quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Gripe Suína e o Planeta dos Macacos


Ok. Estou um pouco atrasado. A OMS já anunciou que não vai mais chamar de Gripe Suína a Gripe Suína. Devemos agora chamá-la de H1N1 influenza A. Que chato. Eu preferia Gripe Suína, ainda mais depois de saber que a OMS ordenou o rebatismo quando a indústria agropecuária e a agência da ONU para alimentação manifestaram preocupação de que o termo "gripe suína" estivesse desorientando consumidores e causando uma matança desnecessária de porcos em alguns países. Coitados dos porcos. Não adianta o Discovery fazer programas mostrando como eles são inteligentes e como dariam melhores animais de estimação do que os cachorros. Sobra sempre pra eles. Nem nos romances eles são poupados, que o diga George Orwell.



Quem deve ter ficado feliz com a nova "pandemia", além da imprensa sensacionalista de inspiração estadunidense, como a nossa, foi a indústria farmacêutica. Ontem mesmo, no Jornal Nacional, apelou-se para que a população parasse de se medicar por conta própria devido à gripe H1N1 influenza A. Não existia, até ali, nenhum caso registrado na América do Sul inteira (hoje é que apareceu a primeira suspeita, pelas bandas de alguma montanha peruana). Mesmo assim, acabaram com o estoque de anti-gripais no Rio de Janeiro. Com relação aos porcos, mais uma vez o Jornal Nacional se calou.


Muito bem. Cada um que arrume seu jeito de sair da crise, ou de fechar de vez com as fronteiras mexicanas, especialmente as do norte. No final, não passa de mais uma história de porcos e de chiqueiros, de grandes interesses financeiros, de supérfulos motivos para segregar... Estas sim, verdadeiras "pandemias" que o homem não se cansa de produzir, e que a humanidade não se cansa de enfrentar...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

22 de abril - Dia do Planeta Terra

Uma homenagem carinhosa do Governador Arruda ao nosso Planeta

sábado, 4 de abril de 2009

Parabéns, Internacional

Não entro no mérito do interesse do leitor sobre o tema, nem no mérito do próprio tema. Isto é irrelevante. O propósito deste post é absolutamente egoísta e mesquinho. Quero deixar um registro pessoal para mim mesmo! Este se trata de um espaço onde exponho meus pensamentos, o que me oferece tal prerrogativa.

Sou colorado e hoje o Sport Clube Internacional completa 100 anos. Em 1909, um tal de Henrique Poppe Leão e seus irmãos, José e Luís, resolveram fundar um clube de futebol, pois os então existentes em Porto Alegre eram fechados para "estrangeiros", especialmente os "não-germânicos". Negros e operários, nem se fala. Henrique foi comerciante, mas era também jornalista. Escrevia para diversos jornais, dentre os quais um tal de "Jornal Exemplo", relacionado à cultura negra. Estes jornais foram praticamente "esquecidos" pela historiografia oficial, mas eram diversos naquela República ainda recente. O Internacional, com certo ideário inconformista, libertário e ecumênico, a contar por seu próprio nome, desde sempre teve suas portas abertas a quem fosse, tanto que dois negros já assinavam sua ata de fundação.

Não por acaso, foi o primeiro clube gaúcho (e pioneiro também em termos nacionais) a aceitá-los em seu plantel, selecionados que eram da "Liga da Canela Preta", campeonato extra-oficial organizado pelos negros porto-alegrenses, que se negavam a deixar de praticar o nobre esporte bretão. Somente nos anos 1920 o Inter começou a remunerar seus atletas, o que atraiu os craques da "Liga" para o Clube. Na época, a marginalização social deles e de outros grupos era ainda maior. Mas não com o Colorado. Somente o Inter os recebia. Impulsionados por seus representantes nas equipes, os torcedores que ocupavam as regiões mais humildes da capital se viram atraídos para o Inter, que recebeu na época a relevante alcunha de "Clube do Povo", que orgulhosamente ostenta até hoje. Também nos chamavam de "clube dos negrinhos", e, adaptando o pensamento racista gaúcho para os dias atuais, ainda nos chamam lá pelo sul de "macacos". Sem problemas. Somos internacionais. Somos plurais. Somos tudo isso mesmo, com muito orgulho.

Nos anos 1940 o Clube contava com um elenco formidável, que formou o inesquecível "Rolo Compressor". Na época, no antigo Estádio dos Eucaliptos, o time contava com um torcedor famoso, chamado Charuto (foto). Charuto era um negrinho que, conta-se, vivia de biscates no porto de Porto Alegre. No Inter era ilustre. Não pagava ingressos. Sentava na primeira fila, onde assistia as inesquecíveis vitórias invariavelmente bêbado, bradando tenazmente "Cororado! Cororado!" para quem ousasse chiar contra o Clube nas arquibancadas. Ainda nos anos 1940, e por razões que jamais saberemos, Charuto levou uma facada nas cercanias do Mercado Público de Porto Alegre. Morreu assim, viveu como pôde, mas foi enterrado como príncipe, quando seu ataúde foi carregado pelos jogadores colorados devidamente fardados.

Nos anos 1960, o Clube recebeu da Prefeitura um pedaço de água nas margens do Lago Guaíba. A começar pelo esforço em aterrar o "terreno", contando com a força de um sentimento muito popular, começou a erguer seu atual Estádio, o Gigante da Beira-Rio. A obra era deveras custosa, e parecia interminável. Depois de muitos anos e contando com o apoio de sua torcida, que doava o que podia, areia, cimento, tijolos... conseguiu inaugurar uma nova era, também inesquecível.






São muitas histórias que me fazem estar ligado a este sentimento de ser colorado, que significa, dentre muitas coisas, a estabelecer fraternidades sem preconceitos ou pré-requisitos. Grande parte dessas histórias sequer vivi, como estas que preferi recordar agora. Ser colorado significa outra coisa. Não se relaciona com a crítica fugaz do esporte como alienação. Está acima destas coisas. É um elo com a terra onde nasci. Com meus familiares e comparsas, colorados ou não. Faz parte da raiz de minha identidade. Provoca-me orgulho e satisfação, em um mundo tão carente de alegrias e tão demandante de deliciosas alienações.

quinta-feira, 19 de março de 2009

A mendicância nos esportes brasileiros

Os dois esportes mais importantes na preferência dos brasileiros são o futebol e aquele outro que estiver ganhando.

Vôlei, tênis, natação, basquete, automobilismo (que muitos insistem em considerar um esporte) e até a ginástica chegaram a ocupar esta posição tão privilegiada. Basta estar ganhando. Com as vitórias aparecem investimentos, patrocínios, visibilidade. Em suma, aparece o interesse dos brasileiros.

Mas a preferência por estes esportes é sazonal, assim como são as suas conquistas. O vôlei, por exemplo, consegue se manter por mais tempo como "segundo esporte" dos brasileiros porque tem ganhado com mais frequência. Só por isso. Esportes olímpicos, como a ginástica, se tornam interessantes para nós apenas de quatro em quatro anos, e somente quando nos convencem que ali reside alguma esperança de medalha. Contudo, infelizmente não fomos criados para sermos campeões olímpicos. Não sei o que acontece. Só sei que é assim. Inclusive com o futebol, acredite quem quiser.

