
O que lembramos bem, como típicos brasileiros que somos, são os "nossos" fracassos. Recentemente, nenhum deles foi mais retumbante do que a de nossas ginastas em Beijing (e aí incluo novamente o Diego Hipólito). Jade Barbosa foi a imagem de nosso complexo de "vira-latas" - parafraseando Nélson Rodrigues. Na época, lembro-me bem, não sei se sentia pena ou vergonha ao assitir a choradeira da atleta brasileira diante de seu fiasco na competição. Alguns me dirão que pela primeira vez uma equipe brasileira chegou às finais, etc. Por favor, poupem-se do trabalho de mencionar tais cretinices. Isto não significa absolutamente nada.
Nossos atletas olímpicos de "ponta" precisam da ajuda do governo para sobreviver. Muitos recebem a "bolsa-atleta" no valor de 2.500 reais. Nada mal, se levarmos em conta que a bolsa para alunos de doutorado no país vale 1.800. Mas Jade Barbosa talvez nem isso receba, pois tem contrato com um clube, o Flamengo, do qual também não recebe ajuda médica. Assim como não recebe da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
Por isso, em busca de recursos para tratar uma lesão grave no punho direito, a ginasta decidiu pedir a ajuda dos fãs, vendendo camisetas e outros artigos esportivos em seu site. O modelo feminino Pequim-2008 custa R$ 25,00, enquanto as demais camisetas estão à venda por R$ 49,90.
Recomendo à Jade que esqueça seu punho e utilize o dinheiro arrecadado dos otários que contribuírem para pagar uma faculdade ou investir em alguma outra coisa, enquanto ainda haja tempo. E, aos deuses do Olimpo, agradeço que depois dos Jogos de 1920, na Antuérpia, nossa equipe de tiro não tenha ganho mais nenhuma medalha para o país.
terça-feira, 17 de março de 2009
Um Circo com vários palhaços

Clodovil morreu! Os deputados mataram o Clodovil!

Voltamos a morte de Clodovil. Mais uma vez, os deputados mataram seus pares antes da hora. Apressadinhos anunciam a morte dos colegas em Plenário enquanto eles ainda estão vivos. Isso aconteceu com o deputado Ricardo Fiúza, quando anunciaram 2 dias antes a sua morte. Aconteceu esse ano com o deputado Adão Pretto. Este foi pior, senadores fizeram discursos emocionados em homenagem ao morto (até então ainda vivo). Agora foi com Clodovil. Meio sem jeito, o deputado Ernandes Amorim anunciou a morte de “um colega”. Ao fundo, ouvia-se os risos contidos. O presidente da Câmara anunciou que a morte era só cerebral, o corpo estava sendo mantido por aparelhos para que fossem extraídos os órgãos. Assim, Michel Temer frustrou as expectativas dos deputados em suspender a sessão e encerrar mais um dia sem trabalhar. “Seria uma falta de respeito nossa estar havendo sessão se ele tiver morrido”, bradou o deputado Carlos William.
Nisto, seguiu uma declaração patética do relator da Reforma Tributária, o deputado Sandro Mabel (dono da fábrica de bolachas que leva seu sobrenome):
Realmente teve morte cerebral. Logicamente é irreversível. A morte ainda não foi anunciada, porque o Clodovil é doador de órgãos e os médicos ainda o mantém em estado cerebral ativo. Então, não se pode anunciar a morte antes de ela realmente acontecer.
Não entendi o deputado Mabel. Ele acredita que pode haver morte cerebral com o cérebro ativo? Tudo muito confuso, assim como todas as coisas que acontecem naquele balcãozinho de negociatas que chamam de Congresso Nacional.
De Clodovil, só restou meia dúzia de polêmicas. Dentre as notórias, foi o fato de gastar 200 mil reais pra reformar o seu gabinete de 30 metros quadrados. Dane-se, o dinheiro era dele. Também houve o episódio com a deputada Cida Diogo. Clodovil disse que ela era tão feia que não servia nem pra ser prostituta. Até hoje não sei se Clodovil insultou a deputada a chamando de feia ou insultou as prostitutas, relegando-as a um nível abaixo dos deputados. Fico com a segunda opção.
terça-feira, 10 de março de 2009
Poesia de Guerrilha (II)

Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
António Gedeão
O que diziam as Revistas Femininas nos anos 1940-60?

- O lugar de mulher é no lar . O trabalho fora de casa masculiniza. (Revista Querida, 1955)
- Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. ( Jornal das Moças, 1957)
- A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos. ( Jornal das Moças, 1959)
- A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara. ( Revista Claudia, 1962)
domingo, 8 de março de 2009
Carta às Mulheres

Hoje a humanidade celebra vossa data. Isto porque neste dia, em 1857, algumas de vocês eram tecelãs de uma fábrica em Nova Iorque e decidiram fazer uma greve. Reivindicavam trabalhar somente 10 horas, ao invés das 16 diárias. Também queriam ganhar o mesmo que seus colegas homens, já que recebiam menos de um terço pelo mesmo serviço prestado.
Lembrei hoje do assunto da fábrica, algo inevitável todos os anos, devo admitir. Como homem, fico a pensar como a humanidade tem sido cruel com vocês. Fábricas, inquisições... Pouco se comparado aos feminicídios que se veem todos os dias, e em cada letra da História conhecida. Fora o que não escreveram. Realmente deve ser difícil ser mulher, e viver como tal em um mundo tão falocêntrico como o nosso.
O que não entendo é como vocês deixaram isso acontecer. Afinal, vocês possuem o maior poder existente na Natureza, o de gerar a vida. São as mães, aquelas imediatamente próximas à construção primeira da mentalidade humana. Inclinada pela natureza das coisas, a própria humanidade espera de vocês tal proximidade. E te sufoca por isso, já repararam?
Sobre Comunas e Comunalidade

Aclarando que comuna e comunalidade distinguem-se com força das confrarias, dos clubes e corporações, que tanto dano fazem hoje às instituições e à vida pública. Pois a comuna dos que lutam por um mundo melhor, igualitário e generoso para todos, é uma pátria benigna e acolhedora para quem dela se aproxima; uma pátria vital, criativa, livre e libertária. Nada pode assustar a quem se encontra enturmado numa rede assim, de pessoas que sonham e ousam inventar formas novas de felicidade. Não tem maior diversão que dedicar-se a imaginar um mundo mais ameno, e tentar trazê-lo à prática, ainda que seja aos tombos e tropeços".
A Igreja Católica é uma piada... e de mal gosto

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
A Justiça Divina tarda, mas não falha: Sergio Naya Empacotou!

Prezado Deus,
Certa vez eu questionei a justiça divina. Domingo faria 1 ano deste meu protesto. Naquela feita, bradei neste blog:
“Não só a justiça dos homens, mas a Justiça divina também poupa Sérgio Naya. Ele só sofreu dois AVC’s e também sofre de gota.”
Venho por meio desta cartinha me redimir com você. Soube que a poucas horas Sergio Naya foi encontrado morto em um quarto de hotel na Bahia. Enfarto, ok, deve ter sido rápido, sem sofrimento. Mas ta morto. Vai comer grama pela raíz. Sérgio Naya, o homem que não tomava champagne em taça de pobre, espero agora que brinde com o capeta.
Amém!
http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Por uma Brasília melhor
Costão do Paranoá e Praia da Esplanada serão divinos...
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
"Bom senso não é tão comum"
