quinta-feira, 31 de julho de 2008

Menos um - parte II

Há pouco mais de 3 meses escrevi que "As vidas de cem padres não valem a existência de meia baleia...". Pois bem, testes de DNA comprovam, acharam o padre! Na realidade quem achou foi um rebocador da Petrobrás. Como diria um colega de trabalho "Depois da reserva pré-sal, até padre a Petrobrás está achando agora!"

A bem da verdade, não acharam o Padre, acharam duas pernas e uma bacia. Acharam meio Padre. O resto deve ter virado fezes de tubarão. Agora, parem de procurar a outra metade! Enterrem o que sobrou deste padre estúpido e virem a página! A humanidade ainda tem muitos idiotas para descartar.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Brasília, o paraíso racista

Marcelo Valle Silveira Mello é o nome completo de um ex-estudante da UnB que através do Orkut chamou de "macacos", "répteis favelados" e "retardados" os estudantes admitidos pelo sistema de cotas da universidade. Marcelo foi processado por racismo, mas disse que tudo era brincadeira, que somente queria ganhar popularidade virtual.

A juíza do caso, Geilza Diniz, absolveu Marcelo. Considerou que o jovem era imaturo e que hoje, não é racista, já que "convive com negros e é tido em bom conceito por eles". Diante de tal argumento, fico imaginando a absolvição de um estuprador. Deve ser algo do tipo: “Ele não é estuprador, pois hoje ele convive com mulheres e é tido em bom conceito por elas”. Ou de um assassino: “Ele não é homicida, inclusive convive hoje com pessoas vivas sem vontade de aniquilalas”. Estou até com preguiça de vasculhar a vida desta meretríssima para saber quantos corruptos, racistas e afins ela já livrou da cadeia.

Nome aos bois, Marcelo Mello é um representante típico da juventude podre brasiliense. A juíza, Geilza Diniz, por sua vez, é uma típica representante do funcionamento da justiça candanga. Marcelo e Gleiza são moradores de um mesmo balaio fétido apinado de elites enojadas com qualquer aproximação da súcia popular e acostumadas a esgaravatar os dentes com palitos de marfim. Mais dois para a vasta lista suja dos Guerrilheiros.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Pequenos Reparos



Lendo o Diário Oficial da União constato que o Senado está pagando R$ 80 mil para uma empresa montar e desmontar o estande na Bienal do Livro em São Paulo. A Câmara dos Deputados, por sua vez, está pagando R$ 3,8 milhões para outra empresa fazer reparos elétricos e hidráulicos.

Quando meu filho crescer, quero que ele seja montador de estandes, eletricista e encanador. Se não ficar milionário, pode pelo menos virar presidente da república.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Vereadores prestam homenagem a puteiro no Sul


A Câmara de Vereadores de Carazinho (RS) - cidade aonde nasceu o lendário político Leonel Brizola, que perpetuou para a história seu nome como sinônimo de uma conhecida droga - aprovou uma homenagem de aniversário a um conhecido prostíbulo da cidade.

A proposta, apresentada por aquele que deve ser seu cliente mais assíduo, o vereador Gilnei Jarré (PSDB), pediu o envio de um ofício para Maria Gorete Souza Cavalheiro, proprietária da Danceteria Garotas da Gogo, parabenizando-a pelos nove anos de atividades no município: "externamos nossas congratulações a esta empresa e toda sua equipe de funcionárias que proporcionam momentos de descontração aos clientes", declara o texto original, aprovado por outros cinco clientes.

Os Guerrilheiros gostariam de parabenizar a iniciativa, desejando sinceramente que ela sirva de exemplo a ser seguido pelas demais Casas do Poder. A propósito, os parlamentares da Câmara poderiam começar este movimento homenageando suas ilustres mães. Já seria um começo.

João Ubaldo Ribeiro vence Prêmio Camões


O Prêmio Camões é tido como o mais importante da literatura de língua portuguesa. Criado em parceria pelos governos brasileiro e português em 1988, é concedido pelo conjunto da obra a autores que tenham contribuído para enriquecer patrimônio da língua portuguesa.


Neste ano, contudo, Ruy Espinheira Filho, presidente do júri, teve que adiar em horas a divulgação do nome do vencedor, isto porque ele simplesmente não conseguia encontrá-lo para anunciar a premiação. Frustadas as melhores tentativas, o presidente teve de se contentar em deixar um recado na secretária eletrônica do grande vencedor.


Cachaceiro assumido, o vencedor deste ano provavelmente se encontrava em algum botequim carioca enquanto tentavam em vão contatá-lo, e, quando soube da notícia (via secretária eletrônica!) não se mostrou muito entusiasmado. João Ubaldo, o oitavo brasileiro a receber a importante premiação, admitiu que "para ser sincero, eu não acho nada demais. Acho que ganhei porque mereço".


E sobre o prêmio em dinheiro que receberá pela distinção (cerca de 100 mil reais), João Ubaldo avisa que não é suficiente para que fique rico. O montante vai completar a aposentadoria de R$ 1,2 mil que o escritor declara receber! Como se vê, um prêmio justo, para alguém que realmente sabe dar o devido valor às coisas!

sábado, 26 de julho de 2008

Bem-vinda!


Bem-vinda Luiza! Este mundo é um pouco conturbado, mas se olhar bem de perto, vale a pena passar por ele. Desejo-lhe uma boa estadia. Guerrilheiro também é tio!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dercy Gonçalves: o Brasil perdeu uma grande mulher


O Brasil perdeu uma de suas personalidades femininas mais trangressoras. Dolores Gonçalves Costa, com mais de 70 anos de carreira, dizia que somente morreria quando quisesse. Bem, querendo ou não, no alto dos seus 103 anos (conforme sua própria contagem), a atriz foi vítima de pneumonia neste último sábado, no Rio de Janeiro.


Assim que soube da notícia, confesso que meu primeiro sentimento foi de alívio. Agora que Dercy Gonçalves partiu para o outro lado, estou convencido que existe realmente uma ordem natural das coisas: todos os seres vivos, sem exceção, morrem algum dia! Dercy Gonçalves desafiava esta lei, e parte da humanidade, como eu e Saramago (que escreveu sobre "As intermitências da morte") já pensavam que a imortalidade consistia em algo possível para nossa espécie.


Mesmo desiludidos com a verdadeira - e triste - lei da vida, os Guerrilheiros não podem deixar de prestar aqui a sua homenagem a esta grande mulher, conhecida midiaticamente por sua "irreverência", algo que nós preferimos chamar de "rebeldia" e de "inconformidade".


Filha de uma família muito pobre, Dercy trabalhava como bilheteira de cinema desde muito jovem, até estrear como atriz itinerante de teatro no longínquo ano de 1929! Desde esta época, a matriarca do despudor já provocava o choque (e a admiração) de todos aqueles que a conheciam. Seu despudor e sua rebeldia marcaram sua carreira, tornando-a uma personagem de si mesma.


Como mulher (e para elas certas coisas são sempre mais difíceis), Dercy rompeu desde muuuito cedo com certos padrões e expectativas de comportamento, e iniciou ao seu modo no Brasil, ainda na década 1930-40 como estrela de comédias e do teatro de revista, a emancipação social e sexual feminina, algo que ficaria registrado em nossa memória coletiva somente décadas depois, via movimentos made in países do Atlântico Norte. Portanto, o Movimento Feminista Brasileiro deveria render todas as homenagens possíveis a esta grande mulher, ao invés de ignorar a sua rebeldia e a sua inconformidade à maneira do senso comum, por exemplo, a partir de epítetos falocêntricos como esta imbecil idéia de "irreverência".


Descrever as atitudes libertárias desta mulher estenderiam em demasia este post. Desde seu casamento nos anos 1950, quando já era mãe solteira de Dercimar (sua única filha) com outro homem, passando pelo seu topless no Carnaval de 1991 (com 85 anos!), até sua ultima aparição pública, na festa da boate gay Le Boy, em Copacabana, Dercy mostrou que independentemente do que o mundo espera da gente, sempre podemos exercer nossa autonomia, sermos quem desejamos ser. Ela conseguiu provar-nos isto ao longo de mais de um século. Por isso, com a sua morte perdemos uma pessoa, mas ganhamos um mito. Viage em paz, Dercy!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Parabéns Desidério


Segunda-feira, 14 de Julho de 2008, 16:22 (http://www.douradosnews.com.br/)



"Confira o resultado da última enquête do Dourados News “Qual destes nomes teve maior importância para Dourados?”, e o remanescente de famílias escravas, Desidério Felipe de Oliveira foi o nome escolhido pelos internautas como tendo maior relevância dentro da história do município de Dourados. Ele obteve 221 votos, contra 190 de Marcelino Pires, 52 de Weimar Gonçalves Torres, 39 de Marçal de Souza e 29 de Joaquim Teixeira Alves.



Segundo a história oficial, ele teria nascido em 1867, no Estado de Minas Gerais, e chegado no Mato Grosso do Sul por meio de uma comitiva de boiada, na região da Vista Alegre, localizada no município de Maracaju. Nesta cidade, conheceu uma índia Terena, de nome Maria Cândida de Oliveira, com quem se casou e teve os quatro primeiros filhos. Na primeira década do século XX, Dezidério e sua família chegaram a então Vila Dourados, comarca de Ponta Porã, onde nasceram seus outros oito filhos.