Conseguimos formar uma equipe de ginástica competitiva nestes últimos anos. Nossas ginastas (e aí incluo o Diego Hipólito) foram campeãs dos mais diferentes torneios e competições internacionais. Mas sabemos todos que nenhum destes títulos tem alguma importância. Perto de uma medalha olímpica, nenhum se torna digno de lembrança.

O que lembramos bem, como típicos brasileiros que somos, são os "nossos" fracassos. Recentemente, nenhum deles foi mais retumbante do que a de nossas ginastas em Beijing (e aí incluo novamente o Diego Hipólito). Jade Barbosa foi a imagem de nosso complexo de "vira-latas" - parafraseando Nélson Rodrigues. Na época, lembro-me bem, não sei se sentia pena ou vergonha ao assitir a choradeira da atleta brasileira diante de seu fiasco na competição. Alguns me dirão que pela primeira vez uma equipe brasileira chegou às finais, etc. Por favor, poupem-se do trabalho de mencionar tais cretinices. Isto não significa absolutamente nada.

Nossos atletas olímpicos de "ponta" precisam da ajuda do governo para sobreviver. Muitos recebem a "bolsa-atleta" no valor de 2.500 reais. Nada mal, se levarmos em conta que a bolsa para alunos de doutorado no país vale 1.800. Mas Jade Barbosa talvez nem isso receba, pois tem contrato com um clube, o Flamengo, do qual também não recebe ajuda médica. Assim como não recebe da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

Por isso, em busca de recursos para tratar uma lesão grave no punho direito, a ginasta decidiu pedir a ajuda dos fãs, vendendo camisetas e outros artigos esportivos em seu site. O modelo feminino Pequim-2008 custa R$ 25,00, enquanto as demais camisetas estão à venda por R$ 49,90.

Recomendo à Jade que esqueça seu punho e utilize o dinheiro arrecadado dos otários que contribuírem para pagar uma faculdade ou investir em alguma outra coisa, enquanto ainda haja tempo. E, aos deuses do Olimpo, agradeço que depois dos Jogos de 1920, na Antuérpia, nossa equipe de tiro não tenha ganho mais nenhuma medalha para o país.

terça-feira, 17 de março de 2009

Um Circo com vários palhaços


Hoje teve chilique nervoso do deputado do PSOL, Ivan Valente. Ao falar na tribuna que a governadora do Rio Grande do Sul havia cometido irregularidades, o deputado Darcisio Perondi gritou que era mentira. Ivan Valente logo fez jus a seu sobrenome:


"Cala a boca, seu palhaço! Tem um Deputado na tribuna. Cala a boca, seu palhaço! Cala a boca, seu palhaço! Não lhe dei a palavra. Que negócio é esse? Tem um Líder falando aqui. O senhor me respeite. O senhor me respeite"


Concordo com Ivan Valente. Darcisio Perondi é um palhaço. A governadora do Rio Grande do Sul é palhaça. O próprio Ivan Valente é um palhaço. Se não o fosse, não seria deputado. Aliás, o seu colega de partido, o deputado carioca Chico Alencar, arauto da reputação ilibada, terá que explicar por que gastou mais de 50 mil reais da verba parlamentar com supostas consultorias ambientais em 2008. O dono da consultoria, que fica no Ceará, é o ex-deputado do PSOL, João Alfredo.


Obviamente João Alfredo teve muita verba pra conseguir se eleger vereador em Fortaleza. E Chico Alencar, por sua vez, nunca apresentou um requerimento sequer sobre meio ambiente. Aquele balcão de negócios (Plenário da Câmara), estava repleto de palahaços. E os palhaços mor (nós) são aqueles que os elegeram.

Clodovil morreu! Os deputados mataram o Clodovil!


Tá tudo bem. Ele nem era muito bem um deputado. Mas tentava ser. O estilista Clodovil Hernandes faleceu após um AVC. Menos um deputado. Ficaria feliz se no lugar dele não entrasse nenhum outro. Mas vai. E da pior espécie. Um tal de Coronel Paes Lira, ou coisa assim. Além de coronel, o policial, do alto dos seus míseros 7 mil votos (isso dá menos 5 meses de audiência deste blog), vai utilizar a alcunha de deputado. Desgraça pouca é bobagem.

Voltamos a morte de Clodovil. Mais uma vez, os deputados mataram seus pares antes da hora. Apressadinhos anunciam a morte dos colegas em Plenário enquanto eles ainda estão vivos. Isso aconteceu com o deputado Ricardo Fiúza, quando anunciaram 2 dias antes a sua morte. Aconteceu esse ano com o deputado Adão Pretto. Este foi pior, senadores fizeram discursos emocionados em homenagem ao morto (até então ainda vivo). Agora foi com Clodovil. Meio sem jeito, o deputado Ernandes Amorim anunciou a morte de “um colega”. Ao fundo, ouvia-se os risos contidos. O presidente da Câmara anunciou que a morte era só cerebral, o corpo estava sendo mantido por aparelhos para que fossem extraídos os órgãos. Assim, Michel Temer frustrou as expectativas dos deputados em suspender a sessão e encerrar mais um dia sem trabalhar. “Seria uma falta de respeito nossa estar havendo sessão se ele tiver morrido”, bradou o deputado Carlos William.

Nisto, seguiu uma declaração patética do relator da Reforma Tributária, o deputado Sandro Mabel (dono da fábrica de bolachas que leva seu sobrenome):

Realmente teve morte cerebral. Logicamente é irreversível. A morte ainda não foi anunciada, porque o Clodovil é doador de órgãos e os médicos ainda o mantém em estado cerebral ativo. Então, não se pode anunciar a morte antes de ela realmente acontecer.

Não entendi o deputado Mabel. Ele acredita que pode haver morte cerebral com o cérebro ativo? Tudo muito confuso, assim como todas as coisas que acontecem naquele balcãozinho de negociatas que chamam de Congresso Nacional.


De Clodovil, só restou meia dúzia de polêmicas. Dentre as notórias, foi o fato de gastar 200 mil reais pra reformar o seu gabinete de 30 metros quadrados. Dane-se, o dinheiro era dele. Também houve o episódio com a deputada Cida Diogo. Clodovil disse que ela era tão feia que não servia nem pra ser prostituta. Até hoje não sei se Clodovil insultou a deputada a chamando de feia ou insultou as prostitutas, relegando-as a um nível abaixo dos deputados. Fico com a segunda opção.



Cida Diogo absorveu o insulto e entrou em um regime que a fez perder 15 quilos. Clodovil, do alto de seu salto, respondeu a uma jornalista sobre o fato: "Eu a chamei de feia, não de gorda!"


O Coronel suplente não quer saber de história. Comemorou a morte de Clodovil com tiros pro alto. Quase 500 mil votos jogados no lixo...

terça-feira, 10 de março de 2009

Poesia de Guerrilha (II)


Amostra sem valor


Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.


Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.


Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.


António Gedeão

O que diziam as Revistas Femininas nos anos 1940-60?

