segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre túnicas e parasitas

Uma coisa leva à outra. Ao procurar no Google uma imagem para compor o post anterior, deparei-me com a fotografia da suposta túnica usada por São Francisco de Assis, nos idos anos do século XIII!!! A Física inclusive autenticou sua veracidade no tempo (não seu uso por São Francisco, é claro). Como uma coisa leva à outra, lembrei-me do poema Parasitas, do brilhante escritor portugûes Guerra Junqueiro (1850-1923):

No meio duma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar, em cima de um jumento
Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços,
Aborto que lhes dava um grande rendimento.

Os magros histriões, hipócritas, devassos,
Exploravam assim a flor do sentimento,
E o monstro arregalava os grandes olhos baços,
Uns olhos sem calor e sem entendimento.

E toda a gente deu esmola aos tais ciganos:
Deram esmolas até mendigos quase nus.
E eu, ao ver esse quadro, apóstolos romanos,

Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da cruz,
Que andais pelo universo, há mil e tantos anos,
Exibindo, explorando o corpo de Jesus.

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