Em Dourados, Dezidério teria conseguido a aquisição de 3.748 hectares de terra, originando a Fazenda Cabeceira de São Domingos, localizada no atual Distrito de Picadinha, onde teria montado uma estrutura agrícola/comercial. Em suas terras produzia, para subsistência, arroz, feijão, mandioca, e mantinha criação aves e porcos. Como atividade econômica, criava gado e mantinha o cultivo de erval, o qual comercializava em Campo Grande, enviando sua produção através dos carros de boi. Outro ramo econômico desenvolvido por Dezidério foi a formação de cafezal.


Dezidério Felipe de Oliveira faleceu no ano de 1935. Atualmente, quatorze famílias descendentes de Dezidério residem na área que restou da Fazenda Cabeceira de São Domingos e outras vinte e uma famílias estão morando em bairros periféricos de Dourados. Essas famílias descendentes do pioneiro Dezidério, recentemente organizaram a Associação Rural Quilombola “Dezidério Felipe de Oliveira”.


Atualmente, famílias negras que se dizem descendentes de Dezidério lutam na Justiça para conseguirem terras da região da Picadinha que segundo eles teria sido grilada por proprietários rurais. Os produtores negam tal fato, e dizem possuir documentos que comprovam a inverdade dos fatos. Apenas 40 pessoas que se afirmam remanescentes de quilombolas vivem nas propriedades da Picadinha com lavouras de subsistência, por outro lado, uma usina de cana-de-açúcar que será instalada na região, dever produzir sozinha depois de plenamente instalada, 150 milhões de litros de álcool e 260 mil toneladas de açúcar cristal.


A enquete do Dourados News não teve cunho político e teve duração de exatos sete dias, não buscando portanto privilegiar nenhum dos cinco concorrentes ou seus descendentes. Cada IP de computador teve direito a no máximo um voto por dia".


Parabéns também aos outros 220 "dourados" que, como eu, contribuiram para esta importante conquista de visibilidade, mesmo o texto do Jornal ter mostrado o quão pelego o tablóide é. E sorte às famílias que lutam por sua terra. Vocês hão de vencer!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Gays são perseguidos pelo GDF


O réptil e também governador do Distrito Federal, Arruda, do partido dos DEMoníacos, tomando uma medida ditatorial, VETOU a emenda que garante o pagamento de pensão ao parceiro homossexual em caso de morte, desde que se comprove relação estável. A CUT/DF, propositora da emenda, não aceitou o veto do demoníaco governador e fez pressão para que o direito fosse garantido.


Na última quarta-feira (9/07), a CUT/DF e movimentos LGBTT – lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e travestis -, além de representantes de sindicatos cutistas e de outros movimentos sociais, realizaram uma vigília em frente ao Palácio do Buriti. A manifestação foi mais uma forma de demonstrar que a Central e os movimentos não abrirão mão de que os benefícios previdenciários aos servidores do GDF sejam também concedidos aos casais gays.


Ao menos o ditador já se comprometeu a finalizar o texto até o fim deste mês para encaminhá-lo à Câmara Legislativa em agosto, logo após o recesso parlamentar. Espero que ele também assuma de uma vez a sua homossexualidade e pare de descontar na sociedade suas frustrações.

O Estado Brasileiro não é laico (ou, "Sobre quando encontrei o Grande Juiz Boçal")


Estado laico é aquele que não possui orientação religiosa para sua ordenação. Supostamente, o Brasil é laico desde a sua primeira Constituição Republicana, promulgada em 1891, quando existiu a separação entre o Estado e a Igreja Católica. Hoje a tarde eu senti na pele como isto não é verdade.


Fui dar um testemunho na Justiça Federal em favor de uma conhecida que está sendo processada pela União. Ela é a senhora que presta serviço de reprografia no centro acadêmico da Univesidade em que estudei. Pelo que lembro, a cópia saía a 6 centavos/folha, e os estudantes podiam pagar a prazo suas cópias, quando aparecia um dinheirinho, sem problemas. Sempre foi assim, até que a Universidade decidiu cobrar uma licença de trabalho que sabem que ela não possui, podendo assim expulsá-la do lugar, pois se ocorrer uma licitação, ou concessão, que seja, o favorito para vencer é um conhecido empresário do setor, que já possui "lojas de xerox" em outros lugares, inclusive em outros campus da mesma Universidade.
Ele provavelmente deve ter acordado alguma coisa com a atual diretora do Instituto que é dono do prédio. Mas este é um assunto que eu prefiro deixar sob o cuidado dos gélidos ventos que sopram nesta época naquelas bandas do sul. Entretanto, o assunto central não é este. O mais importante para mim foi observar a imbecilidade daquele ritual chamado de "audiência", como se estivéssemos na presença do "Próprio Nazareno"!


Para começar, o Tribunal se trata de um ambiente absolutamente constrangedor. Não sei como existem pessoas que conseguem trabalhar em um lugar como esse. Fazem de tudo para intimidar você, a começar pelo espaço, pelo lugar. Numa mesa em forma de "U", você deve sentar na "ponta da curva" , tendo ao seu lado os advogados das partes, um em cada orelha, evidentemente. Na sua frente, o "Grande Juiz" (no meu caso era um tipo bem boçal com sotaque que me pareceu mineiro, sem querer ofender). Ao lado dele, uma espécie de escrivã-office-girl-recepcionista, que é quem faz quase todo o trabalho, na verdade. Lembrou-me uma cambona do candomblé.


Por falar em religião, minha incredulidade com aquele ambiente castrador e intimidador chegou ao ápice quando reparei o enorme crucifixo dourado pregado na parede, exatamente sobre a cabeça do Juiz, geometria provavelmente proposital, dado a quase-perfeita composição da imagem crucifixo-dourado-Grande Juiz do ângulo de visão daqueles que sentam no lugar destinado aos depoentes. Na foto do post, o maior exemplo nacional deste absurdo: o plenário do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

Enquanto eu observava estarrecido estas questões, iniciou de súbito minha interação com o Grande Juiz. Também terrível! Procurando me intimidar, mas com o olhar suave e austero, nem deu boa tarde e foi logo me perguntando se eu sabia que estava num Tribunal e que ali, sob o amparo da lei, eu não sabia que não podia mentir, sob pena de ser preso por alguma coisa, ou algo assim. Eu respondi que sim, com o medo aumentando à medida que eu reparava em coisas como o grande microfone prostrado na altura da minha boca que gravava tudo o que eu dizia, devidamente editado pelas palavras do Juiz, que traduziam à sua maneira o meu depoimento ditado para a escrivã.
Eu já pensava se podia haver ali algum tipo de detector de mentiras pelo timbre da voz, se o Juiz e a faz-tudo vigiavam tudo em tempo real, essas coisas. A moribunda imagem de Jesus, que me fazia recordar a severidade cristã de minha avó aplicada em minha infância eram demais para mim. Naquele momento, com tudo aquilo me cercando, confesso que quase soçobrei. Quase confessei meus pecados mais íntimos. Quase enumerei os pequenos delitos que cometo na minha vida. Quase!


Felizmente consegui sobreviver, para pelo menos atestar que o Estado Brasileiro não é laico e que a despeito de tudo isso, ainda consegui mentir em favor da mulher processada pela União.

Situação de Crise: Ensino religioso será obrigatório no DF


A pasmacidade é de todos, pois isto acontecerá a partir do ano que vem, tanto na rede pública, quanto na privada. A medida ditatorial indica claramente uma situação de crise, prestem atenção, pois abre margem para que um doutrinamento aterradoramente conservador tente ser incrustado nas mentalidades de nossos jovens. O projeto já está aí.
Não sejamos ingênuos: não existe pluralidade nesta questão. E ela é tida como estratégica pelo segmento religioso evangélico do país (um dos mais conservadores), tanto que uma de suas denominações OFERECEU GRATUITAMENTE para o MEC professores para o ensino religioso da rede pública em TODO O PAÍS. Até agora o Governo recusou. Mas, até quando ele "poderá" recusar?


Existe algo grande sendo preparado para nós, e já está acontecendo, na frente dos nossos olhos estrabiados pela ignorância e pela indiferença, deste ascetismo do próprio eu.

Passo a passo, Brasília (aonde a política local já se encontra dominada por certos grupos evangélicos) deverá seguir os passos de seu eterno modelo e ideal Rio de Janeiro, aonde já aprovaram uma lei - pasmem - que INSTITUIU o Ensino Religioso Evangélico! Apesar do absurdo, reparem que as iniciais desta bestialidade também podem significar algo nobre, como a pureza e a sabedoria na cosmologia afro-religiosa na representação de seus infantes: ERÊ! Só pode ser o cosmos tentando se equilibrar, vá entender...
Crianças, pecado é não se transformar em adultos livres!

A sina dos BBB's


Não deve surpreendê-los o profundo desprezo que sinto pela sub-espécie humana dos ex-BBB's. Enquanto eles estão participando do xou até que pode ser interessante, vá lá! Tem gente que agüenta, que se interessa, passa o tempo... ok! Mas quando viram "ex", a coisa já fica demais: eu me sinto absolutamente constrangido em ver aquele bando de imbecis tentando desesperadamente algum espaço na mídia, algum prestígio, fama, ou sucesso pueris, vazios, apelativos.. Até já escutei falarem em "reconhecimento".. Que raiva que eu tenho desse povo!