- A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa. (Jornal das Moças, 1945)
- O noivado longo é um perigo. ( Revista Querida, 1953)

- Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. ( Revista Querida, 1954)

- O lugar de mulher é no lar . O trabalho fora de casa masculiniza. (Revista Querida, 1955)

- A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa. ( Jornal das Moças, 1955)

- Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. ( Jornal das Moças, 1957)

- É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido. (Jornal das Moças, 1957)
- Se o seu marido fuma , não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. ( Jornal das Moças, 1957)

- A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de incomodá-lo com serviços domésticos. ( Jornal das Moças, 1959)

- A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era perfeita e única, exatamente como ele a idealizara. ( Revista Claudia, 1962)

- Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto. (Revista Claudia, 1962)

domingo, 8 de março de 2009

Carta às Mulheres

Mulheres,

Hoje a humanidade celebra vossa data. Isto porque neste dia, em 1857, algumas de vocês eram tecelãs de uma fábrica em Nova Iorque e decidiram fazer uma greve. Reivindicavam trabalhar somente 10 horas, ao invés das 16 diárias. Também queriam ganhar o mesmo que seus colegas homens, já que recebiam menos de um terço pelo mesmo serviço prestado.
Para piorar, também queriam ser tratadas com mais respeito, como mulheres que eram. Do alto de seu fálico castelo, algumas pessoas resolveram trancá-las dentro da fábrica e queimá-las. 130 de vocês morreram como rezava a tradição inquisitorial. Esta vocês também conheceram bem. Em 1910 decidiram pela data para homenageá-las, mas a ONU homologaria a universalidade do feriado somente em 1975.

Lembrei hoje do assunto da fábrica, algo inevitável todos os anos, devo admitir. Como homem, fico a pensar como a humanidade tem sido cruel com vocês. Fábricas, inquisições... Pouco se comparado aos feminicídios que se veem todos os dias, e em cada letra da História conhecida. Fora o que não escreveram. Realmente deve ser difícil ser mulher, e viver como tal em um mundo tão falocêntrico como o nosso.

O que não entendo é como vocês deixaram isso acontecer. Afinal, vocês possuem o maior poder existente na Natureza, o de gerar a vida. São as mães, aquelas imediatamente próximas à construção primeira da mentalidade humana. Inclinada pela natureza das coisas, a própria humanidade espera de vocês tal proximidade. E te sufoca por isso, já repararam?

Ao contrário do que pode supor a leitura rápida, não as culpo de nada, mulheres, como também não culpo nossa antepassada remota que soçobrou ao poder masculino, e criou seus filhos assimilando e aceitando viver sob as regras ditadas por aquilo que há de pior desta essência. Talvez ela não teve escolha, como gerações não tiveram. Mas, e agora? Os tempos mudaram ou, quem sabe, estão mais propícios para as verdadeiras mudanças?


Naquele tempo imemoriável, quando o masculino prevaleceu sobre o feminino, cometemos nosso maior erro. Hoje em dia se fala muito em equilíbrio, mas tenho medo que a noção seja demasiado utópica, acabe por se mascarar e subsumir perante a ardileza da grandiloqüência masculina. Por isso, voto pelo poder feminino. Tentemos uma só vez. É melhor que sua essência domine o mundo. Já tivemos tempo de sobra para provar do fracasso de Logos e da Testosterona.

Vocês sempre tiveram o Poder.

Como mães, avós, filhas, amigas, amantes, não importa. Usem-no e ajudem-nos.

Em nome da Terra, subscrevo-me,

Sniper.

Sobre Comunas e Comunalidade


"Há... o que existe de mais valioso para um ser humano: fazer uma diferença no lugar onde se vive, ser camarada entre os que nos rodeiam, colaborar com a construção, em torno de si, de um mundo de iguais, porque somente aqueles que são iguais podem realmente prodigar-se mutuamente o sentimento amoroso e comunal.

Aclarando que comuna e comunalidade distinguem-se com força das confrarias, dos clubes e corporações, que tanto dano fazem hoje às instituições e à vida pública. Pois a comuna dos que lutam por um mundo melhor, igualitário e generoso para todos, é uma pátria benigna e acolhedora para quem dela se aproxima; uma pátria vital, criativa, livre e libertária. Nada pode assustar a quem se encontra enturmado numa rede assim, de pessoas que sonham e ousam inventar formas novas de felicidade. Não tem maior diversão que dedicar-se a imaginar um mundo mais ameno, e tentar trazê-lo à prática, ainda que seja aos tombos e tropeços".

Foi Rita L. Segato quem o disse.

A Igreja Católica é uma piada... e de mal gosto

Ela é apenas uma criança. De nove anos. Pesa 33 kg e mede 1,36 m. Vive em Alagoinha, a 230 km de Recife. Lá, era estuprada desde os seis pelo padrasto. Ficou grávida de gêmeos. Os médicos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) constataram que a vida dela corria perigo e retiraram os fetos, interrompendo a gravidez na 15ª semana. Após o aborto, na quarta-feira, “ela ficou brincando com a boneca e o ursinho. Não sei se entende o que passou” – disse o diretor da Maternidade, Sérgio Cabral.

Quem, com certeza não entendeu nada, foi o já aposentado arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, de 75 anos. Ele tentou convencer o pai biológico e a mãe da menina a desistirem do aborto. Fracassou. A Arquidiocese decidiu, então, que vai denunciar os pais da vítima ao Ministério Público, acusando-os de duplo assassinato. Sem chances, porque a legislação brasileira permite o aborto em vítimas de estupro até a 20ª semana de gestação e também no caso de ameaça à vida da mãe. De acordo com avaliação médica, o aborto é, portanto, duplamente legal.

O bispo, no entanto, está se lixando para as leis dos homens: “A lei de Deus está acima de todas as coisas e o aborto é um crime previsto nas leis de Deus”, diz, citando o Código Canônico, que em seu artigo 1.398 pune os que praticam o aborto com a excomunhão. Omite que não foi Deus, mas os homens que escreveram o Código e excomungou todos os adultos que participaram da operação: os pais da menina, os médicos, o motorista da ambulância, o transportador da maca, as atendentes, os enfermeiros que esterilizaram os instrumentos cirúrgicos, as representantes de ongs em defesa da mulher, enfim todo mundo, menos o pedófilo e estuprador do padastro: “Esse padrasto cometeu um crime enorme – admitiu – mas não está incluído na excomunhão. Ele cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente”, explicou.

A excomunhão, que é a pena máxima da igreja, condena ao fogo do inferno pessoas misericordiosas, que tiveram compaixão com o sofrimento dos outros, poupa o estuprador.

Para mim, que detesto grandes altitudes, ser excomungado significaria o mesmo que receber uma carta da NASA informando-me que não me aceitam como astronauta. Mas, e para aqueles aculturados nas tradições cristãs e católicas? A religião, que deveria servir de consolo, neste caso consegue produzir mais sofrimento, no mínimo psicológico, para as vítimas e para aqueles que lhe estenderam a mão.

É um absurdo. Revolta mais saber que o caso não é isolado. O bispo pernambucano apenas seguiu a tradicional cartilha de Roma, ultrapassada, inquisitorial, que luta contra a modernidade dos tempos, o bom senso e tudo aquilo que tomamos como Justiça dos homens e dos Deuses.

*Agradeço ao texto de José R. B. Freire "A menina, o bispo e nós" pelos fatos expostos. Seguimos lutando por um mundo de consciências mais livres!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Justiça Divina tarda, mas não falha: Sergio Naya Empacotou!


Prezado Deus,

Certa vez eu questionei a justiça divina. Domingo faria 1 ano deste meu protesto. Naquela feita, bradei neste blog:

“Não só a justiça dos homens, mas a Justiça divina também poupa Sérgio Naya. Ele só sofreu dois AVC’s e também sofre de gota.”

Venho por meio desta cartinha me redimir com você. Soube que a poucas horas Sergio Naya foi encontrado morto em um quarto de hotel na Bahia. Enfarto, ok, deve ter sido rápido, sem sofrimento. Mas ta morto. Vai comer grama pela raíz. Sérgio Naya, o homem que não tomava champagne em taça de pobre, espero agora que brinde com o capeta.

Amém!

http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Por uma Brasília melhor

Ao invés de gastarem fortunas com obras desfuncionais do centagenário Niemeyer, como torre de tv e unicórnio de 100 metros de altura, o governo deveria aceitar minha sugestão de intervenção arquitetônica na Capital. Inclusive o projeto seria interessantíssimo para o GDF, Governo Federal e suas empreiteras enriquecerem mais do que com a Copa do Mundo que se avizinha. Côrte brasiliense, vocês estão diante de uma extraordinária oportunidade de enriquecer mais, e o melhor: construindo algo realmente útil para a população candanga.

Costão do Paranoá e Praia da Esplanada serão divinos...
















sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"Bom senso não é tão comum"



Já expressei em outras postagens minha desconfiança com relação ao presidente pop-star Barack Obama:



Entretanto devo admitir minha grata surpresa com o exercício de seu primeiro dia de mandato, quando Obama ordenou a desativação da vergonhosa prisão militar e academia de torturadores de Guantánamo, além de ordenar a imediata revisão de todos os processos dos detentos, que poderão emigrar para países europeus.

Também assinou outro decreto impondo aos Estados Unidos à conformação às convenções de Genebra e ao manual do exército de lá no tratamento dos prisioneiros que proibe práticas de tortura em interrogatórios e pediu nesta quinta-feira à sucursal Israel que abra os postos de passagem nas fronteiras de Gaza para que possa entrar a ajuda humanitária e fluir o comércio. Ademais, nomeou como representante e negociador do governo no Oriente Médio o ex-senador George Mitchell, autor de um livro intitulado "Making Peace"!

Mesmo assim, continuo desconfiado: Obama aproveitou para pedir "paciência" com relação à ocupação beligerante estadunidense no Afeganistão, pois a situação é "perigosa" e "vai levar tempo para melhorar".

Vamos ver até quando isso dura. Vou ficar de olho em você, Obama. Como se eu tivesse escolha...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vamos organizar a Suruba!


Com vocês, Marcelo Tas, o professor Tibúrcio do Castelo Rá-tim-bum, embandeirando na entrevista da revista Playboy deste mês, uma velha plataforma dos Guerilheiros:


[...] O Brasil é uma espécie de grande bordel. A palavra “brasileira” na Europa não é um substantivo, é adjetivo. E quer dizer “eu sou puta”. [...] Os gringos chegam ao Brasil e já no aeroporto passam a mão na bunda da policial federal gostosa! [...] O cartão-postal mais vendido no Rio de Janeiro é um de quatro ou cinco mulheres de costas!! Duvido que elas recebam royalties por isso. Então o que eu defendo é: vamos regularizar a situação do bordel. Vamos pagar royalties pras aquelas meninas do cartão-postal, organizar os pontos onde elas ficam, vaciná-las, distribuir camisinhas...Seria uma maneira de a gente deixar de ser hipócrita! Vamos organizar a suruba! [...] Pra mim, isto aqui já é um bordel. Você vai ao Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito, e existe um cardápio de meninas![...] Existem garçons de prostitutas dentro do Congresso! [...]


Excetuando a parte do "Congresso Nacional, que é um lugar que eu respeito" (não, nós não respeitamos), defendemos todas as letras desta campanha. Legalizem a Suruba já!


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A arte da ignorância

A arte de ser brasileiro é a arte de não aprender. Somos ignorantes por natureza. Nós nos recusamos a aprender. Não aprendemos nem por repetição. Esta é a nossa sina. Aqui, quem lê meia dúzia de livros meia bocas ao ano já está anos luz dos outros ignóbeis e aptos a galgarem títulos de doutores e ocuparem cátedras universitárias. Seria engraçado, se não fosse verdade. Fechem o Ministério da Educação! Não serve pra nada. É só mais um engodo na Esplanada dos Ministérios. Estamos fadados e disputar e obviamente perder para as mulas o emprego de puxadores de carroça. Se você pensa como brasiliense, também pode prestar um concurso público. Dá na mesma.

 

Parem de gastar papel com livros didáticos. Joguemos todos os livros de História fora. História no Brasil não serve pra nada. A gente não aprendeu nada com o desabamento do Osasco Shopping; com desabamento do prédio de areia do Sergio Naya*; com o desabamento do metrô de São Paulo; desabamento da Fonte Nova, estádio do Bahia e também não iremos aprender nada com o desabamento da Igreja Renascer. É assim mesmo. O Brasil é um país que desaba enquanto a massa bovina fica admirando, boquiaberta. Das histórias de desabamento, o que se pode aprender, é que ninguém foi punido. No caso da Igreja, ninguém será punido também. Daqui um mês e um laudo fajuto, ninguém mais fala nisso. As fatalidades acontecem na mesma proporção da liberação de certidões de “Habite-se” feitas nos subterrâneos melequentos das prefeituras.  


Caminhando e desabando o brasileiro senta e espera mais uma Copa do Mundo. A justiça desaba junto com as nossas edificações, sobrando só o fétido cheiro da impunidade e dos cadáveres.

 

* http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/02/homenagem-srgio-naya-um-brasileiro.html

"Renascer": uma noção vaga, pueril e irreal







O casal fundador da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes (que merecem chifres ao invés de narizes de palhaços), cumprem pena domiciliar em sua luxuosa mansão em Miami, avaliada só ela em mais de dois milhões de dólares, por evasão de divisas (agora ele está na cadeia por 140 dias, depois será a vez dela). Não que eles devam sentir muita falta do Brasil, já que por aqui o governo brasileiro pediu a extradição do casal, suspeitos pelo Ministério Público de que o dinheiro das doações dos fiéis seja desviado para empresas particulares de propriedade dos dois*. Diretamente de sua prisão-mansão, o casal enviou a seguinte nota com relação ao desabamento do teto de sua sede mundial, que feriu quase duzentas pessoas e vitimou nove mulheres, destas, sete idosas:

"Estamos todos absolutamente consternados, tristes e pasmos com a tragédia que nos abateu neste domingo, ceifando vidas, ferindo pessoas, trazendo tanto horror. Mas temos que ser firmes, cada vez mais fortes, unidos, para superarmos. Nós temos Jesus Cristo que nos deixou o Consolador, o Espírito Santo. Essa mensagem agora deve trazer esperança e a confiança. E ser viva dentro de cada um de nós. Acima de tudo, nós oramos e pedimos ao Espírito Santo que console o coração de cada um. Nós acreditamos na eternidade com Cristo. As pessoas foram colhidas por Deus. Nós cremos naquilo que a Bíblia nos fala em Filipenses 1:21: 'Para mim o morrer é ganho e o viver é Cristo'. E acreditamos no Salmo 116:15: 'Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos'. Foi uma grande fatalidade o que ocorreu. Não sabemos o motivo. Mas há de haver um propósito para tal sofrimento. Nosso coração está enlutado, sofrendo muito, pelas vidas, pelas vítimas, pela situação, pela calamidade. Esperamos que em Deus possamos ter o entendimento e o conforto desta enorme tragédia. Esperamos que Deus possa enxugar nossas lágrimas com milagres. Nossas orações, nosso amor, nossa solidariedade. Que Deus possa nos abençoar e trazer essa renovação de consolo e esperança, de fé, de forças. Queremos agradecer por esses laços de fraternidade e solidariedade que unem todos os irmãos nessa hora tão sofrida".