Já repararam que sempre que encontramos pessoas que pensam de forma semelhante a nossa nos sentimos reconfortados, em comunhão com algo, ao invés daquela permanente sensação de insensatez, de "peixe fora d'água"?


Pois esta tal "comunhão" aconteceu entre mim e Falcão, vocalista do Rappa. Eu já havia sentido algo parecido quando vi uma entrevista do José Wilker na qual ele dizia que detestava os ex-BBB's que tentavam a carreira de ator, porque eles o atrapalhavam em cena, atrasavam tudo, irritavam todo mundo... Sensacional! Mas podia ser melhor, e descobri isto quando li que Falcão barrou a sonsa e ex-BBB Gyselle Soares durante um xou da banda no Piauí.


O vocalista não aceitou que a morena subisse ao palco para cantar: "Gyselle não cabe no palco do Rappa. Somos muito espaçosos. Ela é pequena, mas não tem sentido ela dançar o tchan com a gente", disse Falcão à cajuína que está tentando se lançar como cantora, atividade que lhe já lhe rendeu sua maior honra: ter sido um dos destaques da festa da escola de samba Grande Rio, cantando o hit "Sacode".


Os ex e futuros BBB's deviam saber que depois do programa só existe um caminho possível para aquelas que são mulheres: fazerem uma boa poupança exibindo as suas próprias na mídia masculina demandante, o que devem fazer antes que o público as esqueça, ou seja, quando o programa do ano seguinte (com novas poupanças) começar. As demais, que não se enquadram no protótipo brasileiro de mulher-super-gostosa (o que é o caso da Gyselle, um pouco "inchadinha" para estes padrões aos quais me referi) devem conter a sua mediocridade e desistir da tal busca pela "fama". Os homens - estes sem exceção - da mesma forma: contenham sua mediocridade e desistam de nos poluir os sentidos.


Apenas para constar: pro meu gosto, a Gyselle bem que poderia tentar a sorte da maneira mais tradicional, pois muitos, como eu, sabem dar o devido valor para certas coisas. Somente espero que ela se decida logo e pare de perder tempo com bobagens. Logo, logo começam a "chamar" o próximo programa e daí, bau-bau!


Ah, antes que eu esqueça, um abraço pro Falcão. Outro pro José Wilker.

Vote em Desidério para maior personalidade de Dourados (MS)


Antes de mais nada, eu gostaria de prestar contas para com aqueles que me lêem eventualmente neste espaço e que, de alguma maneira, estavam sentindo falta de minhas "considerações sobre o mundo". Acontece que eu sofri um acidente que me impossibilitou de escrever durante um tempo, e que consigo me arrastou para um complexo processo auto-hermenêutico e de tlibertação muito violento (dentre outras coisas, parei de fumar cigarros convencionais). Agora que me sinto livre o suficiente para regressar às trincheiras, vou reiniciar a batalha falando justamente em liberdade, o princípio mais supremo que existe.
Falar em liberdade hoje me leva a fazer-lhes um apelo: votem em Desidério para maior personalidade histórica da cidade sul-matogrossense de Dourados!!!


O jornal online "Douradosnews" está realizando uma enquete sobre qual nome teve maior importância para a cidade de Dourados. Dos cinco nomes colocados, um deles é de Desidério Felippe de Oliveira, um ex-escravo que formou a Comunidade Quilombola Desidério Felippe de Oliveira ou Picadinha, em 1907. Durante muitos anos seu nome, enquanto um dos pioneiros da cidade de Dourados, foi devidamente ocultado.

Apesar de jamais ter pisado no Mato Grosso do Sul, entrei no sitio e votei em Desidério. Eu não conheço os demais "dourados", mas certamente eles fizeram menos pela humanidade que Desidério: um deve ser o político que roubava de toda cidade, o outro o médico rico e egocêntrico (que provavelmente também virou político), o outro o artista que projetou o nome de Dourados para o mundo (putz!!!!!), enfim.. nenhum deles foi o revolucionário Desidério.


Portanto, acesse www.douradosnews.com.br e vote no ex-escravo Desidério Felippe de Oliveira. Apesar desta realidade parecer super-distante da nossa, este simples gesto se trata de um ato político, muito importante para a luta dos remanescentes desta comunidade quilombola que tentam reaver suas terras, a despeito da elite fundiária da região que tenta apagar da história - e conseqüêntemente da memória - pessoas verdadeiramente ilustres, como o ex-escravo Desidério e sua gente.

domingo, 6 de julho de 2008

O pequeno Buda e o grande Blaine

Estava assistindo o Discovery Channel e saindo dos meus raros momentos de alienação televisiva quando me deparo com um programa sobre um garoto que dizem ser o novo Buda. Ram Bomjan é um garoto nepalês que um dia resolve meditar debaixo de uma árvore. No Nepal ou em qualquer outro país budista, hinduísta e afins, quem ficar meditando durante meses terá milhões de seguidores. Mais ou menos igual ao que aconteceu com o Forrest Gump quando ele começou a correr.

Pois é, Ram Bomjan ficou durante 10 meses meditando sem comer e beber nada. Disse que voltaria da meditação depois de 6 anos. O pequeno Buda amealhou seguidores e o seu empresário, que assim como Ronaldinho Gaúcho era o seu irmão mais velho, colhia as doações, que segundo a boca pequena nepalesa, somava 15 mil dólares por mês.

O garoto sumiu e o programa da Discovery terminou. Fiquei com a pulga atrás da orelha. O que terá acontecido como pequeno Buda? Abduzido? Seqüestrado? Morto? Apelo para o Google e descubro que o garoto sumiu e apareceu umas três vezes. Coisas de adolescente rebelde...mesmo assim, fiquei feliz pelo garoto estar bem. Parece que deixar de comer ou beber não é uma questão pra ele mas sim para os seus seguidores, que o pequeno Buda também não faz questão de ter. O menino só quer ficar em paz, meditando, na dele...

Divido minhas perturbações com meu colega de trabalho. Falo das frivolidades ocidentais e o apego material desnecessário. Digo que o garoto nepalês é iluminado e milagreiro (fez até uma mudinha sair falando). Disse que ficou 10 meses sem comer e beber. Ele até suava durante a meditação mesmo com um frio de 10 graus.

Minhas palavras não foram eloqüentes o suficiente e não consegui passar nem metade do entusiasmo que tive ao assistir o programa para o meu colega de trabalho. Com um ar desinteressado, sem nem olhar pros lados, fitando o computador e concentrado em seu trabalho, ele apenas levantou uma das sobrancelhas e disse:

- Dez meses sem comer...? Eu já vi o David Blaine fazer coisas mais impressionantes...

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O estilo Google de onipresença


Procurando uma imagem para o post passado digito a palavra “DEUS” no Google. A perspectiva monoteísta cristã do site vem logo à tona. Diante das imagens aparece no topo da página uma sugestão de “pesquisa relacionada”. A sugestão é “JESUS”. Sim, no Universo caótico das informações da internet, nem tudo é anárquico. Google determina que Deus é Jesus. Na visão do Google, danem-se os judeus, budistas, umbandistas! Às favas com a pluralidade religiosa!

O mesmo Google que sugere Jesus, também promove a pornografia infantil. Através do site de relacionamento Orkut, a empresa sofre diversos processos do Ministério Público brasileiro. Google também é um dos principais investigados pela CPI da Pedofilia instalada no Senado Federal. Não faz mal, pois Google é dono do mundo, inclusive é o dono do provedor deste blog que vos escreve. Google contratou “lobistas” a peso de ouro para fazerem trafico de informações sobre a CPI. É mais barato do que se adequar à lei. Quinta-feira passada um lobista a serviço da Google foi preso pela Polícia Legislativa do Senado por manipular informações confidenciais na sala da CPI. O lobista usava um crachá de Aspone de Deputado com validade vencida. Este é o estilo Google de dominar o mundo. Estar em todos os lugares. Se Deus não é onipresente (precisa até de sugestões pra se chegar a ele), Google é. Nem que pra isso precise de um crachá vencido.

Deus é um turista gringo


A Confederação Nacional dos Municípios acaba de divulgar um balanço sobre as mudanças nas prefeituras brasileiras. As notícias não são muito boas. Apesar dos 5.564 municípios, desde a última eleição, apenas 166 foram cassados e somente 57 prefeitos morreram. Destes 57, somente 36 foram por causas naturais (doenças, enfartes e outros). O destino deveria ser um pouco mais generoso como os brasileiros. Nossas estradas também não foram: 9 prefeitos morreram em acidentes de veículos.

Mais de 30 mil brasileiros morrem por ano em nossas rodovias esburacadas e apenas 9 são prefeitos! Definitivamente, Deus não é brasileiro. É um turista gringo mal intencionado. Como nem tudo é desgraça, voto de louvor aos assassinos (que eu prefiro chamar de justiceiros) de 12 prefeitos executados ou que se suicidaram. Esses, com o perdão do trocadilho infame, foram justamente caçados.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Chega de preguiça!