Traduzindo mais esta blasfêmia: "estamos cagando e andando para vocês e mais do que nunca necessitamos do seu dinheiro para retomar a obra de Deus".

Não tome o jogador Kaká como exemplo. Os fiéis dessas igrejas são pessoas muito humildes, e, ao que parece, suas vidas valem menos do que suas suadas moedas que sustentam tais projetos megalomaníacos e gananciosos. A publicidade deve estar sendo terrível para a família Hernandes, mas, infelizmente, isto não serve de consolo para ninguém. Que o diga as famílias das vítimas, para quem a expressão Renascer agora não passa de uma noção vaga, pueril e irreal.
* Segundo nota do Supremo, os crimes pelos quais respondem - lavagem ou ocultação de bens e valores - “não estão abrangidos pelo Tratado de Extradição assinado entre Brasil e EUA”.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Conheça o final da novela "A Favorita" (ou, "Descortinando A Favorita")


Peço licença aos leitores habituais. Este post se destina preferencialmente a você que perde seu tempo procurando notícias na internet sobre assuntos como a novela A Favorita. Inclusive, escrevi este título pensando na possibilidade você nos encontrar no google. Bem, vou aproveitar sua nobre audiência para comentar sobre esta extraordinária trama.


A novela, que teve a pior média de audiência da década dentre as estréias, virou o jogo e agora bate recordes de audiência por ter conseguido "revolucionar a linguagem da teledramarturgia nacional"*. Insatisfeitos com os índices negativos, a direção do núcleo apertou o jovem autor João Emanuel Caneiro para inventar alguma coisa. Entediado e sem saber o que fazer, provavelmente João acendeu um** antes de se atirar no sofá para rever seus dvd's de Lost. Eureca! Habemus revolutione!


Mas o metodólogo Thomas Kunh não concordaria com isso. Para ele, a revolução é como uma "quebra de paradigmas". Então, não teve revolução nenhuma, porque não teve "quebra de paradigmas". Nesses termos, parece que o aperto da direção do núcleo foi maior, "sugerindo" ao autor a retomada do velho e pérfido discurso moralista cristão, tão ao gosto da população média brasileira quando devidamente transfigurado em "temas polêmicos" que se propõe estabelecer um debate mais profundo dentro da sociedade nacional.


Ah, façam-me o favor! Orlandinho, o gay, sofre um verdadeiro processo de "cura" a partir de sua "natural", pois que não desejada - portanto "orgânica", "natural", "normal" - masculinização. Aliás, algo que não por acaso lhe causa pressões e sofrimentos psicológicos terríveis. Stela, a versão homoafetiva feminina da trama pretende a imagem da mulher cool, bem-resolvida e independente, mas no fundo se trata de uma solteirona infeliz, melancólica e, não por acaso, perseguida pelo pensamento machista herdado de nossa matriz patriarcal rural que, como se percebe, falsamente se pretende criticar na trama. Surpresa por surpresa, se no final Catarina resolver se acertar com Stela, não se supreenda se a paixão entre elas não se consumar em um ardente "beijo de novela". Jamais apareceu um beijo de língua homoafetivo numa novela da Globo.


Exagero meu? E quanto à Dedina, a mulher adúltera? O que mais esperar de tal comportamento senão um final infeliz? Aliás, bota infeliz nisso: literalmente, fizeram a mulher definhar até a morte. Em seu agonizante e desproporcional fim, ela se arrepende e pede perdão tanto ao marido, quanto ao amante!!! Lembram o que ela disse antes da agonia final? " Desculpem por eu ter arruinado a vida de vocês"!!!


Político que se arrepende, confessa seus crimes e vai com gosto para cadeia, depois que o meliante com quem acabara de negociar armas acerta por acaso sua filha na rua , só na televisão mesmo. Naturalmente, Taís Araújo não morreu, mesmo porque, ao contrário de Juliana Paes (assasinada no início da trama), não pretendia um papel maior na próxima novela das oito (ou não foi capaz de consegui-lo). A "surpresa" foi o colarinho branco da vez ser negro. Mas as inversões são totalmente propositais, e não "naturais", como realmente devia valer. Vide a angelical vilã Flora e a rude heroína Donatela. Como se não bastasse, a fugitiva da polícia (Diva/Rosana) também prefere os braços da lei e da "justiça" brasileira ao invés da monótona vida bucólica da qual desdenhou.


E o tema do incesto? Já imaginou? Se imaginou, foi por pouco tempo, pois o mistério acerca de tema tão cristão não podia durar muito, e tudo foi rapidamente "esclarecido": "Harley Mateus" nunca foi irmão de "Lara Fontini"! Assim como você nunca será livre. Portanto, pare de perder seu tempo com novelas e blogs inúteis. E poupe-me deste seu fugaz interesse: até parece que você, lá no fundo, já não sabe qual será o final.


* Fonte: qualquer jornaleco brasileiro disponível online.

** A inspiração cannabica aparece representada em personagens como o alterego raul-seixasiano Augusto César, bisonhamente interpretado por José Mayer.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Perguntar Ofende?


"A luz do sol é o melhor dos desinfetantes" Louis Brandeis (1856-1941).

 

Qual o interesse da Câmara Municipal de Goiânia não ter página na Internet?

Por que a página   http://www.camaragyn.go.gov.br   é fictícia e nunca funciona? 

O que faz a edilidade da capital de Goiás que não pode ser publicizado?

 Como diria o Blog Chapa Branca, o que acontece naquele “balcãozinho de negócios”?

Como votam, quem empregam, quanto custa e o que fazem os vereadores de Goiânia?

Por que a Câmara Municipal de Goiânia se porta como se estivesse em uma cidade de quinta categoria, menos transparente que Itajubá, Cravinhos, Descalvado ou Itabirito...?

Gari Negro Job`s, use a verba de gabinete pra consertar essa bagaça! Queremos ficar no encalço do seu mandato. 

Doca Street: Memórias de um Cárcere Playboy

Setembro de 2006 e R$ 39,90. O preço da livraria escrito a lápis e a data em que comprei não foram apagados. Olhando pra estante, puxo mais um livro que não terminei de ler. Afirmo com poucas chances de falhar que foram os R$ 39,90 mais mal gastos em minha vida desde então. O título é “Mea Culpa”. O autor, um playboy: Doca Street. Doquinha (como era chamado pelos amiguinhos playbas) assassinou a tiros uma das mulheres consideradas mais belas do país, Ângela Diniz, uma socialite caça-tesouro$.

O livro é bestial, piegas e ruim, um pecado mortal ser homônimo do “Mea Culpa” de Céline. Obviamente Doca Street, hoje um sectagenário, nunca leu Céline. As vezes penso o quanto seria bom que eu fosse preso, assim como Doquinha. Moraria e comeria as custas do Estado, e de quebra, teria alguns anos pra ler o que eu quissesse, com direito a "banho de Sol", privilégio que não desfruto com a bunda sentada numa cadeira de escritório.

Doquinha deixou mulher e filho pra ficar com Ângela Diniz. Após uma briga, Doca Street matou Angela com quatro tiros em Búzios. Doquinha fugiu e foi preso. Condenado a 15 anos em seu segundo julgamento, após 2 anos e meio, já estava em liberdade provisória. No primeiro julgamento, amparado por um dos criminalistas (Evandro Lins e Silva) mais caros do país, Doquinha saiu em liberdade com a tese de legítima defesa da honra. Doquinha conta em seu livro o quanto não foi fácil pra ele conviver com este episódio.

Parei de ler na página 50. Faltou 420. O livro não estava fazendo valer as árvores utilizadas para fazer o papel. Na terceira página, Doquinha, como todo palyboy inconsequente sem a mínima noção de justiça, após matar Ângela, bebeu uísque, fugiu pra casa de amigos, cochilou e no dia após o crime já estava nadando em uma piscina, como se nada pudesse alcançá-lo. Doquinha ainda almoçou com a família, fato que ele descreveu como momento alegre que lhe trouxe paz.

No outro dia, a mãe* de Doquinha já apareceu com uma equipe de dois advogados, dois psiquiatras e um analista para o filhinho. “Coitadinho dele, brigou com a namorada e foi obrigado a encher ela de bala” – deveria pensar a velha em retardo já avançado. Nas próximas páginas, tem um incontável número de sobrenomes – Soares; Matarazzos; Júniores e outros cúmplices. Tenho que tirar o chapéu para esta capacidade nominal de memorização dos playboys. O interessante é que, até então, sem dizer o nome ou sobrenome de nenhum, o escritor Doca já passou por três porteiros, dois jardineiros, um motorista e outras 5 camareiras e empregadas domésticas da chácara onde ele se escondeu. Em um exercício literário, Doquinha ainda tenta descrever os dois seguranças-capangas contratados para ajudá-lo a fugir:

“...dois homens que eu nunca vira...o primeiro era um gordinho bem moreno...o outro parecia um índio, bem magrinho. Parecia perigoso”.

Ótimo! Ele mata a namorada, vai tomar uísque, cochilar e nadar na piscina, e o perigoso, pra ele, é o segurança índio que vai ajudá-lo. Fico pensando com quantas copeiras, faxineiras, seguranças, camareiras e motoristas se faz um Doca Street da vida. Os Playboys não amadurecem. Morrem imaturos. Doca escreveu o livro aos 71 anos e continua Doquinha. Vai morrer Doquinha. Ele matou a namorada aos 45 anos com a maturidade de um pré-adolecente problemático. Doquinha's, Jorginho's Guinles, Chuiquinho's Escarpa's** e Alexandre's Nardoni's não envelhecem. Nunca.

Dos R$ 39,90 que gastei, fico pensando que contribui pra mais um golinho do champagne de Doquinha. Esta noite terei pesadelos...

*Os pais dos playboys, que transformam as suas crias em sociopatas imbecis e imaturos pelo resto das vidas, também deveriam ser condenados por toda a merda que seus filhos fazem no mundo e que eles acobertam.

** Doquinha, Jorginho, Chiquinho...inhos e inhas...Reparem na insistência incidência de diminutivos na alcunha playboyziana. Seria uma mistura de complexo de Peter Pan com o de Édipo daqueles que se recusam a crescer e largar as tetas das mães?

domingo, 11 de janeiro de 2009

A Grama do Governador Arruda



Arruda plantou grama batatais em um canteiro de alguns metros quadrados. O plantio não ficou muito bom, ta tudo torto, parece que foi feito por um jardineiro míope. De qualquer forma, parabéns ao Governador Arruda por mais esta faraônica obra. O canteiro deve ter sido projetado por Niemeyer. As gramas devem ser mutações transgênicas de uma pesquisa milionárias da Embrapa para que elas nunca precisem ser podadas ou regadas.

Obrigado Governador! Ainda bem que contamos com verba pra publicidade suficiente para que sua administração seja divulgada. 

A propósito governador, pintaram o meio-fio da minha calçada e não vi nenhuma placa! Que mancada da sua equipe!!  

Outra vez, Niemeyer...


Abro o tablóide Correio Braziliense e tenho a triste informação que além da torre de TV Digital de 64 milhões de reais, Niemeyer agora fez um projeto de outra praça de cimento na Esplanada. Tudo muito velho, tudo muito caro, tudo muito inútil...De acordo com Niemeyer, a praça se chamará a “Praça do Povo” que paradoxalmente guardará a história de nossos ex-presidentes. Collor, Itamar e FHC estão lisonjeados. A praça terá um obelisco de cimento de cem metros de altura. O governador Arruda, antevendo mais uma oportunidade de desviar verba pública, já deu o veredicto sobre a nova obra: - Vamos Fazer!!

Enquanto isso, cada dia de vida de Niemeyer vai causando mais prejuízos a população. É bom relembrar uma velha aclamação. Morra Niemeyer!:

http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/01/morra-niemeyer.html

Ao Citibank, com amor.

Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking.
São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484
Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.
Desculpe, não reconheço esta informação. Por favor, tente novamente. Em caso de dúvidas, contate o CitiPhone Banking. São Paulo e Rio de Janeiro : 4004-2484 Demais localidades : 0800-701-2484 - 0800-701-CITI.”

Querido Citibank, teço algumas observações sobre a mensagem acima:

1 – Não me admira que este banco esteja falindo.

2 – Gostaria de dizer que suas desculpas não foram aceitas.

3 – Se você não reconhece esta informação, muito menos eu. Eu não reconheço e ainda tiro a sua legitimidade de reconhecer as minhas.

4 – Já tentei novamente e não deu certo. Não adianta pedir por favor. Fiz porque quis e não por que você foi educado.

5 – Eu tenho várias dúvidas mas não to afim de perder meu tempo e minha paciência ligando para uma máquina. Se bem que prefiro a ignorância das máquinas que a dos homens.

6 – Moro em Brasília e não em Demais localidades. Este banco falido deveria saber que existem lugares além de Rio e São Paulo.

7 – A propósito, o sistema financeiro é tão burro que me enche de créditos. Breve juntarei todos os créditos de meus três bancos e de meus três cartões e vou sujar o meu nome como nunca um ser humano sujou na vida. Depois disso, para me encontrar na praia ou na puta que o pariu, ligue para o número que vocês quiserem , pois não vão me achar de qualquer forma.

8 – Não vou pagar conta nenhuma enquanto vocês não arrumarem essa joça!


Ao citibank, com amor,


Escapista. 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Viva Farouk e Hamdam!

Você pensa que o brasileiro é um povo hospitaleiro, feito de pessoas alegres, com aquele malemolejo tupiniquim que só a gente tem, calor no tratamento que nenhum outro povo possui, com muito carnaval e samba no pé para os estrangeiros acharem nosso país o melhor do mundo? Então você precisa saber como tratamos os refugiados palestinos que aqui estão.

 

Os palestinos que aqui chegaram não recebem orientação, não possuem assistência médica e são enxotados para onde a ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) determina. De preferência pra Mogi das Cruzes, para bem longe deles. Longe de Brasília. Se no Brasil as pessoas são livres, é fato que uns são mais livres que os outros. Os palestinos são renegados a invisibilidade social de pedintes transeuntes. Nem isso. A mendicância é um ato que requer comunicação, o que relega o palestino abaixo da linha da miserabilidade. Os palestinos refugiados nem aulas suficientes de português recebem. São deixados no país assim como se deixa boi no pasto.