Neste mês de junho os Guerrilheiros trabalharam pouco. Não foi por falta de asssunto. Neste mês teve deputados com gabinetes vasculhados pela Polícia por desviar recursos do PAC, deputado líder de partido acusado de pedofilia, morte de ex-primeira dama, CPI dos Cartões virando pizza e tudo que este país tem direito. Por isso, sem desculpas esfarrapdas neste post, é preguiça mesmo!
A preguiça acabou. Mudamos até o lay out. Se enjoar a gente muda outra vez, ou volta como era. Não se iludam, pois a indignação continua a mesma.

Ziraldo e o Cavalo Selado


Getúlio Vargas costumava a dizer: “Eu não sou oportunista, só que se passar um cavalo selado em minha frente, eu monto!”. Ziraldo não precisa esperar pelo cavalo, ele os desenha, assim como desenhou uma logomarca para o PT após a crise do mensalão.

Ziraldo sempre foi muito bem apadrinhado. É o que chamamos de socialista de boutique. Opiniões de Che Guevara e atitudes de George Soros descrevem o cartunista charlatão. Sempre teve carta branca pra desenhar suas opiniões sem sofrer perseguições políticas. Aliás, a ditadura militar foi o ganha-pão de Ziraldo, fundando até o jornal Pasquim durante ela.

Ziraldo é amigo pessoal de José Dirceu, José Genoíno e Tarso Genro, este último, Ministro da Justiça. Vinculado ao Ministério da Justiça está a Comissão de Anistia, que premiou Ziraldo sob o título de “indenização” com mais de R$ 1milhão. Outro cartunista, Jaguar, também recebeu monta semelhante.

Nem Ziraldo e nem Jaguar foram perseguidos, torturados ou presos durante a ditadura. As indenizações que eles receberam são quase 10 vezes maiores de quem teve um filho morto pela ditadura. Como diria Millôr Fernandes, cartunista que também fundou o Pasquim e que se recusou a prestar o mesmo papelão: “Então eles não estavam fazendo uma rebelião, mas um investimento". Ziraldo é assim, oportunista, daqueles que nem esperam o cavalo passar selado, ele os desenha!

Após a morte da escritora Zélia Gatai, o próximo cavalo selado que Ziraldo está desenhando é a candidatura para a Cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras. Que seja eleito e junte-se a José Sarney, outro imortal entendedor de Cavalos Selados.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

200 anos de Correio Braziliense


Correio Braziliense é o nome de um dos maiores tablóides brasileiros. A marca Correio Braziliense está completando 200 anos. Por vezes a credibilidade já questionável deste panfleto é colocada em questão, como da vez em que um de seus lacaios que assinava coluna diária de festas sociais, Gilberto Amaral, fez uma festa para eleger as “maiores” personalidades de Brasília para a revista Voguel. Amaral, que não se cansa de tirar dinheiro das peruas otárias que não sabem como gastar o dinheiro de seus maridos corruptos, cobrou 8 mil reais para cada um dos supostos perfilados da revista. O fato virou escândalo na alta peruagem brasiliense e o Correio teve que demitir o colunista social para manter um pouco da credibilidade que ainda restava do tablóide.

Que o Correio Braziliense vende reportagens e notas, todos já sabem. Algumas matérias só faltam colocar o preço cobrado nas entrelinhas. A última campanha do Correio é em favor das empreiteiras da capital e contra a Universidade de Brasília.

A UnB foi concebida por Darcy Ribeiro para ser uma Universidade autônoma. Para isso, a instituição foi criada já com patrimônio concebido, que iam desde títulos da Petrobras até propriedades imobiliárias. Algumas destas propriedades ainda existem e deram origem a muitas outras, tendo em vista que a lei só permite desvincilhamento de patrimônio para aquisição de mais patrimônio. A UnB arrecada por ano mais de 15 milhões de reais com aluguéis. A UnB ainda possui diversas projeções em Brasília e, até mesmo, super- quadras inteiras vazias na Asa Norte, local de alta especulação imobiliária. Ou seja, a UnB tem dinheiro e pode fazer investimentos que a maioria das Universidades Federais nem se atreveriam a sonhar. Ponto pra Darcy Ribeiro.

O problema disso tudo é que esse patrimônio já desperta interesse nas construtoras de Brasília, ávidas por usufruir e especular em cima das projeções e terrenos da UnB, proprietária das poucas áreas desocupadas do Plano Piloto da Capital. Os argumentos do Correio Braziliense, ou melhor, das empreiteiras, é que o DF poderia estar arrecadando milhões de IPTU caso fossem construídos apartamentos nos terrenos da UnB. Outro argumento patético é que, caso os imóveis da UnB fossem vendidos, poderia desafogar a especulação imobiliária da região. Como se os terrenos e apartamentos da UnB fossem realmente diminuir os preços absurdos que essas construtoras cobram em seus apartamentos. Durma-se com esse barulho, Darcy Ribeiro!

Parabéns aos 200 anos deste panfleto. Parabéns ao Paulo Otávio, vice-governador do DF, dono da maior construtora do estado e maior anunciante do tablóide...seus interesses estão sendo bem representados, ou melhor, publicados.

terça-feira, 27 de maio de 2008

A verdade sobre o trânsito de Brasília (ou, o Dossiê do Absurdo)


Discutir o trânsito caótico das grandes metrópoles brasileiras não é novidade. Recentemente, em Brasília, a cidade começou a discutir o assunto depois de se ver justamente enquadrada no grupo de cidades que vislumbram a curto/ médio prazo a falência de seu sistema viário urbano. Cada cidade possui problemas, soluções e desafios particulares. Com Brasília não é diferente. Este Dossiê pretende retratar alguns absurdos particulares de Brasília.

1º Absurdo - A frota do DF, que atingiu a marca de um milhão de veículos neste maio, o que perfaz a média de um carro para cada 2,3 habitantes. São Paulo, com a pior proporção do país, tem 1,78 carros/ habitantes. E Brasília, nas estatísticas, conta com um contingente humano que sequer tem dinheiro para passagem de ônibus, o que quer dizer que a média real é bem menor. Há cinco anos, a frota era a metade do que é hoje. Maior do que o problema de vagas para estacionar, ou de engarrafamento, são as mortes de pedestres advindas de um projeto urbanístico assassino, que não pensou na segurança dos passistas (aliás, sequer pensou em passeios públicos, diga-se de passagem!).

Projetos existentes: a melhoria do transporte público foi orçado pelo GDF em impressionantes US$ 246 milhões, que prevêem a implantação de corredores exclusivos de ônibus, construção de terminais de integração e um sistema de cartão que o passageiro poderá usar para pegar mais de um ônibus ou metrô durante um determinado período de tempo (semelhante ao bilhete único adotado em São Paulo). Muito legal, MAS... o prazo otimista para a conclusão do projeto é março de 2010, contando que o projeto não esbarre em outros absurdos. Ou seja, ele jamais se realizará, podem apostar.

2º Absurdo – O transporte público de Brasília, que talvez seja o mais desorganizado, corrupto e desumano do Brasil. É claro que por aqui não se anda num pau-de-arara, mas lembremos que o dono do pau-de-arara nunca teve que vencer uma licitação para oferecer seus serviços oficialmente. Contudo, os donos das empresas de ônibus daqui se comportam com maior desdém do que seus antecessores que traziam a população operária que ergueu este grande hospício.

Estes neo-caminhoneiros, donos das grandes empresas de paus-de-arara que servem Brasília, oferecem um transporte inacreditavelmente ruim. Ônibus sujos, sem horário, sempre lotados, sem tarifa única (sim, acreditem: dependendo do ônibus que você pegar aqui, da MESMA ORIGEM PARA O MESMO DESTINO, você pode pagar tarifas diferentes). O passe estudantil, então, beira a piada. Aqui, você deve comprar os passes por empresa. Quer dizer: onde moro, existem duas linhas que fazem o mesmo trajeto. Cada linha é feita por duas empresas diferentes. Para eu pegar um ônibus para casa com meu passe estudantil, DAS QUATRO OPÇÕES EXISTENTES, devo aguardar por aquela que corresponde exatamente ao meu bilhete. O problema é que, esperar por UMA QUE SEJA das quatro opções pode significar esquentar o banco da parada (quando tem um, ou quando ele não está lotado), por um bom tempo. E tudo isto com a absoluta conivência do GDF, que tem o RABO PRESO para com estes caminhoneiros (sem querer ofender a profissão). Além disso, os governos sabem que o transporte público não dá voto, por isso o descaso permanente.

Os donos das empresas são tão canalhas que preferem não investir em manutenção, priorizando o investimento em capital. Porta do lado esquerdo? Ônibus biarticulado? Piso rebaixado? Não, é complicação demais. Eles preferem simplificar os carros para depois poderem revender para outros países da América Latina. A frota nova que recebeu recentemente a capital é tão moderna quanto a antiga. A única diferença é seu aspecto de limpeza. Acreditem: quando saí de minha cidade, em 2006, desde o início dos anos 2000 os ônibus de lá já eram equipados com ar condicionado, entrada e espaço apropriado para cadeirantes e alguns já se davam ao luxo de não possuírem degraus e se inclinarem levemente para a direita, quando do embarque/ desembarque... ISTO NÃO É UM FAVOR, É UM DIREITO!... Melhoria na frota de ônibus de Brasília? Não me façam rir...

Os donos das empresas também são lentos para realizar qualquer melhoria, mas apressados para renovar seus contratos com o governo, aliás, algo que sempre conseguem. "Também é difícil implantar o bilhete único, porque há uma resistência das empresas à integração tarifária e à liberação de dados econômicos e financeiros em tempo real para o poder público", disse Joaquim Aragão, professor da UnB, ao maior tablóide local.

Projetos existentes: O secretário de transportes Alberto Fraga pretende “reduzir o número de ônibus e vans, porque a idéia é otimizar a utilização do sistema. O usuário vai poder pegar qualquer ônibus onde estiver, porque terá a possibilidade de embarcar em outro ônibus sem pagar mais uma passagem. Com isso, o tempo de espera vai diminuir muito". A redução dos meios de transporte é uma idéia PELEGA, por dois motivos: i) o GDF desresponsabiliza as empresas de ônibus; ii) o GDF pretende reduzir sua frota menos importante (a que serve a população mais empobrecida, essa é a verdade) para contribuir na desresponsabilização da classe média/ alta que possui a quantidade exorbitante de carros em Brasília. Tais aspectos nos levam aos dois próximos absurdos.

3º Absurdo – O transporte coletivo informal, existe em Brasília por relação proporcionalmente direta ao péssimo serviço prestado pelo GDF. São vans e carros de passeio que realizam os trajetos dos ônibus, cobrando o mesmo preço das passagens. Por exemplo, você está na rodoviária esperando o ônibus 101, que leva à UnB. A fila já passou a lanchonete e só se faz aumentar, até que um cara passa por você perguntando “UnB, UnB” ?? Você e mais três são conduzidos até um carro que te cobra o mesmo do ônibus lotado que ainda não chegou e ainda te deixa mais perto do que a parada do "baú" (como falam por aqui) te deixaria. Perfeito: você anda de “táxi coletivo” por dois reais!

Esta forma de transporte, absolutamente anárquica e eficaz, obviamente vai contra a idéia do monopólio, e por isso incomoda e vira crime, sob a bandeira da “segurança” do usuário. Sei...
Mas, como sempre se dá um jeitinho, o caso é se programar para dividir a multa quando pego, que varia de 2 mil reais para primários, a 5 mil para os reincidentes. "Se o carro for muito velho, eles nem vão buscar; preferem comprar outro", diz o gerente de fiscalização da DFTrans, Pedro Jorge, que apreende em média 50, 60 carros por semana. O gerente diz ser difícil monitorar tal clandestinidade, conforme informação da própria polícia. Bem, se o gerente não sabe, eu vou explicar para ele porque a polícia tem esta "opinião".

Estava eu me dirigindo para um destes carros clandestinos quando nosso "guia" pediu ao grupo repentinamente para mudar de direção. Perguntei depois para ele o porquê daquilo. Era porque o policial que estava de guarda ali não era o que eles tinham um esquema já certo, que rendia uns 800 reais para nosso segurança público armado. O outro policial, do qual fugimos, queria cobrar, conforme nosso guia, o “absurdo de 2 mil reais por mês”!

Para além de esquemas para-legais, digamos assim, muitos oferecem carona pelo simples fato de juntar uns trocados para contribuir na gasolina. Eu mesmo já “paguei” caronas assim, feliz da vida por não ter de esperar mais, viajar mais confortável, além de oportunizar para mim a chance de ter algo que sinto muita falta por aqui: conversar despretensiosamente com pessoas desconhecidas, sobre qualquer coisa...

O último item deste absurdo são as vans, proibidas pelo GDF no ano passado. Fico dividido em opinar, pois por um lado era maravilhoso. Eu não precisava esperar mais de dez minutos para tomar uma condução. Por outro lado, as vans eram absolutamente descontroladas e perigosas. Viajavam lotadíssimas e velozmente. Somente eu me ACIDENTEI DUAS VEZES a bordo de uma delas, sem muitos danos, graças aos deuses. Outra vez, quando ia a um show público na Esplanada à noite, tomei uma van com um amigo aonde alegres rapazes compartilhavam com o motorista e com o cobrador um grande charuto de baseado. A “sauna" que se instaurou no interior do veículo constrangeu uma senhora de uns 40 e tantos anos. O restante dos passageiros até que chegaram bem à Esplanada.

4 ºAbsurdo – A cultura do carro em Brasília, é um grande empecilho para a melhora das coisas. O Plano Piloto tem largas avenidas planas, mas poucas ciclovias e calçadas. Quando alguém pede informação sobre como chegar a determinado local, as instruções sempre são dadas levando-se em conta que o interlocutor tem carro. Caso ele diga que vai utilizar o transporte público, a maioria não sabe qual o trajeto a ser seguido, e invariavelmente mandam a pessoa para a Rodoviária!

Por que a "cultura do carro" é tão forte no Distrito Federal? Só vejo uma explicação além do poder aquisitivo: a concepção original da cidade! Mesmo com projeções populacionais erradas, como é que os urbanistas da década de 1950 não conceberam uma cidade com um metrô subterrâneo que interligasse toda o Plano, além das Satélites, ou não diminuíram o espaço inútil que existe entre os lugares?

Carro em Brasília não é um luxo, é uma necessidade. O problema é que desta necessidade reproduziu-se elementos de raiz burguesa, individualista e machista. Tão nojenta, para se resumir o assunto, que o Detran descarta a adoção de um sistema de rodízio por achar que seu efeito seria nulo, já que a mesma família poderia adquirir dois ou mais veículos. É juntar a fome com a vontade de comer: sem um carro por aqui, suas chances de se tornar um outsider, de ficar no seu lugar, são bem maiores.

Projetos existentes: o governo defende medidas restritivas ao uso de veículos, como a criação de corredores de ônibus e a cobrança dos estacionamentos públicos. Cobranças de estacionamentos públicos? Ok. O governo também tem o direito de desresponsabilizar a si mesmo. É mais fácil do que melhorar o transporte público e os passeios da cidade, incentivando seus usos.

5º Absurdo – Metrô do DF, uma grande piada de mau gosto. Ele foi criado apenas em 2001 e sempre serviu para enxotar a massa operária do Plano Piloto para seu local de residência, o mais longe que fosse possível. Assim, acalmaria os ânimos “desta gente”, aliás, política que marcou os governos de Joaquim Roriz por aqui. Por isso, até pouco atrás, ele não funcionava nos finais de semana e terminava seu expediente às 20h. Happy-houer na Asa Sul? Só se for na da galinha que te espera no jardim da tua casa em Samambaia!

Projetos existentes: no final de abril, foram inauguradas quatro estações do metrô em Ceilândia, que aumentaram a malha do DF para cerca de 46,5 km, com um total de 21 estações. Mas o sistema, que começou a funcionar apenas em 2001, ainda é muito limitado. Atualmente, o metrô liga o Plano Piloto a Ceilândia Sul e Samambaia, passando pelo Guará, Águas Claras e Taguatinga. A parte norte de Brasília não é atendida. Ademais, o sindicato dos metroviários é taxativo: ”o que o sindicato espera é o caos", definiu seu presidente, que acrescentou que “as filas (para compra de bilhetes) vão aumentar; não houve compra de trens e estão tirando os bloqueios das estações existentes para colocar nas novas”. Por descaso ou falta de planejamento, vai faltar gente para dar conta da nova demanda. Duvidam?

No feriado de 21 de abril, aniversário de Brasília, o metrô circulou de graça, mas a estação terminal que fica na Rodoviária do Plano Piloto chegou a ser fechada por não comportar o grande número de passageiros. Os ônibus também foram insuficientes. Segundo a Polícia Militar, a festa de aniversário da cidade, na Esplanada dos Ministérios, reuniu um público de 750 mil pessoas.

6º Absurdo – Brasília é patrimônio cultural da humanidade, o que inviabiliza ou dificultas diversos projetos de modernização viária. Alguns realmente são alienantes, mas não todos. O problema é que todos acabam entrando no mesmo saco-de-gatos inoperante daquele órgão que realmente decide as coisas, o Iphan. Até mesmo projetos que estão previstos para o transporte coletivo devem ser discutidas com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

"As obras não podem fugir do traçado original do plano piloto", explica o superintendente regional do Iphan, Alfredo Gastal. O que talvez Gastal não saiba (porque provavelmente anda de motorista pela cidade), é que enquanto o Iphan está preocupado com a estética ultrapassada da cidade, a mesma está em vias de entrar em colapso. Tem que abrir buraco mesmo em toda a cidade, e criar um mundo subterrâneo que permita a superfície se locomover, de preferência sem a necessidade de carros.

7º Absurdo – A realidade de Brasília é lamentável, e dificulta certos progressos no plano urbanístico. Esta é a grande ironia que define a cidade. Os problemas particulares daqui são muitos, como em qualquer lugar. O Eixão, por exemplo, que tratamos recentemente no blog, possui uma grande obra prevista para começar em outubro deste ano, que fará a construção de muretas para separar as pistas do Eixo Rodoviário. A obra deve evitar tanto colisões frontais como a travessia de pedestres comum na via de maior velocidade permitida do Plano Piloto, com limite de 80 km/h. Sem semáforos ou viadutos, quem está a pé tem como opções, hoje, se arriscar em meio ao intenso trânsito de veículos ou utilizar passagens subterrâneas, aonde ser assaltado é o menor dos perigos que corre quem se arrisca passar por ali.