 

O posicionamento do nosso corpo diplomático, que no Itamaraty aprende a diferença dos tipos de talheres e como soltar flatos de modo requintado nas festas regadas a uísque contrabandeado, é absolutamente de omissão. Os nossos diplomatas com seus neurônios aristocráticos devem somente pensar: - Fodam-se! Que se deem* por satisfeitos em não tomarem no Brasil um míssil israelita em suas cabeças piolhentas!  

 

Quem sente na pele o tratamento hospitaleiro brasileiro são os senhores Farouk Mostafa Mansour e Hamdam Abu-Sitta, dois idosos palestinos que não falam português e que gostariam de ficar em Brasília e receberem tratamento médico. Farouk e Hamdam em nada foram atendidos e por isso acamparam em frente a requintada sede brasileira da ACNUR no Lago Sul. Lá, Farouk descobriu que os únicos funcionários que cumprem expediente são o porteiro e o segurança. Aliás, Farouk teve uma grata surpresa ao saber que uma tal sra. Margarida, mais uma meretriz com imunidade diplomática, trabalhava na ACNUR. Margarida jogou sua picape com placa azul sobre a calçada com o intuito de atropelá-lo em sua barraquinha. Hamdam, por sua vez, vive sendo despejado em albergues e lugares para tratamento de senis.    

 

Farouk e Hamdam não estão pedindo nenhum favor, somente que a ACNUR e o Brasil cumpram a Convenção para Refugiados firmada pela ONU em 1951, o Protocolo de 1967 e a lei 9474/94. Mesmo acampados como mendigos e tomando banho e fazendo suas necessidades no Lago Paranoá, embaixo das fuças da vizinhança rica e pomposa do Lago Sul, os velhinhos Farouk e Hamdam continuam sonhando com uma Palestina livre. Continuam invisíveis perambulando pelas ruas de Brasília e comendo frutas do chão.

 

*"Deem" sem circunflexo. Repare que os nossos diplomatas já usam o novo acordo ortográfico desta primitiva língua (sem trema) portuguesa.  Eu, como guerrilheiro, ainda prefiro a gramática da Juliana Paes: http://guerrilheirosdoplanalto.blogspot.com/2008/10/novo-acordo-ortogrfico-by-juliana-paes.html

Sobre Macacos e Essências


"A vida nesse planeta é preciosa em si, independentemente de qualquer alusão a hipotéticos mundos superiores, a eternidades, a existências futuras. O fim da vida é viver. Corpo e alma, instinto e inteligência, são manifestações igualmente divinas e têm o mesmo direito à existência. O homem, por natureza diverso e incoerente dentro da sua unidade, deve ter o espírito aberto a todas as diferentes formas da verdade, deve aceitar os seus eus múltiplos e, com todos eles, viver intensamente. Dos 'excessos equilibrados' resultará a rica vida do homem integral. Todos os 'excessos não equilibrados' - a mortificação ascética como a libertinagem embrutecedora, o intelectualismo puro como a caça ao dinheiro ou aos prazeres fáceis - são pecados contra a vida e portanto outras tantas formas de culto da morte".


Foi Aldous Huxley quem o disse.

A Roupa do Rei de Roma


Bush pai (distraído), Obama, Bush filho, Clinton e Carter (afastado) realizaram um encontro histórico nesta última quarta-feira. Os presidentes de gerações diferentes almoçaram juntos para gozar do histórico e compartilhado sucesso do projeto mundial que executam no mundo a algumas décadas.

Ainda tem gente que pensa que agora as coisas vão mudar. Nem a cor da roupa de quem vai e de quem chega são diferentes, como se a cor do recheio quisesse dizer alguma coisa neste escritório.

Republicanos ou Democratas, todos os fascínoras concordaram com o paradigma megalomaníaco romano adaptado aos tempos atuais devidamente relembrado por Bush filho antes mesmo de servirem a salada: a importância do papel de liderança dos EUA no mundo.

Essa é a cara da verdadeira miséria, acreditem. Essas pessoas representam aqueles que não aparecem. Mas estes também têm nome, ou melhor, sobrenome, e estão por aí: Rothschild's e Rockefeller's são tão conhecidos como a graduação da impunidade que acompanha a história de suas riquezas. Seus filhos também usam ternos escuros e de bom corte, às custas da nudez famigerante da população deste mundo liderado por eles.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Obituário: Touro Bandido


Ao lado de uma notinha bem pequena dizendo que Israel, após 500 mortos palestinos, continuará a bombardear a Faixa de Gaza, fixo a atenção em uma notícia maior: Morreu o Touro Bandido! Teve matéria no Fantástico e tudo (nessas horas eu me pergunto quando acaba a concessão Pública que autoriza a Rede Globo a transmitir conteúdos de grande relevância para a sociedade brasileira). O touro contracenou com o ator Murilo Benício na novela América e Glória Perez, em seu blog, lamentou o falecimento, dizendo que touro Bandido era rei! Foi enterrado com pompa de Chefe de Estado na Arena de Rodeio em Barretos.

Viva o Touro Bandido! Já pensou se enterram todos os bandidos como chefe de Estado? Ia faltar Arena em Brasília. Bandido deixou mais de 70 filhos (outras tantas viúvas), 2 mil semens congelados e, pasmem, 4 clones! Bandido em Brasília também deixa seus filhos (vide os Sicranos Junior’s e Fulanos Filhos que andam pelo Congresso Nacional), mas clone já seria demais!

Câncer de pele. Irônico, tendo em vista que Barretos possui um dos melhores centros de tratamento de câncer no Brasil. Touro Bandido não quis se submeter à sessões de quimioterapia. Não ia nem precisar pegar fila. Em Barretos ganhará uma estatua de bronze em tamanho real. Neste ponto, os políticos vencem. A estátua de bronze do memorial JK é três vezes maior do que o Juscelino.

Vá com Deus Touro Bandido! Seria melhor ter virado bife para alimentar a corja faminta de humanos. Virarás Estátua! Que venhas como rato de esgoto na próxima reencarnação!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Dia Universal da Ressaca


O primeiro dia do ano é feriado internacional em menção à paz e à confraternização universal. Bobagem, todos sabemos. Cada ano temos uma guerra nova. E sempre há "motivo" para tais empreitadas: econômicos, religiosos, econômicos, políticos ou econômicos, não importa.


Tive uma vez uma professora de história casada com um potencial homicida. Ela nos contou que seu marido adorava dar tiros eventualmente, como "esporte". Mas havia um problema: a munição tinha prazo de validade. Contáva-nos que, mesmo sem muita vontade, volta-e-meia o marido se obrigava a dar tiros por aí para não perder a munição já comprada. Ao seu modo, ela nos fazia pensar sobre a indústria da guerra...


E 2009 já começou fraterno e pacífico pelas bandas do Oriente Médio. A foto do reveillon na Faixa de Gaza mostrou que os foguetes de marcas israelenses não são os mais indicados para se celebrar. Resumindo: seria mais legítimo mudar o nome deste feriado para Dia Universal da Ressaca. O nome simbolizaria algo real, compartilhado neste dia especial por toda a humanidade. Enfim, algo que de fato nos une, ao contrário da paz e da fraternidade.