8º Absurdo - A defesa do uso de bicicletas, um verdadeiro perigo revestido com o discurso do "politicamente correto". Já ouvi muita gente dizer isto, defender melhores condições de tráfego para os ciclistas, etc. BOBAGEM! Os ciclistas ATRAPALHAM o trânsito de Brasília, que não está preparado para recebê-los. Entro sempre em pânico quando avisto um na rua, pois como todas as vias são rápidas por aqui, qualquer colisão deixaria Jason com inveja.

Também para os naturebas, ecologistas e há-ri bôs existentes, eu gostaria de informá-los que o Planalto Central possui um dos climas mais secos e indigestos do país. Qualquer pedalada durante o dia aqui significa risco de morte, não somente pelo calor, mas também à provável distância que terás que percorrer entre um destino e outro. Isto é coisa para atletas mais regulares. Muitos profissionais inclusive escolheram o DF como local de treinamento, devido ao seu clima inóspito. Para quem gosta (ou consegue) a solução passa pela iniciativa do governo de criar ciclovias em toda a cidade. Virem-se, se quiserem que eu defenda o ciclismo por aqui!

Por fim, encerro este Dossiê de Absurdos retomando o professor Aragão. Sem financiamento público, disse, as opções seriam apenas medidas "paliativas". "Bicicleta, placa ímpar - placa par, faixa exclusiva de ônibus, tudo isso é visto como novidade, mas já existe há anos. No Brasil, ser moderno é voltar no tempo."

terça-feira, 20 de maio de 2008

História sem Mocinhos


Esta é uma história sem mocinhos. Hipócritas que se apropriam da bandeira do politicamente correto versus políticos e motoristas.

O Eixão é uma pista de 16 Km de Brasília com 9 vias (4 cada mão + pista central). Desde 1991, todos os domingos e feriados, o Eixão fica interditado para os carros e transforma-se no "Eixão do Lazer". O Eixão do Lazer é freqüentado por meia dúzia de moradores do Plano Piloto (área nobre de Brasília), que passeiam e andam de bicicleta pelas vias.

Brasília possui dezenas de parques, inclusive o maior parque urbano do Mundo, o Parque da Cidade, a pouco menos de 2 Km do Eixão. Porém, o Parque da Cidade já está apinhado de pobres que freqüentam o lugar para fazer churrascos e promover o Pagodão dos fins de semana.

Os políticos de Brasília, em nome do bom trânsito dos carros, querem acabar com o Eixão do Lazer. Motivo suficiente para imprensa, universitários, e todo o tipo de gente hipócrita da classe média brasiliense empunharem a bandeira do politicamente correto e se posicionarem contra a medida. Já recebei 3 e-mails correntes para subscrever abaixo assinados contra a medida grotesca que acaba com o “espaço democrático” do Eixão do Lazer. Não assino.

Espaço democrático é o Pagodão do Pirraça, que acontece no Parque da Cidade, e não o Eixão do Lazer, reduto de distanciamento da fétida corja brasiliense. Aos defensores do trânsito livre, que não admitem qualquer interferência em seu cotidiano automobilístico, uma sugestão para que o Eixão do Lazer acabe sem opositores: Levem os Churrascos e Pagodes do Parque da Cidade para o Eixão do Lazer. O Eixão acabará em uma semana.

O chinelo de Joanir

Esta é a história de Joanir Pereira, agricultor da cidade de Cascavel, interior do Estado do Paraná. Como muitos brasileiros, Joanir é um Trabalhador de roça. Trabalha com Sol a pino pra receber, quando muito, um salário mínimo. Geralmente os trabalhadores da roça são explorados pelos seus patrões, que aproveitam do apedeutismo de seus empregados. Joanir não era exceção à regra e levou seu patrão para a Justiça do Trabalho para exigir seus direitos.

Trabalhador e patrão fariam um acordo perante o Juiz. Agricultor ignorante e patrão esperto. Não precisamos dizer quem levaria vantagem neste acordo que não aconteceu. O acordo não aconteceu porque o Juiz, Bento Luiz de Azambuja Moreira, notou que Joanir calçava chinelo, e suspendeu a sessão. A ata do Fórum deixa claro o motivo:

“O juíz deixa registrado que não irá realizar esta audiência, tendo em vista que o reclamante compareceu em juízo trajando chinelo de dedos, calçado incompatível com a dignidade do Poder Judiciário”.

Na audiência seguinte, Joanir, já humilhado, compareceu com sapatos emprestados pelo sogro. O digníssimo magistrado, por estar com processo por falha disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tentou presenteá-lo com um par de calçados. O agricultor recusou. Jovair entendeu que receber esmolas não é compatível com a dignidade do Poder Judiciário. O trabalhador de roça queria apenas os seus direitos, de chinelo ou descalço. Ao Juiz Bento, com certeza, nada acontecerá. O CNJ concordará que chinelos são incompatíveis com a dignidade do nosso judiciário lento e fracassado.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Desonra na Justiça, falência do Brasil

Em Planaltina (DF), uma mulher foi recentemente condenada a pagar uma indenização de sete mil reais ao ex-marido. Motivo? Na época em que estavam casados, o imbecil flagrou a mulher com outro homem na cama do casal. Na separação, o ex-marido já ficou isento de pagar pensão alimentícia pelo ocorrido. Não contendo sua dor-de-cotovelo, o (pelo visto) merecido corno, imputou uma ação por danos morais contra a mulher, pedindo a quantia de quatorze mil reais para limpar sua honra.

Colocado o preço da limpeza, a Justiça achou-a muito cara, pois a réu possui uma situação financeira que não é lá das melhores. Assim, no auto da sua sabedoria, isenção e falocentrismo absoluto, nossa admirável Justiça (no caso o TJDF) condenou-a a pagar a metade do valor pedido. E sem direito a recurso!

A moral da história é uma só: abriu-se um precedente para determinarmos a falência econômica da família brasileira. Já não sei se a lei vale para ambos os sexos. Deve lá valer. Sendo assim, a quantidade de mulheres que tem direito a fortunas no Brasil é incalculável! Alguns podem me dizer que este tipo de procedimento já indica um certo avanço em nossa legislação, se lembrarmos que até a Constituição de 1988 o “crime de honra” estava previsto na Lei: se o marido matasse o amante e a mulher, seu ato não seria imediatamente classificado como homicídio.

Em minha opinião, este caso mostra apenas uma pintura de falta de honra: a que existe no meio jurídico brasileiro. Termino na esperança de que os magistrados que acataram a ação continuem sendo magistralmente corneados por suas ilustres peruas.

120 anos da Lei Áurea


Se você for negro, a probabilidade de você não ler este post é grande. 70% dos analfabetos no Brasil são negros. Apenas 22% dos estudantes de ensino superior em idade adequada são negros. Ok, ok, você consegue ler este post, mas você deve ser um capacho, pois a possibilidade de você ter algum cargo de chefia é menor ainda, somente 4%. Ok, ok, considerando que você não é um analfabeto, ter feito ensino superior e exercer um cargo de chefia, dane-se, pois o branco ao seu lado, que faz o mesmo serviço, ganha 40% a mais. E não adianta se revoltar. Aproveite a sua vida melhor com outras coisas, divirta-se! Até porque, a possibilidade de você passar dos 60 anos é de somente 8%.

Enquanto isto, o Estatuto da Igualdade racial tramita no Congresso Nacional. Nossos legisladores, desde a época do Império, ainda pensam que podem modificar o cotidiano racista de nossa sociedade através de leis. Viva a Lei Áurea!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Um Dia das Mães "Global"


Ontem foi dia das mães. Algo bobo, alguns podem alegar, ou desnecessário, sei lá... mas ainda assim ontem foi dia das mães! Pois eis que neste dia das mães, eu - que moro longe da minha - estava assistindo ao futebol à tarde na Globo. Fiquei sabendo, ainda no primeiro tempo, que hoje (ontem) o Fantástico exibiria uma entrevista exclusiva com uma mãe, possivelmente a mãe mais famosa do país neste momento: a mãe de Izabela Nardoni, a menina assassinada brutalmente em um bairro próspero de São Paulo.


Achei aquilo perverso e esperei pelo momento da entrevista. Depois de tanta espera, aguentei assisti-la menos de dois minutos!!! Já na apresentação, aquele homoafetivo que apresenta o programa (esqueci o nome dele) disse que a mãe de Izabela decidira somente agora se pronunciar sobre o caso. Pensei: "puta merda, agora apelaram de vez"... era muita coincidência: tudo aquilo acontecendo no dia das mães.


Não sei como me pronunciar a respeito de tudo isto. Mas sei que a Globo é canalha, e que a mãe da menina está sofrendo. ademais, não importa se havia um motivo para a mãe conceder a entrevista. Importa reconhecer a trágica escolha editorial pela tragédia que temos em nossos veículos de comunicação. Ela rende muito, não entendo muito bem como, nem porque.


Apesar de toda a miséria moral humana que ronda este assunto, pretendo deixar aqui um leve aroma de flores, em homenagem à todas as mães que existem: mulheres que vieram a este mundo para sofrer...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Moderação de comentários

Pessoal, recebemos diversas manifestações sobre a moderação dos comentários ao blog. Não censuramos opiniões, por mais agressivas, difamatórias, fascistas, negativas, ou sejam lá o que sejam. Todos os comentários serão liberados em tempo. O dipositivo moderador é somente para evitar vírus, propagandas e afins.

O caso Ronaldo


Vejam só como são as coisas: há pouco tempo, falei de Ronaldo e daquilo que de fato era seu maior fator de desarranjo perante a opinião pública: seu peso.
Pois eis que Ronaldo consegue aprontar uma confusão histórica, daquelas que entram nos anais do inconsciente coletivo e lá permanecem por muito tempo, muito mesmo.
Apesar de minha falta de vontade perante o assunto, vi-me na obrigação de comentá-lo neste espaço. Contudo, esperei a poeira baixar um pouquinho para melhor avaliar a situação, emitir uma opinião menos reativa aos acontecimentos, e não precisar ficar "chovendo no molhado" (a imprensa já faria o serviço a contento).
Neste ínterim, percebi que as opiniões podiam ser agrupadas em dois grandes grupos: naquele dos que acham que ninguém tem a ver com a vida pessoal do Ronaldo e que os outros são um bando de intrometidos e fofoqueiros; e naquele dos que acham que Ronaldo vive de uma imagem pública, agora descoberta ser hipócrita, e que ele deve pagar publica (e midiaticamente) pela humilhação de seu ícone de bom-moço, embaixador do raio-que-o-parta.
O que dizer disto tudo?
Nada!!!
Que se foda o Ronaldo!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

A sagaz Filosofia de Sebastião



Do filósofo carioca Sebastião Rodrigues Maia:
“O Brasil é o único país onde, além de puta gozar, cafetão ter ciúme e traficante ser viciado, pobre é de direita.”

terça-feira, 29 de abril de 2008

Lo Prado: um bom lugar para se morrer


O prefeito de um subúrbio da capital chilena anunciou que irá distribuir Viagra de graça aos moradores com mais de 60 anos de idade. “O objetivo é dar à população mais velha uma qualidade de vida melhor", disse Gonzalo Navarette Muñoz, prefeito de Lo Prado, um subúrbio ao sul de Santiago.

Navarette Muñoz disse que teve a idéia depois de ouvir vários pacientes reclamando da baixa qualidade da vida sexual, quando trabalhava como médico.Segundo o prefeito, em poucos dias os médicos irão começar a distribuir o remédio, e a prefeitura pagará a conta. Pelo plano, cada homem poderá receber o remédio até quatro vezes ao mês depois de passar por um exame médico.

Com o plano de previdência que temos por aqui, vou desde já agilizar minha nacionalidade chilena. Chi-Chi-Chi, Le-Le-Le, Vi-va Chi-le!!!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sobre túnicas e parasitas

Uma coisa leva à outra. Ao procurar no Google uma imagem para compor o post anterior, deparei-me com a fotografia da suposta túnica usada por São Francisco de Assis, nos idos anos do século XIII!!! A Física inclusive autenticou sua veracidade no tempo (não seu uso por São Francisco, é claro). Como uma coisa leva à outra, lembrei-me do poema Parasitas, do brilhante escritor portugûes Guerra Junqueiro (1850-1923):

No meio duma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar, em cima de um jumento
Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços,
Aborto que lhes dava um grande rendimento.

Os magros histriões, hipócritas, devassos,
Exploravam assim a flor do sentimento,
E o monstro arregalava os grandes olhos baços,
Uns olhos sem calor e sem entendimento.

E toda a gente deu esmola aos tais ciganos:
Deram esmolas até mendigos quase nus.
E eu, ao ver esse quadro, apóstolos romanos,

Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da cruz,
Que andais pelo universo, há mil e tantos anos,
Exibindo, explorando o corpo de Jesus.

São Francisco de Assis se agita túmulo

Claudio Ricci, o prefeito de Assis, cidade italiana onde nasceu e morreu São Francisco (1182-1226), devoto aos pobres e seu maior padroeiro, decretou a proibição de mendigos na cidade. Como se não bastasse, também foi proibido sentar e deitar no chão. O prefeito justificou a medida como forma de "preservar o caráter sagrado de Assis, sem renunciar à noção de acolhimento" (hã?). Para são Francisco ficar de bruços no túmulo, só falta o prefeito proibir o canto dos pássaros agora!

Por aqui, a prática é tão antiga quanto o próprio São Francisco. Grande parte das cidadezinhas do interior costumam lotar suas Kombis da prefeitura com moradores de rua para desová-los nas capitais ou principais cidades circunvizinhas.

Por lá, para o padre Vincenzo Coli, responsável por um convento franciscano de Assis, "é difícil dizer o que São Francisco faria hoje em dia, já que os tempos mudaram". Nos tempos de hoje, provavelmente São Francisco criticaria a medida em seu blog. Mais do que isso ele não poderia fazer, pois, como bem lembrou o padre Vincenzo, os tempos são mesmo outros.

domingo, 27 de abril de 2008

Felizmente, Paulo obtém autorização para passar a se chamar Paola


Foi com grande alegria que recebi esta notícia: agora, de acordo com a Justiça, se o nome da pessoa não corresponde ao seu gênero/ sexo constante do registro civil, poderá ter a sua dignidade violada. Com este entendimento, a 8ª Câmara Cível do TJRS autorizou a mudança do sexo de homem para mulher, no registro civil, quando só foi deferido o registro da mudança do prenome. A parte interessada alegou que após cirurgia transexual, passou a ter genitália externa feminina, não restando qualquer resquício de genitália masculina no seu corpo.

Mesmo que o deferimento da troca de nome não tenha se estendido para a troca de sexo nos assentamentos cíveis, pois na avaliação do juiz responsável “o autor tem apenas aparência de mulher, não há alteração genética; o demandante pertence ao gênero masculino e a origem genética e a natureza biológica não se modificam com a cirurgia”, a simples troca do prenome já me pareceu uma vitória contra a peculiar cegueira conservadora do meio legislativo e jurídico brasileiro.

Infelizmente, este tipo de matéria ainda é conduzido de forma obsoleta pelo judiciário. A demandante teve que passar pelo constrangimento de uma perícia médica legal, que constatou em seu lado que a Paola possui “a presença de genitália externa feminina, e mamas bem desenvolvidas, vagina medindo 17cm de comprimento, grandes e pequenos lábios, clitóris presente e meato uretral tópico, não havendo qualquer resquício de genitália masculina no seu corpo".

Este tipo de procedimento seria facilmente contornável se a justiça reconhecesse a auto-atribuição de gênero das pessoas, sem a necessidade que uma junta especializada tenha que dizer o que uma pessoa é ou deixa de ser. Todavia, parabéns Paola! Seja feliz e sirva de exemplo para nossa sociedade careta e preconceituosa.

O poder da bebida: russo não percebe faca cravada nas costas por horas

Um russo da localidade de Vólogda ficou horas com uma faca de cozinha fincada nas costas sem perceber. De acordo com os médicos que o atenderam, a faca, de aproximadamente 15 cm, não chegou a atingir nenhum órgão vital, embora tenha pegado de raspão a parede pulmonar. Segundo um médico, (o herói) Yuri Lialin sentiu um incômodo ao se encostar, mas não percebeu a existência da faca. Ao que tudo indica, foi um segurança, colega de trabalho de Lialin, que cravou a faca em suas costas.

O homem disse que havia passado a tarde bebendo na companhia do colega na guarita de segurança e que em algum momento abraçaram-se. Na manhã seguinte, a vítima amanheceu com uma enorme ressaca, decidiu ir embora do trabalho e pegou um ônibus até sua casa, onde foi dormir assim que chegou. Algumas horas depois, sua mulher descobriu o estranho objeto que se sobressaia em suas costas. O agressor se apresentou voluntariamente à polícia e Lialin passa bem e não pretende denunciar o colega de trabalho pela agressão.

Em nome de toda a nação brasileira, gostaria de fazer um apelo público para Yuri Lialin: diga-nos que especiaria alcoólica você ingeriu! Por aqui, do jeito que a coisa anda, precisamos urgentemente de bebidas com este poder anestésico. Só assim pra agüentar nossa sociedade e esse mundo no qual a gente vive. E mande um abraço pro seu amigo também... de longe, é claro!

Bush e Vaticano: farinhas do mesmo saco


Bush, acompanhado de sua esposa Laura e de uma de suas filhas, foi pela primeira vez receber um chefe de Estado ao aterrissar no aeroporto, pelo respeito que tem pelo Papa. Pouco antes, a bordo do avião, o “Santo Padre”, respondendo a perguntas dos jornalistas, havia explicado que a relação entre laicidade doEstado e fé nos Estados Unidos é um modelo “fundamental”, que deverá ser imitado também na Europa (o grifo é meu).

O bispo de Roma elogiou “o conceito positivo de liberdade” que se dá nesse país, pois nasce para dar “autenticidade e liberdade” à fé. Putz! Só espero que nesta visita eles não escolham outros lugares para imitarem sua histórica política de promoção da “liberdade”, e do “cristianismo”... Que “Deus” nos proteja!!!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A Baleia, Ícaro e o Padre Paranaense


Rei Minos foi presenteado pelo Deus do Mar, Poseidon (Netuno)com um touro. Minos não deveria ficar com o touro, mas sim devolvê-lo a Poseidon em forma de sacrifício. Minos gostou do touro e ficou com ele ao invés de sacrificá-lo. Poseidon, como vingança, fez com que a mulher de Minos se apaixonasse pelo touro. Desse amor nasceu um Minotauro (um homem com cabeça de touro).