Fronteiras apenas nos apartam. Portanto, não possuem valor real nem legítimo.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Guerrilha-Retrô 2008


Enquanto veículo de expressão, também nos sentimos no direito de fazer a nossa Retrospectiva do ano que termina hoje. Não faltou assunto. Sobrou foi preguiça. Todo modo, por maior que fosse o nosso esforço, não daríamos conta de “prestigiar” a tudo e a todos a contento. Então, arbitrária como toda seleção o é, e preguiçosos como de costume, vamos apenas “catalogar” nossa produção anual, de forma bastante simples, mesmo porque nada é tão deprimente quanto relembrar amiúde as mazelas passadas. (Felizmente a Globo se deu conta disso e passou a retrospectiva para antes do dia da festa, mesmo correndo o risco de não noticiar a queda do Cometa Halley em Minnesota, ou coisa parecida, que pode acontecer nesse meio-tempo).

Nas 146 postagens do ano, por alguma razão que consideramos justa, em 2008:

FALAMOS MAL, DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Madeleine, Ana Maria Braga, Brasilienses, Niemeyer, Denise Rothenburg, Polícia Militar de Goiás, Polícia Militar do DF, Polícia carioca, Polícia gaúcha, Polícia catarinense, Instituições financeiras, Instituições políticas, Instituições jurídicas, Brasileiros, Beto Carrero, Nelson Pelegrino, Timothy Mulholland, Pedro Brito, Loterias, Sérgio Naya, UnB, Estados Unidos, Eurico Miranda, Orkut, Xuxa, Miguel Jorge, coronel Paulo Roberto Mendes, Vaticano, Goiás, Plínio Araújo, Lauro Trevisan, carro Tata Nano, Missionário Ronildo Peçanha, Guerrilheiros do Planalto, Grande Colisor de Hádrons, UFO Detector, NET, Ronaldo Nazário, Kirsty Coventry, russos, Lula, Vaclav Klaus, Grazi Fantini, Colégio Militar brasiliense, padre Adelir de Carli, George Bush, Bento XVI, Claudio Ricci, Rede Globo, Brasília, Correio Brasiliense, Ziraldo, Google, Ram Bomjan, Dourados News, Gyselle Soares, BBB, GDF, Marcelo Valle Silveira Mello, Vital do Rêgo Filho, Zuleido Veras, Juliana Paes, Nomofóbicos, Ângela Guadagnim, Street-Fighter, Silvestre dos Santos, cariocas, Silvio Berlusconi, Louro José, Cinema brasileiro, ANCINE, Fernanda de Bretanha, Igreja Universal, Maranhão, Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa, gaúchos, Luana Piovani, Dr Pepper, Obama, Ciro Gomes, Madonna, Natal, USB Rocket Launcher e Walter Brito Neto.


FALAMOS BEM (ou nos compadecemos), DIRETA OU INDIRETAMENTE DE:


Maconha, Prostituição, Chris Rock, México, Dalai-Lama, Flavio Bazzo, cadela Laika, Raimundo Nonato, bebidas, Kikolai Malakhov, transexuais e homoafetivos em geral, Guerra Junqueiro, Lo Prado, Tim Maia, negros, Desidério Felippe de Oliveira, Falcão do Rappa, José Wilker, Dercy Gonçalves, Luiza, João Ubaldo Ribeiro, gaúcho da dinamite, Negro Jobs, Fernando Gabeira e o Guns N’ Roses.


Já que assunto não vai faltar mesmo, esperamos um ano novo com mais energia para guerrear. Sigamos em frente, Guerrilheiros!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A benção do Silêncio


Bush conseguiu se esquivar, mas isso é o que menos importa. No mundo árabe, não existe maior insulto do que atirar os sapatos em alguém. Agora estão tentando provar que o jornalista iraquiano estava drogado. Patético!

Por falar em drogas, nosso Presidente, ao ser questionado ontem na grande reunião de cúpula da América Latina sobre o episódio, perdeu uma daquelas extraordinárias oportunidades de fazer silêncio:

"Aqui, por causa do calor, se alguém tirar o sapato a gente vai perceber antes de atirar por causa do chulé"!!!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Já vai tarde!


Pouco sei sobre Walter Brito Neto. Elegeu-se vereador da capital da Paraíba com 22 anos e hoje, deputado federal, tem lá seus 26 anos.

Hoje, ao vê-lo andando perdido pela Câmara dos Deputados, como um zumbi bêbado, tive uma felicidade inexorável. Walter Brito amanhã perderá o mandato de deputado por infidelidade partidária. Pensei comigo mesmo: Já vai tarde seu playboy de merda! Quase disse isso em seu ouvido, bem baixinho, porém, na sua condição de ainda parlamentar, eu estaria preso por desacato. Amanhã, quando ele for ex-deputado, passarei o recado. Pensei em entrar em seu gabinete e gritar para os seus lacaios: “Aproveitem a teta que é o último dia seus inúteis”. Não o fiz por pura preguiça. 

Pausa em meus pensamentos, lembro que o fim do ano chegou e eu, proletário, só tive uma semana de férias. Fico ainda com mais raiva do fedelhinho deputado ao vê-lo vermelho como um pimentão, em plena quarta-feira, queimado de sol. Pura inveja...

Não tenho nenhum motivo para odiar Walter Brito Neto. Ele é inofensivo. Quase não fala, quase não trabalha. É só mais um deputadozinho do baixo clero que se apazigua com uma verbinha qualquer. Como a maioria dos políticos jovens, Walter Brito se valeu do Neto de seu nome, assim como outros se valem do Filho ou Júnior. Ele é só mais um exemplo vivo de que todos os políticos deveriam ser esterilizados para que suas crias não dêem continuidade em seus trabalhos.  Walter Brito Neto ainda é estudante, nunca trabalhou. Na página da Câmara, no que se refere a profissão, consta um grande espaço em branco. 

Uma busca no Google e descubro que Walter Brito Neto é da bancada evangélica e combate qualquer direito que possa ser concedido aos homossexuais. Walter Brito entrará para a história como o primeiro deputado a perder o mandato por infidelidade. Desejo mal para todos os políticos, inclusive os inofensivos e os suplentes que entrarão em seus lugares. Político é como mosca. Como diria Raul Seixas, se mata um, vem outro em seu lugar. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sugestão para o Natal

Da sociedade de consumo que nos coloniza estamos sempre buscando novidades, especialmente nesta época tão feliz para ela. Com exclusividade, os Guerrilheiros oferecem uma sugestão de presente para o seu filho. Lembre-se que nessa era cyber não tem mais graça brincar de guerrinha com pistolas d'água.

O USB Rocket Launcher (fabricado por alguma empresa de "brinquedos" USA idiota e boçal como sua população média) é um lançador de foguetes usb com 360 graus de rotação horizontal e 45 de inclinação vertical, que lança seus projéteis a 6 metros de distância, oferecendo uma área de cobertura de uns 113 metros quadrados. O brinquedo é tão divertido que com uma simples WebCam acoplada você pode fazer isso:

Vejam que sensacional. Aproveite mais essa oportunidade para construir um mundo pior para o seu filho. Quem sabe você não aproveita e brinca junto, servindo de alvo?