Minos pediu para que o maior empreiteiro da época, Dédalo, construísse um labirinto em Creta para aprisionar o Minotauro. Jovens atenienses eram levados para o labirinto para serem sacrificados. Um desses atenienses era Teseu. Ariadne, filha do Rei Minos, apaixonou-se por Teseu e pediu para Dédalo ajudar seu amado. Dédalo deu um barbante para Teseu marcar o caminho no labirinto, executar o Minotauro e voltar sem dificuldades. Teseu matou o Minotauro, cansou-se de Ariadne e virou rei de Atenas, fundador da Democracia e patrono da cultura, mas isso é outra história. O que importa aqui é o que aconteceu com Dédalo, o construtor do labirinto que traiu a confiança do rei Minos.

Minos aprisionou Dédalo e seu filho, Ícaro, em uma torre muito alta. Dédalo, como os empreiteiros fazem até hoje, subornou alguns guardas e conseguiu madeira para construir uma armação. Com penas das aves que pousavam na torre e cera das abelhas para colá-las, Dédalo construiu grandes asas. Dédalo, como todo empreiteiro corrupto, era meio covarde, e usou seu filho como cobaia para testar a geringonça. Seu filho, Ícaro, era como se fosse os "Laranjas" ou “Testas de Ferro” dos empreiteiros de hoje. Ícaro voou. As asas funcionavam. Em vez de voltar pra casa ou pra torre, Ícaro ficou se exibindo, assim como os filhos de corruptos fazem com seus carrões em portas de boates. Ícaro voou alto demais e a cera das abelhas foi derretida pelo Sol. Ícaro caiu no mar e morreu.
Dédalo se daria melhor nos dias de hoje. Um habeas corpus é mais rápido e barato do que as asas naquela época. Empreiteiro aqui, não fica preso nem por um dia.

O Brasil também possui seu próprio Ícaro. O padre Adelir de Carli gostava de se exibir com seus balõezinhos. Assim como Ícaro, Adelir não soube permanecer dentro de seus próprios limites. O padre voou alto e está desde Domingo desaparecido no Oceano Atlântico. Enquanto isto, o estado gasta tufos de dinheiro na operação de busca do padre, que uma hora dessas, está sob a tutela de Poseidon. As gabolices do padre também renderam milhares de balõezinhos coloridos espalhados no oceano e que matam as baleias que inadvertidamente engolem as porcarias jogadas pelos seres humanos. O padre bazófio já fez muito estrago ao meio ambiente. As vidas de cem padres não valem a existência de meia baleia...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Brasil: Ame-o e Deixe-o!


“Abandonem suas casas e fujam daqui!”, bradou o prefeito de Chapayvesk, Kikolai Malakhov. Chapayvesk é uma cidade Russa de 70 mil habitantes que viveu seus momentos de prosperidade com o desenvolvimento industrial. A Organização Mundial da Saúde declarou a cidade como um dos piores lugares para se viver. Quase 96% das crianças de Chapayvesk nascem com algum tipo de doença e todos os alimentos consumidos na cidade estão contaminados.

Chapayvesk seria um bom lugar para mandar alguns políticos antes que algum presidente mais consciente brade: “Fujam do Brasil!”.

domingo, 20 de abril de 2008

Gautama e o Elefante



De acordo com a anedota indiana, Gautama era um sábio que encontrou um filhote de elefante. Gautama criou, amou e cuidou do elefante até ele ficar poderoso e sagrado, como todo elefante na Índia. O deus Indra desceu a Terra em forma de rei e tentou comprar o elefante de todas as maneiras. Gautama permaneceu irredutível e não abdicou de sua amizade com o elefante. Indra, comovido pela fidelidade de Gautama, concedeu a ele um pedido. Poderia pedir tudo, menos sabedoria, pois de acordo com Indra, Gautama já era sábio porque conhecia o verdadeiro valor da amizade. Em vez de riquezas, Gautama pediu pra ficar com seu elefante. Antes de Gautama morrer de velhice, Indra elevou o elefante e seu amigo ao céu mais elevado.

No Brasil, a história de Gautama é diferente. Não há moral de amizade, amor ou qualquer outro valor positivo. Gautama é só o nome de uma empreiteira de um corruptor, Zuleido Veras, preso na Operação Navalha. Cada Gautama com o elefante que merece...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Carta aos habitantes de 2108



Planeta Terra, abril de 2008.

Não sei qual mundo deixamos para vocês. Aliás, sabemos sim. É um mundo bem pior. Como culpados e cúmplices, preferimos ignorar cinicamente esse fato. A propósito, existem poucas coisas que não sabíamos. Não interessa o que o futuro reservou pra vocês, a gente já sabia. Nossa história, hábitos, cultura, política e modo de viver, vocês já conhecem pelos livros (se é que isso ainda existe), internet (ou seja lá no que isso se transformou) ou qualquer outro meio que provavelmente desconhecemos. Só há um fato relevante que vocês devem saber sobre os habitantes de cem anos atrás que vocês não encontrarão nos meios convencionais de comunicação: Foi na nossa época em que perdemos a capacidade de nos impressionarmos.

Os habitantes de 1908 (100 anos anteriores a gente e 200 antes de vocês) jurariam que vivemos em outro lugar qualquer que não fosse o Planeta Terra. Não acreditariam em como nos locomovemos rápido, seja pelo ar, pelo mar, abaixo dele, pelo espaço, por onde for. Hoje, em 2008, já faz mais de 10 anos que colocamos em prática a teoria de um senhor chamado Einstein e teletransportamos um fóton em laboratório. Nada do que vocês utilizem em 2108 para se locomover nos surpreenderiam. A propósito, se vocês estiverem andando somente a pé, isto também não nos surpreenderia.

Em 1908, a matriz enérgica do mundo era o carvão. Aliás, pouco se precisava de energia. Transformamos um óleo negro chamado Petróleo na nossa matriz energética. Em pouco mais de 30 anos fizemos um barril deste óleo valorizar mais de 3.300%. Não nos surpreenderíamos se vocês utilizam ar, água, sol, hidrogênio ou fezes como matriz energética. A gente já sabia fazer energia com essas coisas também, só que ainda tinha algumas pessoas ganhando dinheiro com petróleo e não podíamos substituir. Também não nos impressionaríamos caso vocês cobrem absurdos para utilização desta matriz, nem seria surpresa que vocês tenham aprendido a produzir petróleo e que ele continue a ser a matriz. Talvez até tivessem achado uma fonte sem fim de petróleo para que os netos e bisnetos das pessoas que ganham dinheiro com ele, continuem ganhando dinheiro.

Não nos surpreenderíamos caso vocês utilizem armas super poderosas capazes de destruir qualquer coisa em qualquer momento. Destruir é uma especialidade nossa. A gente deu nova conotação ao verbo destruir. Vimos, sem surpresa, o milênio começar com 9 meses e 11 dias de atraso com a destruição de duas das maiores torres de uma das maiores super potências da destruição. Não nos surpreenderíamos também que vocês, ao invés das armas super poderosas, utilizem tacapes e pedras. A propósito, na política também não nos impressionaríamos quais países mandam e como mandam. Talvez nem sejam países, talvez sejam empresas. Nada surpreende.

O Planeta está mais quente? Quem sabe até mais frio? Caiu um meteoro e morreram milhões? Não interessa, continua a não surpreender. Até há pouco tempo, tratamos com a indiferença de um ataráxico uma onda gigante levando embora aproximadamente 300 mil pessoas em ilhas do pacífico.

Vocês de 2108 estão fadados a não se impressionarem com nada. Isso é culpa nossa, de cem anos antes de vocês. É a nossa herança, ou melhor definindo, maldição. Na verdade, se quiserem nos impressionar, recuperem a capacidade de nos surpreendermos tornando este mundo melhor.

Reflexões etílicas I

A difícil arte de ser normal...como é que os medíocres conseguem?! Graffigna - Cabernet Sauvignon - 2005...argentino bom e barato: Vou voltar pra ele e pra minha loucura.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Colégio Militar de Brasília é fascista


O Colégio Militar de Brasília (CMB) mostrou todo o seu fascismo ao incluir no seu concurso para professores o teste de HIV para os candidatos. O edital exigia dos candidatos uma série de exames médicos, tidos como "de presença obrigatória e de caráter eliminatório". Pegou muito mal e o edital teve que ser reformulado.


Na maior cara-de-pau, o Exército declarou que desconhecia que o procedimento era ilegal. Aliás, faz muitos anos que os militares "desconhecem" que certas coisas são ilegais, como a tortura ou a lavagem de dinheiro que realizam no sistema de corrupção brasileiro, devido ao seu estratégico e inútil lugar dentro de nossas estruturas de poder. O cabeça-de-pinico e coronel Wagner O. Gonçalves, responsável pelo CMB, declarou que o exame havia sido pedido por "proteção" e que não existe de parte do Exército nenhuma forma de preconceito.


O maldoso (ou ingênuo) coronel ainda teve a ousadia de dizer que "no Exército temos todo o tipo de gente, de raças, cores. É uma das instituições mais democráticas em termos de aceitação"!!! É verdade, coronel. Vide o que acontece com militares homossexuais ou a quantidade de generais negros que temos por aí, seu fascista!